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Pobres e teoremas sobre a ''culpa'': na raiz do ataque às redes solidárias. Artigo de Luigino Bruni

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03 Mai 2019

A “cultura do business” já está se tornando a cultura dominante em todos os âmbitos da vida em comum. Uma cultura econômica, de matriz predominantemente anglo-saxônica, que, em nome da meritocracia, está reintroduzindo por toda parte a arcaica tese da pobreza como maldição e culpa.

A opinião é do economista italiano Luigino Bruni, professor do Departamento de Jurisprudência, Economia, Política e Línguas Modernas da Universidade Lumsa, de Roma. O artigo foi publicado em Avvenire, 30-04-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Uma das maiores novidades morais do humanismo cristão e europeu é o fato de ter libertado os pobres da culpa pela sua pobreza. O mundo antigo havia nos deixado de herança a ideia, muito arraigada e difundida, de que a pobreza nada mais era do que a maldição divina merecida por alguma culpa cometida pela pessoa ou pelos seus antepassados. Os pobres, assim, encontravam-se condenados duas vezes: pela vida e pela religião (o livro de Jó é um dos ápices éticos da antiguidade precisamente porque é uma reação contra a ideia da pobreza como culpa), e os ricos se sentiam tranquilos, justificados e duplamente abençoados.

Na Europa, porém, não foram as cidades e os Estados com as suas instituições políticas que libertaram os pobres da sua maldição. Ao contrário, desde os tempos do Império Romano e depois durante toda a Idade Média e a Idade Moderna, os estatutos e as leis da cidade estavam muito atentos para identificar os chamados pobres e mendigos voluntários e, portanto, culpados, para depois expulsá-los dos muros da cidade. Não devemos esquecer que a história política das cidades europeias é também (e às vezes acima de tudo) uma história de exclusão de pobres, judeus, migrantes, hereges e vagabundos, porque não possuíam aquela “confiabilidade” necessária para entrar no clube dos mercados das novas cidades.

Mas, graças a Deus, as instituições europeias não eram apenas as políticas das cidades burguesas e mercantis: havia também as instituições nascidas da fé religiosa. O cristianismo trouxera uma grande inovação em termos de pobreza. Uma religião fundada por um homem não rico e com muitos apóstolos e discípulos pobres, e que ousava chamar os pobres de “bem-aventurados”, em um contexto religioso e cultural que descartava e amaldiçoava os pobres. E que, na sua vida, fez de tudo para mostrar que os doentes e os pobres não eram culpados pela sua doença e/ou pobreza (pense-se no cego de nascença, no paralítico, nos leprosos...).

A Igreja dos primeiros tempos continuou essa revolução ética, e Santo Ambrósio podia escrever: “Não é verdade que os pobres são malditos” (“La vigna di Nabot”). Ele tinha que dizer isso com força, porque estava bem ciente de que estava indo contra a mentalidade corrente.

Essa grande novidade religiosa e social produziu, séculos depois, Francisco e as ordens mendicantes, que viveram e mostraram uma ideia de pobreza como via de libertação e de felicidade que embebeu o segundo milênio. E, depois, os muitos carismas sociais da modernidade, que olhavam para os pobres não como malditos, mas como imagem do Cristo pobre e sofredor.

Há esse apagamento do estigma de maldição na raiz dos muitos hospitais, escolas, orfanatos que fundaram o bem-estar europeu. E, enquanto os políticos de ontem e de hoje discutiam e discutem sobre as várias categorias de pobres (voluntários e involuntários, merecedores e desmerecedores...), aqueles carismas sociais nos diziam e nos dizem que o pobre é pobre e ponto final, e é a sua condição objetiva de necessidade que o torna próximo e, como tal, merecedor de ajuda.

O samaritano não ajuda o homem vítima dos bandidos por ser portador de algum mérito, mas porque era uma vítima e era um homem (“Um homem descia...”). A culpa nunca foi uma boa chave de leitura para entender e tratar as pobrezas, porque, toda vez que começam as análises das culpas, sempre se encontra uma para condenar uma pessoa frágil.

Foram os carismas, e não as instituições políticas das cidades e depois dos Estados modernos, que superaram a terrível distinção entre pobres bons e pobres malditos, que mandaram fechar aqueles “hospitais” onde os pobres culpados eram encerrados e submetidos a autênticos trabalhos forçados de reinserção social, bem conhecidos de muitas cidades europeias dos séculos passados. Sem o olhar diferente sobre a pobreza e sobre os pobres de centenas e milhares de sacerdotes, leigos, freiras e frades, a Europa teria sido diferente e certamente pior para os pobres – e, portanto, para todos, porque a condição dos mais pobres e a sua consideração social continuam sendo os primeiros indicadores da moralidade de uma civilização.

Há alguns anos, essa cultura europeia diferente da pobreza entrou profundamente em crise. As causas são muitas, mas certamente um fator decisivo foi desenvolvido e é desenvolvido pela “cultura do business”, que já está se tornando a cultura dominante em todos os âmbitos da vida em comum. Uma cultura econômica, de matriz predominantemente anglo-saxônica, que, em nome da meritocracia, está reintroduzindo por toda parte a arcaica tese da pobreza como maldição e culpa.

Por quê? A lógica econômica está na origem das religiões antigas, que nascem em torno da ideia mercantil de troca entre os seres humanos e as suas divindades. O primeiro homo oeconomicus foi o homo religiosus, que leu a fé como comércio, como dar e receber com o divino, como dívidas e créditos a serem geridos mediante ofertas e sacrifícios. A Bíblia e depois o cristianismo lutaram com todas as suas forças para libertar os seres humanos da ideia econômica de Deus.

Hoje, com o enfraquecimento cultural da religião judaico-cristã, no horizonte secularizado, assomou-se novamente a antiga ideia do deus econômico e, portanto, das culpas, dos méritos, dos deméritos, de novos sacrifícios e novos ídolos. No “crepúsculo dos deuses”, acordamos novamente acorrentados por uma religião-idolatria que também traz consigo a ideia arcaica do pobre como culpado. Mas o seu maior golpe de gênio está no fato de conseguir nos apresentá-la como uma inovação moral, como uma forma mais elevada de justiça, simplesmente chamando-a com um nome evocativo: meritocracia.

Não entendemos o recente ataque às redes de solidariedade e ao mundo do Terceiro Setor na Itália (é útil ler ou reler a entrevista com Stefano Zamagni publicada aqui no domingo, 28 de abril) sem levar muito a sério o projeto ideológico da meritocracia e da cultura do business que a veicula. A meritocracia está se tornando uma legitimação ética da condenação moral do pobre, que primeiro interpreta a falta de (alguns tipos de) talento como culpa, depois condena o pobre como desmerecedor e, por fim, o descarta junto com aqueles que cuidam dele.

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