20 Agosto 2021
Dos 20 maiores jornais diários estadunidenses apenas sete são liderados por jornalistas brancos. Doze têm uma mulher no comando da redação, negra ou branca.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Recentemente, o Dallas Morning News anunciou que Katrice Hardy, do The Indianopolis Star, será sua próxima editora executiva e o Houston Chronicle promoveu Maria Reeve do posto de editora-chefe para editora executiva. Ambas são mulheres negras.
Há três anos, as grandes redações de jornais dos Estados Unidos eram constituídas por 61% de homens e 84% de pessoas brancas. “As redações vêm falando sobre diversidade há décadas, mas a maior parte dessa conversa não se traduziu em ação. As redações americanas ainda são muito mais brancas do que as comunidades que cobrem e substancialmente mais masculinas, especialmente em posições de liderança”, escreveu Joshua Benton para o portal Nieman Lab.
Joshua ficou, confessa, “agradavelmente surpreso” ao fazer o levantamento das atuais lideranças nos jornalões dos Estados Unidos quanto às mudanças ocorridas no curto período de tempo de sete anos. Ao ocuparem sete dos 19 cargos mais importantes (a direção executiva no Honolulu Star-Advertiser está em aberto), os homens brancos representam 36,8% das lideranças nas redações.
Em 2014, pesquisa da Nieman Reports apurou que só três ocupavam as principais editorias dos 25 maiores jornais estadunidenses. Outra pesquisa, do mesmo ano, mostrou que apenas 15% dos jornais tinham um pessoa de cor em qualquer uma das suas três principais posições editoriais. Agora elas lideram quatro das maiores redações do país; e são três os editores hispânicos presentes nos jornalões.
Apesar desse avanço na diversidade, Joshua Benton lembrou que a voz padrão da maioria dos jornais americanos tem sido branca e masculina desde a sua origem. “Será preciso muito mais do que uma mudança de liderança para realmente permitir que um produto notícias reflita os interesses, perspectivas, desejos, falhas e vozes de sua comunidade. Há muito trabalho a ser feito!” – alertou.
Em matéria divulgada no Dia Internacional da Mulher de 2019, o editor-chefe do Portal Comunique-se, Anderson Scardoelli, trouxe dados sobre a presença de mulheres na mídia brasileira (jornais, revistas, emissoras de rádio, de TV, sites) nas funções de diretora, diretora de redação, editora-executiva, editora-chefe, redatora-chefe, presidente e vice-presidente de organizações de comunicação. O número chegava, então, a 2.238 mulheres (32,1%). Nos mesmos cargos estavam 4.716 homens. Isso antes da pandemia. Mulheres também eram minoria como proprietárias de veículos de comunicação: 215 para 645 homens.
Ao todo, quando da pesquisa, 15.654 mulheres estavam empregadas em veículos de comunicação brasileiros, representando 36,98% do total. Jornalistas homens somavam, então, 26.678 ativos em organismos de imprensa do país.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Cresce número de mulheres em postos de comando nas redações estadunidenses - Instituto Humanitas Unisinos - IHU