17 Agosto 2020
No final de maio, foi confirmada a transferência do fundador e de três outros membros. De acordo com alguns meios de comunicação, no entanto, Bianchi ainda estaria morando com seus coirmãos. Mas em um tweet ele desmente e revela que não está em boas condições de saúde.
A reportagem é publicada por La Repubblica, 15-08-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
No final de maio, um comunicado da Comunidade de Bose havia confirmado a saída de seu fundador, Enzo Bianchi, após uma visita apostólica realizada concluída alguns dias antes.
“Frei Enzo Bianchi, frei Goffredo Boselli, frei Lino Breda e irmã Antonella Casiraghi terão que se separar da Comunidade Monástica de Bose e se mudar para outro lugar, deixando todos os cargos atualmente ocupados”, consta na nota publicada no site da comunidade que reconstruía o evento em detalhe: “Em decorrência de sérias preocupações recebidas pela Santa Sé de várias partes, que assinalavam uma situação tensa e problemática no que diz respeito ao exercício da autoridade do Fundador, à gestão do governo e ao clima fraterno, o Santo Padre Francisco decretou uma visita apostólica".
A decisão final foi então emitida na forma de um decreto singular de 13 de maio de 2020, assinado pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado de Sua Santidade e aprovado de forma específica pelo Papa.
Ainda assim, de acordo com o que noticiou Settimana News, quase três meses após o decreto aprovado por Francisco em 26 de maio, dos quatro membros apenas Breda, Boselli e a irmã Casiraghi teriam encontrado uma solução acordada com o Delegado papal, enquanto Enzo Bianchi ainda estaria em Bose. Uma notícia desmentida com um tweet pelo próprio ex-prior.
“Não deem ouvidos a notícias fantasiosas sobre mim. Afastei-me há três meses da comunidade, sem ter tido mais contato com ela. Vivo em radical solidão em um eremitério fora da comunidade e devido às minhas condições de saúde (não sou mais autônomo) tenho um irmão que me visita. Amém."
Non ascoltate notizie fantasiose su di me. Mi sono allontanato dalla comunità da tre mesi,senza aver avuto più contatti con essa .Vivo in radicale solitudine in un eremo fuori comunità e date le mie condizioni di salute (non sono più autonomo)ho un fratello che mi visita. Amen
— enzo bianchi (@enzobianchi7) August 15, 2020
Bianchi, 77, depois de estudar na Faculdade de Economia e Comércio da Universidade de Torino, foi para Bose em 1965, um distrito abandonado do Município de Magnano na Serra de Ivrea, com a intenção de formar uma comunidade monástica. Em 1968 juntaram-se a ele os primeiros irmãos e irmãs, e ele escreveu a regra da comunidade que conta com cerca de oitenta membros entre irmãos e irmãs de cinco nacionalidades diferentes e está presente, além de Bose, também em Jerusalém (Israel), Ostuni (BR), Assisi (PG), Cellole-San Gimignano (SI) e Civitella San Paolo (RM). Foi prior da comunidade desde sua fundação até 25 de janeiro de 2017.
O fundador da comunidade Bose tentou superar divisões internas afirmando que nunca contestou a "autoridade legítima" do atual prior Luciano Manicardi, e tinha invocado a ajuda da Santa Sé: “Nessa situação tão dolorosa, para mim como para todos, peço que a Santa Sé nos ajude e, se fizemos algo que vai de encontro à comunhão, que nos seja dito. De nossa parte, no arrependimento, estamos dispostos a pedir e dar misericórdia. No sofrimento e na provação também pedimos e estamos pedindo que a comunidade seja ajudada num caminho de reconciliação”.
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Enzo Bianchi, o ex-prior afastado da Comunidade, ainda está em Bose? Ele: “Fantasia. Estou morando em um eremitério há três meses” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU