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"Nossa paixão pela terra vem do nosso berço”: lições da luta pela terra

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22 Abril 2019

"Nas brechas das contradições do sistema do latifúndio e da cafeicultura, trabalhadores boias-frias na colheita do café no sul de Minas Gerais também contribuem com a frente de massa do MST, pois vários acabam aderindo à luta pela terra e convidando parentes e amigos para isso", escreve Gilvander Moreira, Frei e padre da Ordem dos carmelitas.

Frei Gilvander é mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblica, de Roma; é professor de Teologia Bíblica; assessor da Comissão Pastoral da Terra – CPT, assessor do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos – CEBI, assessor do Serviço de Animação Bíblica – SAB – e da Via Campesina em Minas Gerais.

Eis o artigo.

Na luta pela terra, pela moradia ou pelo território, o despejo não põe fim à luta. Ser despejado é sempre algo traumático, mas se for elaborado, divulgado e tirado todas as lições possíveis, até os despejos podem se tornar fontes de emancipação. O Sem Terra Cesário Pereira Da Silva, do acampamento Sidnei Dias, no latifúndio da Ariadnópolis, em Campo do Meio, sul de Minas Gerias, narra: “Eu vim para o acampamento aqui na Ariadnópolis, porque vi na televisão a notícia de um despejo aqui. Aí fiquei sabendo que tinha luta pela terra aqui no sul de Minas e eu resolvi vir. Aqui na terra trabalhando, eu reconquistei minha saúde. Muito melhor do que estar em Campinas, SP. Para agradar meus filhos, eu já estive oito meses na Serra Pelada, no Pará, em busca de melhorar a vida, mas a Serra Pelada matou muito pai de família. Fui levado pela mulher e pelos filhos, pois eu nunca gostei de mexer com garimpo. Já estive também no garimpo em Parauapebas, no Pará. Eu já fui ofendido por três cobras. Agora, aqui no Acampamento na luta pela terra, sou feliz.”

Nas brechas das contradições do sistema do latifúndio e da cafeicultura, trabalhadores boias-frias na colheita do café no sul de Minas Gerais também contribuem com a frente de massa do MST, pois vários acabam aderindo à luta pela terra e convidando parentes e amigos para isso. Jailson Lima Da Cruz, Sem Terra migrante de Bom Jesus da Lapa, BA, do Acampamento Betinho (Hebert de Souza), recorda: “Meu sogro veio trabalhar no sul de Minas na panha do café. Sofreu muito, mas conheceu os companheiros do MST acampados na luta pela terra nas terras da Ariadnópolis. Ele me convidou. Como na Bahia também existe o MST espalhado no estado, aceitei o convite do meu sogro que me disse que aqui nos acampamentos era muito bão. Vim e me juntei aos companheiros do MST aqui na Ariadnópolis. Já estou aqui há 14 anos. Eu estou feliz aqui.”

Depois de 18 anos de acampamentos nas terras da Ariadnópolis, dia 11 de outubro de 2015, diante do embargo judicial do decreto do governador de Minas, Fernando Pimentel, de desapropriação do latifúndio da Ariadnópolis e também por não tolerar mais as ameaças oriundas da sede da fazenda, o MST ocupou também a sede da ex-usina Ariadnópolis com área de 63 hectares, com 26 casas ao redor da mansão da sede que tem vários andares e um elevador panorâmico, inclusive. Na Sede, o MST constituiu o Acampamento Quilombo Campo Grande e lutou para formar ali um Centro de Formação e uma Escola Eduardo Galeano. O Instituto Federal da cidade de Machado, no sul de Minas, apoia a criação da Escola, onde já se formou a 1ª turma de jovens do MST como técnico agrícola na linha da agroecologia. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SINDUTE/MG) também apoia a criação de uma Escola Estadual pública na sede da Ariadnópolis, escola que iniciou em 2017 com mais de trezentos estudantes: crianças, adolescentes, jovens e adultos. Injustamente, o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema, mandou fechar a escola, o que é um erro grave.

No município de Arinos, noroeste de Minas, após o MST, no ano de 2000, ocupar por uma semana a Escola Estadual Major Saint-Clair Fernandes Valadares e a sede da Prefeitura de Arinos pressionando para a criação de uma Escola Estadual no Assentamento Chico Mendes, Itamar Franco, então governador de Minas Gerais, autorizou o funcionamento de uma extensão da Escola Estadual Major Saint-Clair no Assentamento Chico Mendes que, após alguns anos tornou-se Escola Estadual Chico Mendes. No ano de 2010 foram concluídas as obras de um novo prédio com boas instalações para a escola que se tornou referência na região (BATISTA, 2015, p. 26).

No acampamento Quilombo Campo Grande, na sede da Ariadnópolis, as famílias Sem Terra se organizavam por Grupos: grupo do Pão, do Porco, do Mel, do Frango e da Horta Coletiva. A horta coletiva era cultivada com adubação orgânica dentro dos princípios da agroecologia. Ouvindo a cantoria dos pássaros, na sede ocupada, vimos um trator novo conquistado pela Associação dos Acampados e Assentados, porcos na pocilga, dois tanques de leite, ruas calçadas, casarão histórico de 1837, ao lado de outras 25 casas grandes abandonadas. Ficamos chocados ao constatarmos o tamanho do parque industrial da ex-usina de açúcar e álcool Ariadnópolis, que se tornou sucata, tudo deteriorado. Os Sem Terra encontraram sacos de plásticos de açúcar no entulho com logotipo da usina, inclusive. Centenas de carteiras de trabalho deterioradas também foram encontradas na casa grande que funcionava como escritório.

Impressionante e estarrecedor ver o parque industrial da ex-usina Ariadnópolis todo sucateado. Roberto Bartolomeu de Freitas, Sem Terra acampado na sede a ex-usina Ariadnópolis, na época, recorda: “Aqui, se eles vierem para despejar a gente, não vão destruir, porque aqui é a sede. Aqui estava tudo abandonado. As casas aqui estavam cheias de esterco de vacas, porque as casas aqui tinham se tornado moradia de vacas. Cupim e morcego tinham demais aqui nessas casas. Tivemos que rapar tudo e limpar. Ali ao lado daquela casa ainda está um monte de esterco que a gente retirou das casas daqui. Muitas casas aqui têm escadas, mas as vacas subiam e desciam em todas essas escadas aqui.”

Com raízes camponesas, após trabalhar muitos anos na cidade, muitos camponeses, desterrados pela mecanização da agricultura e pelo avanço do capital no campo, se engajam na luta pela terra e voltam para o campo, onde reencontram o sentido da vida camponesa na luta pela terra. É o que nos relata Roberto Bartolomeu de Freitas, camponês que foi para a cidade, mas voltou para a terra: “Uma tia minha morava em São Paulo, todo ano visitava meu pai e sempre o convidava para mudar para São Paulo. Ela acabou convencendo meu pai a mudar para Guarulhos, SP, em 1964. Meu pai deve ter pensado: “Eu estou ficando velho, meus filhos crescendo e sem estudo. Melhor será levá-los para a cidade grande, pois lá tem emprego e estudo”. Mudamos - toda a família - para Guarulhos. Minha tia morava em um terreno da Caixa Econômica, com um quintal grande, onde a gente plantava uma grande horta e, após produzir as verduras, a gente vendia na rua de porta em porta. Com 15 anos, eu arrumei serviço e fui trabalhar em uma empresa dentro da base aérea de Guarulhos durante dois anos e, após ser dispensado do exército, trabalhei em uma indústria de doce e depois comecei a trabalhar como metalúrgico até me aposentar. Era uma época que havia muito serviço/emprego em São Paulo. A gente podia sair tranquilamente de uma fábrica e no dia seguinte ser fichado em outra empresa. Nesse contexto, mudei muito de empresa. Trabalhei em umas dez empresas, pois era interessante receber o acerto de contas. O conhecimento que aprendi como metalúrgico em dez empresas – por exemplo, saber fazer chapa de betoneira - não me ajuda em nada, porque só serve dentro de uma empresa. Eu não tenho dinheiro para montar uma empresa para produzir com o conhecimento que adquiri. Muitos trabalhadores permanecem escravos das empresas na cidade, porque na terra se a gente planta hoje, a gente não colhe amanhã, precisa alguns meses para colher. Logo se a pessoa não tem de onde tirar o alimento do dia a dia, se torna difícil. Para um pai de família largar um emprego que lhe dá um salário mensal é muito difícil, pois acreditar na luta pela terra implica abraçar a incerteza do êxito da luta. Se os filhos não têm como apoiar o pai na luta pela terra, pior. Agora, eu e minha companheira não abrimos mão da luta pela terra nem que alguém nos ofereça uma mansão de presente lá na cidade. Quando eu estava para casar com a Eva, ela trabalhava para um patrão que me chamou para ir para a cidade de Santos, SP, para trabalhar com ele pescando durante a semana no mar e nos finais de semana eu deveria limpar e cuidar dos jardins e da piscina da casa dele. Eu disse a ele: “O senhor quer é um escravo. Não aceito”. Nossa paixão pela terra vem do nosso berço, pois nosso pai convidava a gente quando era criança e nos ensinava a plantar milho, feijão, café e verduras. A gente não tem nada contra a polícia, temos contra a farda.”

Referência:

BATISTA, Elza Cristiny Carneiro. Trajetórias escolares de jovens assentados: estudo em Arinos/MG. (Dissertação de mestrado). Florianópolis: UFSC, 2015

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