10 Fevereiro 2021
Na jornada de dois dias organizada pela organização Telefono Azzurro, entre os muitos temas abordados, estava também o da Inteligência Artificial e da ética digital. É necessário um modelo europeu, compartilhado por todos os atores em campo, que limite o impacto da inovação e a oriente para um desenvolvimento compatível com o laço social e a proteção dos menores.
A reportagem é de Vita, 02-09-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O caso Tik Tok é apenas a ponta do iceberg. O problema, de fato, está a montante: naquela educação digital na qual a Telefono Azzurro insiste há anos. Uma educação digital que, em uma infosfera repleta de oportunidades e de riscos (do ciberbullying ao sexting), é mais do que nunca necessária para orientar uma abordagem diferente às plataformas.
Precisamente para favorecer essa abordagem, laica e orientada para a partilha crítica, foi particularmente útil – na jornada já muito útil de dois dias que a Telefono Azzurro organizou, nos dias 8 e 9 de fevereiro, por ocasião do Dia da Internet Segura 2021 – o foco dado nessa segunda-feira à Inteligência Artificial e à ética das tecnologias.
Moderados por Riccardo Bonacina (Vita), falaram Paolo Benanti (Pontifícia Universidade Gregoriana), a CEO da Microsoft Itália, Silvia Candiani, Marco Bellezza (Infratel Itália), Francesca Rossi (líder global de ética em IA da IBM), assim como Giovanni Ziccardi, um dos maiores especialistas em informática e direito, e Martina Pennisi, do Corriere della Sera.
Quando se fala de ética e tecnologia, explicou Paolo Benanti, “a primeira coisa a se fazer é limpar o campo de possíveis mal-entendidos: a ética não é uma coleira que quer estrangular as tecnologias”.
A ética das tecnologias, assumindo que algoritmos e plataformas são dispositivos de poder, “se pergunta que tipo de poder está estruturando a infraestrutura que estamos implementando”.
As transformações digitais, concluiu Benanti, devem seguir uma dinâmica socialmente aceitável: por isso, é preciso pôr à mesa uma série de atores, institucionais e da sociedade civil, que possam fornecer um quadro dentro do qual as inovações se insiram. Só assim a inovação se transforma em desenvolvimento.
E é dentro desse quadro, explicou Giovanni Ziccardi, que se insere a questão dos menores. Um quadro complexo, mas que deve ser articulado em um nível ético, não puramente defensivo, mas proativo, também nas mesas em nível europeu – reiterou Marco Bellezza – onde está crescendo a consciência do desafio.
Em um tempo em que até os principais players do setor, ou seja, as empresas que estão na base da transformação digital, entenderam que não podem mais se eximir de um tema que não é só geracional, mas também ético, antropológico, político e cultural ao mesmo tempo, o desafio das plataformas deve se tornar um desafio às plataformas. Para formar gerações cada vez mais conscientes dos riscos, mas também cada vez mais abertas à responsabilidade e às oportunidades que o próprio digital oferece.
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Dia da Internet Segura 2021. Ética das tecnologias: qual a responsabilidade das plataformas? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU