12 Setembro 2019
Os Padres na Opção pelos Pobres (Curas en la Opción por los Pobres) somaram sua voz à daqueles que, de distintos setores da sociedade, reivindicam que se declare a emergência alimentar e pedem à base do governo no Congresso e ao governo nacional que acompanhem a iniciativa que, nesse sentido, já mobiliza a oposição parlamentar.
A reportagem é de Washington Uranga, publicada por Página|12, 11-09-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Ao mesmo tempo, os padres saíram em contraposição aos porta-vozes do governo, pedindo à oposição para não fazer política com a fome e denunciaram que “negar a urgência da fome de milhões de cidadãos que não conseguem completar uma cesta alimentar básica, é fazer política com a fome”. Também é fazer política, seguem dizendo os padres católicos, “mandar rezar os que passam fome (...) e não evangelizar, como quer fazer crer a deputada Elisa Carrió (que bem faria ela mesmo em rezar, para pedir a Deus que perdoe sua maldade)”.
Recorda o grupo dos Padres que “a Comissão de Pastoral Social do episcopado argentino, a própria cúpula do episcopado e numerosíssimas organizações sociais vem advertindo há meses da necessidade de fazer frente à emergência alimentar, em que atravessa a nossa Pátria”. Entre aqueles que demandaram a medida está também a Federação Argentina de Igrejas Evangélicas (FAIE) que, com a assinatura de seu presidente, o pastor Néstor Miguez, se somou ao pedido da declaração de emergência alimentar e nutricional dada a “comprovação da situação precária que golpeia o nosso povo, especialmente os setores mais esquecidos, meninos, meninas e idosos”.
Em um breve texto de apenas uma página, os padres católicos sustentam agora que é o momento “de trabalhar em consequência do mandato que os votantes deram ao Presidente e aos legisladores de servir ao bem-comum”, sem “nos determos a falar do cinismo e da maldade daqueles que verdadeiramente fazem política com a fome: cinismo e maldade que, por outro lado, se comentam sozinhas”. Agregam, aludindo a alguns dos argumentos empunhados pelo governo, contra a declaração de emergência, que “se há problemas para saber de onde poderão sair os fundos para solucionar a emergência alimentar, como perguntou o ministro da Educação (!), lhe sugerimos a promulgação de um Decreto de Necessidade e Urgência, que exproprie os bens dos que protagonizaram a fuga de capitais, que sumiram do país nessa crise, começando por seus membros e ex-membros”.
“Negar as cifras que o próprio Indec e o Observatório Social da Universidade Católica Argentina publicam diariamente, é fazer política com a fome”, dizem os padres. “E – finalizam – ser insensíveis aos rostos e nomes que escondem essas cifras é imoralidade”.
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Argentina. Padres pedem a decretação da emergência alimentar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU