16 Novembro 2021
A reportagem é de Jordi Pacheco, publicada por Religión Digital, 16-11-2021.
"A questão das identidades sexuais e de gênero é para muitos uma medida da credibilidade da Igreja em nossa sociedade". Esta é a expressão do bispo de Mainz, Alemanha, Peter Kohlgraf, cujas convicções e sensibilidade a respeito do tema o levaram a anunciar a criação de uma pastoral e pessoas de contato para homossexuais e queer em sua diocese.
Fê-lo, segundo o Katholisch.de, na passada sexta-feira, durante o discurso de boas-vindas que o bispo alemão proferiu no início de um fórum de diálogo intitulado “Focando na vida. Reconhecer as pessoas na sua diversidade: identidades sexuais e de gênero na Igreja Católica”.
Kohlgraf acredita que a questão da diversidade sexual não pode ser descartada com o fundamento de que é um problema de minoria. “Independentemente dos números, como cristãos, como Igreja, temos a responsabilidade de ir ao encontro de todas as pessoas segundo os padrões do Evangelho”, avisa Kohlgraf, que afirma ter o assunto no seu “radar”.
Embora o catecismo exija que os homossexuais sejam tratados com respeito, o bispo de 54 anos admite que ainda não consegue "ver uma aplicação muito concreta neste ponto". “Aqueles que não são chamados ao celibato geralmente também expressam sua sexualidade em um parceiro que lhes convém. No entanto, nenhuma associação pode ser reduzida a um 'encontro sexual'. O significado e as formas de expressão são mais diversos do que o ato sexual”, explicou.
"Como bispo, não podia ficar indiferente ao fato de as pessoas se sentirem discriminadas e excluídas pelos ensinamentos da Igreja", confessa Kohlgraf, convencido da necessidade de "considerar todas as pessoas como imagens de Deus, mesmo desta forma diferenciada".
Deixando de lado a visão fundamentalmente binária do ser humano na Bíblia (Deus criou todos os seres humanos, cada um com suas próprias características) Kohlgraf afirma que “é tarefa da Igreja, e minha como bispo, não apenas ver uma questão teórica sobre isso”.
Conforme relatado pela Diocese de Mainz, há pessoas de contato para gays e queer em 12 das 27 dioceses alemãs.
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"A questão das identidades sexuais e de gênero é uma medida da credibilidade da Igreja na sociedade", afirma bispo alemão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU