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Ken Loach: “Os ricos apoiam o fascismo quando sentem que o seu dinheiro é ameaçado”

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08 Julho 2019

Ele é figura chave para se compreender o cinema europeu. O único capaz de dedicar a Palma de Ouro em Cannes aos trabalhadores do festival ou jantar um pedaço de pizza em qualquer bar barato, longe do glamour de prêmios e festivais. Ken Loach tem as suas contradições como todo mundo, mas ele é a pessoa mais consequente da indústria cinematográfica. Em sua carreira de 50 anos, que começou com Cathy come home, todos os seus filmes serviram para colocar diante do público os problemas enfrentados pela classe trabalhadora.

Nestes anos, acompanhado por seu roteirista Paul Laverty, também revisou a Guerra Civil Espanhola em Tierra y Libertad , cujas filmagens na Catalunha completam 25 anos. Ele também falou da independência da Irlanda em El viento que agita la cebada, com o qual ele ganhou sua primeira Palma de Ouro em Cannes. A segunda veio com Eu, Daniel Blake, uma crítica dos efeitos da austeridade na Europa. Agora ele recebe o prêmio Masters of Cinema do Atlàntida Film Fest, um festival organizado pela plataforma Filmin com duas sedes, uma em Mallorca e outra online. Ken Loach foi a Palma para receber o prêmio, punho erguido, sob os olhos da rainha Letizia.

A entrevista é de Pepa Blanes, publicada pelo portal Cadena SER, 03-07-2019. A tradução é de Cesar Sanson.

Eis a entrevista.

Você faz filmes retratando a classe trabalhadora britânica há cinquenta anos. Se compararmos o seu primeiro trabalho com o último, não parece haver muitas mudanças, ou algo mudou?

Houve muitas mudanças, mas a essência permanece a mesma, a vida das pessoas segue determinada pelas circunstâncias econômicas. As escolhas que podem fazer quando são jovens dependem da família em que nasceram, de sua classe social, todas as possibilidades que podem ter são determinadas por esse status. Alguns foram muito bem sucedidos, ganharam muito dinheiro, mas a maioria não, e devemos tentar contar as histórias dessa maioria.

O estado de bem-estar acabou?

Quando comecei, você tinha a possibilidade de ter um emprego por toda a vida, ter uma família, ter uma casa, seus filhos tinham uma educação, se você ficava doente, tinha um médico, na velhice, uma pensão. Você não era rico, mas tinha estabilidade, agora a estabilidade, a segurança, desapareceu. A comunidade está fraturada, os empregos não duram mais de seis meses, os trabalhadores da classe média estão na mesma situação, inseguros. O padrão de vida caiu. Em geral, as opções que temos são piores. Mas a grande mudança é que a segurança foi substituída pela insegurança, acho que essa é a grande mudança.

O que aconteceu? Por que tudo mudou tanto?

Eu cresci nos anos 40 e 50, quando a consciência das pessoas era trabalhar pelo bem comum. Isso não existe mais, foi quando Margaret Tatcher chegou e impôs a consciência neoliberal em toda a Europa. Agora, a primeira coisa é olhar para si mesmo, pensar que você está sozinho, que você tem que cuidar de si mesmo ou pensar nos outros como concorrentes, inimigos. Em minha época estávamos todos juntos, agora o individualismo prevalece. Esse é o grande problema.

Por que é tão difícil para o cinema retratar isso? É uma arte totalmente burguesa?

A maioria dos filmes custa muito e precisam de investimentos dos ricos, e eles acabam contando as histórias da burguesia. Ainda que os personagens não sejam burgueses, o olhar é burguês. Retratam os trabalhadores como merecedores da pobreza, fracos. As pessoas não gostam de ver filmes sobre si mesmos, preferem ver as pessoas ricas. Personagens ricos que não sabem de onde tiram o dinheiro. Eles preferem isso porque não há culpados, não há problemas. Esse é o primeiro problema e então os diretores precisam perceber que a indústria precisa se adaptar ao mundo. Tenho ‘sorte’ porque faço filmes a partir do meu olhar e não fazemos filmes sobre o individual, porque acredito que para fazer um filme é preciso interesse comum. Isso é bem radical, com o individual acontece o contrário, pessoas lutando apenas por seus interesses.

Mas você é um dos poucos diretores que não se acomodou, continua na busca de todos os desafios que as pessoas enfrentam. O último sobre a uberização do trabalho em seu retrato da Amazon em Sorry we miss you. Como se faz para acompanhar o que acontece nas ruas?

O segredo está em escrever com escritores, eu trabalho com Paul Laverty há mais de 25 anos , somos como um casal, e o filme é mais dele do que meu. O segredo é que os escritores com quem trabalhei são muito talentosos. Nós falamos sobre a história primeiro, mas eles criam os personagens, as histórias, tudo. Mas não há escolha, não é indulgência, você tem que estar ciente de como as pessoas vivem. Isso é maravilhoso, é a coisa mais empolgante num filme, tentar retratar a vida, o trabalho, as casas das pessoas, a vida normal e levá-los para a tela da forma mais sincera possível.

A etiqueta de ‘cinema social’, lhe incomoda?

O cinema está sendo cultivado para atender às expectativas cada vez mais estreitas, apenas ver as coisas de outro mundo, extraordinários, super-heróis, efeitos especiais. O cinema teve muitas tradições, como retratar o mundo em que vivemos, ou a comédia, e essas tradições estão sendo destruídas. Se você for a uma biblioteca e só houver ficção científica, diria que não é uma boa biblioteca, é uma questão de diversidade.

Já se passaram 25 anos desde as filmagens de Tierra y Libertad, seu filme sobre a Guerra Civil Espanhola, que lembranças você tem?

Foi uma experiência extraordinária por muitas razões, primeiro porque estávamos totalmente assustados com o que estávamos fazendo. Nós estávamos nas ruas de Barcelona com os produtores pensando o tempo todo sobre a estupidez que estávamos fazendo. Não falava espanhol, ninguém queria falar sobre a Guerra Civil ... Mas quando perguntávamos, eles contavam histórias, histórias muito pessoais. Conhecemos muitas pessoas e o roteirista, que era um trabalhador inglês, mas muito político, que havia lido tudo sobre a guerra, decidiu que o ponto de vista devia ser o da disputa por ideias. Decidido isso, fomos em frente

Conhecemos pessoas maravilhosas, um homem Juan Rocabell que queria que a gente rodasse na Catalunha e em Aragão. Ele viveu na França durante o franquismo e nos contou a história que encerra o filme. Quando filmamos, isso foi uma das coisas mais maravilhosas que aconteceu, porque as lágrimas caíram por suas faces, ficamos muito emocionados. De todos os que fiz, acho que é o mais maravilhoso.

E o você acha que Franco ainda está no mesmo lugar? O que você diria para aqueles que dizem que a Guerra Civil é o passado?

A primeira coisa é que a história é contemporânea, isso acontece porque os assuntos não morrem. Depende de como você interpreta a Guerra Civil e a ditadura, esse é o problema. E este assunto fala sobre a nossa política atual, não é uma coisa só do passado. Serve para compreender o fascismo e entender como ele funciona e para saber porque a classe dominante o apóia quando se sente ameaçada. Os homens do negócio apoiaram Hitler, financiaram o nazismo. Portanto, para entendê-lo, devemos saber que ele defendia a propriedade dos mais ricos, quando eles se sentiam ameaçados. Entender como o fascismo funciona é algo que serve para nós hoje, porque continua funcionando da mesma maneira. Quando o sistema econômico falha, como acontece agora, a culpa é dos imigrantes, das pessoas de cor, aos pobres dizem que é preciso reduzir os impostos dos ricos para que eles possam fomentar a economia, abrir empresas. É o mesmo programa, o mesmo. Se entendermos o que é o fascismo, podemos enterrar Franco de uma vez por todas.

Você continuar em plena forma, isso significa que não se aposentou? Já disse que se ia e retornou ...

Eu disse isso trabalhando no oeste da Irlanda, em um clima muito úmido. Meus pés estavam molhados, nós estávamos afundando na lama e eu pensei que não poderia mais fazer isso. Mas terminei o filme e vi que a vida não era tão ruim e depois que me sequei eu disse para mim mesmo 'você pode fazer mais um'. Isto é como o futebol, você tem jogar partida por partida, eu não prometo mais do que o próximo. Então eu não sei se vou fazer outro, é a resposta mais direta para isso.

Em seu discurso em Cannes, quando ganhou com Eu, Daniel Blake, disse que este festival era necessário para o futuro do cinema. O que você acha sobre o surgimento de plataformas e o novo momento que o cinema está experimentando?

Já sou bastante velho e acho que o cinema funciona melhor quando você assiste a filmes com pessoas, quando você tem uma experiência em comum, quando se ri junto, quando se tocamos, tem-se aí uma resposta comum. Isso é enriquecedor, mais forte do que ficar em casa sozinho e assistir em um laptop. Você sente que você entra no filme, em casa não há ninguém para compartilhar. Mas não sei, eu não tenho nem computador.

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