06 Mai 2020
45 famílias indígenas da comunidade, onde morava Aldenor Basques Félix Gutchicü, estão com suspeitas do novo coronavírus. Ninguém fez testes.
A reportagem é de Elaíze Farias e Izabel Santos, publicada por Amazônia Real, 30-04-2020.
Aldenor Basques Félix Gutchicü, vice-cacique da comunidade Wotchimaücü, do povo Tikuna, morreu com suspeita de Covid-19, por volta das 16h40 de terça-feira (28), em sua casa no bairro Cidade de Deus, na zona norte de Manaus. A família aguardou por mais de sete horas para que o corpo do indígena fosse retirado da igreja evangélica, onde ficou acomodado em três mesas de plástico, pelo serviço SOS Funeral, da Prefeitura de Manaus. À meia-noite de quarta-feira (29), os restos mortais do cacique foram levados pelos funcionários para uma câmara frigorífica do cemitério municipal Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, na zona oeste da cidade. No local, Aldenor foi sepultado às 15h30 em uma vala coletiva, onde são enterradas as pessoas que não podem pagar por um caixão.
A liderança Tikuna da comunidade Wotchimaücü, Domingos Florentino, que acompanhou o sepultamento com mais três pessoas, disse à agência Amazônia Real que o atestado de óbito de Félix registra como causa da morte “ataque cardíaco”. No entanto, segundo a liderança, Aldenor vinha sentindo sintomas como febre, falta de ar, tosse e dor no corpo desde o dia 3 de abril e não teve atendimento em hospital e por isso não passou pela testagem do novo coronavírus.
Aldenor Basques Félix Gutchicü foi o primeiro indígena, que mora na cidade de Manaus, a ser sepultado na vala coletiva do cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã. É na terra barrenta que a vala coletiva, chamada pelo prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) de “trincheira” (abrigo de combatente), foi aberta para atender o programa SOS Funeral. Na grande sepultura, no dia 27 de abril, a prefeitura chegou a empilhar caixões sob a justificativa de falta de espaço no cemitério e a média de 100 enterros por dia, mas recuou da decisão após a reação de familiares indignados com tamanha desumanidade no momento em que mais precisam do poder público.
Na beira da vala coletiva aberta por uma retroescavadeira, de maneira rudimentar, que contrasta com flores artificiais e cruzes das covas unitárias, estavam presentes quatro amigos de Aldenor Félix, como é mais conhecido: a liderança Domingos Florentino Tikuna e sua esposa Marta, além de dois moradores da comunidade Wotchimaücü: Jonas e Limayara Tikuna.
“Perdemos um grande parceiro nosso, o melhor professor que tivemos. Estamos todos apavorados com esta doença”, disse Domingos Florentino à Amazônia Real, depois que retornou do sepultamento.
O professor Aldenor, que não conseguiu vencer a guerra contra a Covid-19 por falta de atendimento médico, deixou dois filhos. Ele, que era também compositor e músico da língua Tikuna, nasceu na aldeia Filadélfia, em Benjamin Constant, região do Alto Rio Solimões, no oeste do Amazonas, na fronteira com a Colômbia.
Segundo a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), em nota divulgada nesta quinta-feira (30), a Prefeitura de Manaus registrou 32 mortes de pessoas em domicílio na quarta-feira (29). O município não informou quantos casos foram por Covid-19, o que aponta para uma subnotificação dos casos na cidade. Conforme a nota, 27 pessoas foram sepultadas com o auxílio do serviço do SOS Funeral.
Do dia 13 de março, quando o primeiro caso de coronavírus foi registrado em Manaus, até esta quarta-feira (29), a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) registrou 3.091 notificações de Covid-19 na capital amazonense e 288 mortes. A cidade colocou o estado no epicentro da pandemia na região Norte.
Corpo de Aldenor Basques Félix Gutchicü, vice cacique da Comunidade Wotchimaucu do povo Tikuna, na Cidade de Deus em Manaus (Foto: Aguinilson Tikuna)
Domingos Florentino contou quando Aldenor Félix apresentou os sintomas do novo coronavírus. “Ele estava mal desde o dia 3 de abril. Ontem [28], por volta das 15h, ele levantou e foi tomar banho e quando saiu, passou mal”, disse.
Outro líder indígena, Aguinilson Tikuna, disse que estava distribuindo cestas básicas doadas por amigos entre as famílias da comunidade quando sentiu falta de Aldenor. “Quando eu cheguei perto, vi que ele estava com a respiração fraca. Chamei outras pessoas para ajudar a fazer uma massagem no corpo dele, para o sangue circular. Molhamos a cabeça dele e ele chegou a beber água gelada”, disse.
Aguinilson contou que, como Aldenor não reagiu, decidiu acionar o Samu, que não atendeu a chamada de emergência. Uma rotina no sistema, que está em colapso há quatro semanas. “Esperamos por cerca de uma hora, como a ambulância do Samu não veio, chamamos um Uber para levá-lo ao Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo”, disse.
Ele contou que, quando chegou ao hospital, o indígena que acompanhava o professor teve dificuldade para explicar a urgência da situação na língua portuguesa, pois fala o Tikuna.
“O motorista do Uber precisou ir até a recepção do hospital e explicar o que estava acontecendo, mas nem chegaram a tirá-lo do carro. Não tinha vaga no hospital e não adiantava mais. O mesmo Uber que levou ele ao hospital, o trouxe de volta para a comunidade”, conta Aguinilson. “Ele (Aldenor) não estava apresentando mais nenhuma reação”, confirmou.
Domingos Florentino, que também presenciou os últimos momentos de Aldenor, disse que eram 16h40 da tarde de terça-feira (28) quando o professor faleceu.
Enquanto aguardavam a chegada do serviço SOS Funeral, da Prefeitura de Manaus, os moradores da comunidade acomodaram o corpo de Aldenor Félix em duas mesas instalada dentro da igreja evangélica da comunidade Wotchimaücü.
Por volta de meia-noite desta quarta-feira (29), pouco mais sete horas depois de sua morte, o corpo de Aldenor foi retirado da igreja por dois funcionários do SOS Funeral. Eles estavam vestidos com roupas de proteção da doença contagiosa: macacão branco, luvas, óculos e botas de borracha. Já um indígena, que ajudou no preparo do caixão, não usava máscaras e nem luvas.
O serviço, que em muitas situações tem levado até um dia para fazer esse tipo de “resgate”, exigia que o Boletim de Ocorrência (BO) fosse feito antes, mas os moradores, todos doentes, encontravam dificuldade de acessar o serviço pela internet, buscando ajuda de amigos pelo WhatsApp.
Aguinilson disse que a primeira orientação que recebeu do programa SOS Funeral era para providenciar o atestado de óbito. Como Aldenor não morreu em hospital e nem médico foi em sua casa, a informação era para registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia.
“Fomos ao 13º DIP e não conseguimos fazer o BO por causa da hora. Tentamos fazer pela internet, mas tivemos dificuldade e também não era possível fazer esse tipo de ocorrência pela Delegacia Interativa. Só conseguimos porque pedi ajuda a muita gente e o pessoal do Conselho Tutelar do [bairro] Cidade de Deus foi ao 16º DIP fazer isso”, conta Aguinilson Tikuna.
Sem linha telefônica para pedir ajuda aos órgãos públicos, a família só tem como meio de comunicação o acesso via mensagem de texto pelo WhatsApp de celulares de amigos.
Já o atestado médico foi emitido, no meio da madrugada, pelo Pronto-Socorro, que fica na Colônia Antônio Aleixo, na zona leste. “Voltei para casa às 3h30”, explicou a liderança. Segundo Domingos, no documento consta causa da morte “ataque cardíaco”.
Momento do sepultamento de Aldenor Basques Félix Gutchicü na vala coletiva no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã (Foto: Fernando Crispim | La Xunga / Amazônia Real)
Pela manhã, Domingos foi à Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) fazer o documento para o guia do sepultamento de Aldenor Félix no cemitério municipal Nossa Senhora Aparecida, na zona oeste da cidade.
A assessoria de imprensa do serviço SOS Funeral afirmou que a retirada do corpo de Aldenor Félix aconteceu no tempo previsto e que o operacional trabalha 24 horas de plantão.
Uma das últimas aparições de Aldenor Félix foi em um vídeo postado pela liderança Aguinilson Tikuna na sua conta no Facebook, no dia 18 de abril. No vídeo, sem data identificada, Aldenor pedia em sua língua nativa apoio e “cesta básica”.
Desde março, praticamente todos os membros das famílias da etnia Tikuna da comunidade Wotchimaücü passaram a apresentar sintomas da Covid-19: tosse, febre, gripe, dor no corpo, falta de paladar. Sem sua principal fonte de renda – a venda de artesanato, interrompida por causa do isolamento -, os Tikuna também sentiram a dor da fome e sofreram a realidade das famílias indígenas que vivem em contexto urbano: a desassistência sanitária, a ausência do direito à saúde diferenciada e a omissão das instituições do Estado.
Aldenor Félix (em pé com o maracá nas mãos) com o grupo musical da cantora Djuena Tikuna (Foto: Reprodução Facebook Djuena Tikuna)
Aldenor Félix era graduado em Pedagogia Intercultural pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e lecionava língua Tikuna e ensino regular, mas estava desempregado, depois de ser demitido da rede municipal de ensino da Prefeitura de Manaus. Em 2018, ele atuou como professor de ensino regular na aldeia Filadélfia e havia retorno para Manaus em 2019, mas pretendia voltar ao Alto Solimões no final deste ano, segundo Aguinilson Tikuna.
O professor morava na comunidade Wotchimaücü desde que ela foi fundada, em 2002, pelo então cacique Reginaldo, segundo lembra a cantora Djuena Tikuna, que foi aluna do professor e trabalhou com ele compondo canções.
Djuena foi uma das responsáveis pela campanha online que os Tikuna de Wotchimaücü lançaram na semana passada pedindo. “Ele era professor de língua Tikuna. Era compositor, tocava violão para mim no começo da minha carreira. Compomos umas canções juntos. Ele ensinava língua Tikuna para as crianças na comunidade e ele era vice-cacique da comunidade Wotchimaücü. Uma grande perda para nós, uma pessoa muita boa de coração”, disse a cantora à Amazônia Real.
Segundo Djuena, Aldenor, conhecido como Babu, foi um dos precursores do Curso de Pedagogia Intercultural da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e responsável por a primeira geração de crianças Tikuna, nascidas em Manaus, a ter oportunidade de estudar e aprender a sua língua materna.
Aldenor Félix Gutchicü com o grupo musical da Comunidade Wotchimaucu do Povo Tikuna (Foto: Reprodução Facebook Djuena Tikuna)
A morte do professor e vice-cacique Aldenor Félix, muito conhecido entre os indígenas que moram em Manaus, causou comoção nos grupos e das contas de redes sociais. Mas também causou revolta pela desassistência por parte do poder público aos indígenas que vivem contexto urbano na capital amazonense.
“Repudiamos toda essa forma como os indígenas que moram em Manaus estão sendo tratados diante dessa pandemia. Há alguns dias, a comunidade Wotchimaücü lançou uma campanha pedindo socorro. Todas as famílias apresentaram fortes sintomas de gripe. E eles pediram ajuda. O Aldenor pedia atendimento de agentes de saúde, cesta básica, material de higiene”, declarou Marcivana Paiva, do povo Sateré-Mawé, membro da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime).
Segundo Marcivana, os indígenas de contexto urbano, diante do fato de serem excluídos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), precisam receber atenção de outros poderes e instituições, sobretudo da Prefeitura de Manaus.
“Exigimos que a Prefeitura de Manaus faça o acompanhamento das comunidades. Não podemos ficar pagando com a vida por falta de uma política pública que nos contemple”, diz ela.
Turi Sateré-Mawé, também membro da Copime, mostra indignação com a maneira como os indígenas quem moram em Manaus estão abandonados pelo poder público. Ele alerta que a Covid-19 se espalhou em todas as comunidades indígenas da capital amazonense e poucos escaparam dos sintomas.
“A situação só vem se alastrando mais. Sabemos que tem várias comunidades que estão com sintomas. Tem a comunidade Bayaroá, no KM-04 (AM-010), onde tem o pessoal do Alto Rio Negro, Tukano, Bará, Tuyuka. Lá tem muitos idosos e crianças, pessoas do grupo de risco. As famílias do Parque das Tribos. Os Tikuna da Cidade de Deus está todos com sintomas”, afirmou Turi.
A liderança diz que está tentando se articular com a prefeitura de Manaus, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), e aguarda respostas, para que as famílias indígenas recebam acompanhamento.
“A situação está complicada por falta de um plano emergencial. Não pode ficar assim. Por isso que muitos optam para ficar em casa, não dá pra sair. Não dá pra ir para o hospital. Tem também a fome. Infelizmente estamos perdendo muitos parentes. E pode piorar. A gente fica muito chateado. Não dá para trabalhar em cima dos problemas. Só tomar medidas depois que acontece a morte. A gente sabia que nossa população iria sofrer muito”, disse ele, citando alguns apoios, como a Pastoral Indigenista, o Sares e amigos.
Comunidade Parque das Tribos, em Manaus (Foto: Alberto César Araújo | Amazônia Real)
De acordo com o levantamento da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Aldenor Félix é o oitavo indígena que morre em comunidades urbanas com suspeitas de Covid-19, em Manaus. Um deles foi Aldevan Baniwa, agente de combate à endemia e escritor, que morreu no dia 18 de abril. No dia 5 de abril, morreu o indígena da etnia Mura, Ozaniel Medeiros. Desde o dia, a Coiab inclui ainda os óbitos de Antonio Frazão Kokama, Adilson Apurinã, Abezio Flores Salvador Tikuna, Clevelande Apurina e Domingos Baré.
Os indígenas que moram em contexto urbano não entram nas estatísticas da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) sobre os registros de Covid-19 e óbitos causados pela doença. O tratamento dos indígenas, diz a Sesai, é pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais públicos, que estão com as UTI's lotadas, em Manaus.
Apenas aos indígenas chamados “aldeados”, que moram em terras indígenas, é que têm suas mortes registradas pelo órgão do Ministério da Saúde e são atendidos pelos Distrito Sanitários Especiais Indígenas (Dseis). Para esse grupo, o governo federal anunciou que vai construir um hospital de campanha na capital amazonense, mas não deu uma data de quando começará a disponibilizar os leitos.
Na estatística da Sesai foram registradas três mortes de indígenas do Amazonas: Valter Tanabio Elizardo, de 78 anos, que é Tikuna da comunidade Belém de Solimões, foi transferido de Tabatinga; e Maria Vargas Castelo Branco, de 44 anos, Kokama da comunidade Monte Santo, em São Paulo de Olivença. O terceiro indígena morto pela doença foi o tuxaua Otávio dos Santos, de 67 anos, do povo Sateré-Mawé, em Maués.
A Amazônia Real procurou a Prefeitura de Manaus e a Semsa para saber que providências e ações o Executivo Municipal planeja para os povos indígenas da capital. Até o momento, não houve resposta.
O Ministério Público Federal no Amazonas também foi procurado, mas ainda não se pronunciou sobre o assunto relativo aos indígenas de contexto urbano.
Os indígenas Tikuna são originários da região do Alto Solimões, em Tabatinga, no Amazonas (Foto: Alberto César Araújo | Amazônia Real, 2009)
Aldenor Félix era vice-cacique da comunidade Wotchimaücü desde 2019. Ao seu lado, estava o cacique Delmir Tikuna, que o descreveu como “um grande professor”. Consternado, Delmir falou pouco com a reportagem, pois ele diz que também apresenta sintomas da Covid-19.
“O que está acontecendo não é nada agradável. Estamos à mercê do esquecimento. A gente depende de nosso artesanato para viver. Agora falta tudo. Então, a gente está se virando como pode. Nosso povo está sofrendo. Eu mesmo estou com febre e dor de cabeça. Toda a minha família adoeceu. Estou tendo recaída. O remédio que estamos consumindo é caseiro. E assim a gente vai. Recebemos algumas cestas básicas, que duram alguns dias. Agora que estou tomando remédio científico, porque doaram. Mas não tenho dinheiro para comprar nada. Não estávamos preparados para isso [a pandemia da Covid-19”, disse o cacique.
Segundo o Delmir, na última sexta-feira (25), uma equipe de médicos de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) foi à comunidade fazer vacinação contra a gripe, mas apenas os idosos foram imunizados. “Não foi satisfatório para o povo. Só levaram a vacina para acima de 60 anos. Mas todos os indígenas também têm direito”, disse Delmir Tikuna.
A comunidade Wotchimaücü foi criada em 2002 e é composta por diferentes famílias que se deslocaram do Alto Rio Solimões à capital amazonense. Wotchimaücü em Tikuna significa “Avaí”, que é o nome do clã do fundador da comunidade, Reginaldo Tikuna. Avaí é como se chama o chocalho que os Tikuna usam em apresentações festivas e de canto.
Ela fica localizada no bairro Cidade Deus, zona Norte da cidade, e abriga o Centro Cultural dos Tikuna, uma igreja evangélica indígena e 14 casas onde vivem 45 famílias.
As famílias indígenas são oriundas das aldeias Filadélfia e Umariaçú II, de Tabatinga, e Feijoal e Porto Cordeirinho, de Benjamin Constant. A comunidade abriga o Centro Cultural dos Tikuna, espaço onde são realizados rituais tradicionais com música e dança. Funciona como uma escola para ensino da língua Tikuna, espaço para reuniões de caráter político e centro de produção de artesanato. A partir da comunidade, nasceu uma organização maior, chamada Associação Comunidade Wotchimaücü (ACW). De acordo com Aguinilson, a ACW tem estatuto próprio, é autônoma e composta por indígenas da etnia Tikuna moradores de Manaus.
Mesmo morando em Manaus, os Tikuna da Cidade de Deus, como ficaram conhecidos, nunca deixaram suas raízes, visitando periodicamente suas aldeias de origem.
Comunidade de Belém do Solimões, onde vivem indígenas Tikuna, no Amazonas (Foto: Alberto César Araújo | Amazônia Real, 2009)
Os Tikuna se autodenominam Magüta. Eles são o povo indígena mais populoso do Brasil. Segundo o Censo de 2010 do IBGE, são 40 mil pessoas, mas este número aumentou para 53 mil pessoas, segundo dados da Sesai, referindo-se apenas aos Tikuna que vivem em terras indígenas, no Alto Solimões. Os Tikuna que vivem nas cidades não são contados. Segundo o cacique Delmir Tikuna, em Manaus, vivem pelo menos 500 pessoas desta etnia, de acordo com contagem que as organizações representativas da etnia em outras áreas da capital amazonense.
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Professor Tikuna, que morreu por suspeita de Covid-19, é enterrado em vala coletiva em Manaus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU