As mudanças climáticas já chegaram ao Rio de Janeiro

Ativistas do Greenpeace abrem banner no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, para chamar atenção sobre a necessidade de protegermos o meio ambiente. Foto: Daniel Beltrá | Greenpeace

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

11 Abril 2019

Chuvas mais fortes e mais frequentes, como vimos neste verão no Rio de Janeiro, são o retrato do aquecimento global e da falta de planejamento e resiliência das grandes cidades brasileiras. Autoridades precisam agir com urgência para evitar mais mortes.

A reportagem é publicado por Greenpeace, 10-04-2019.

O mundo está preparado para o aumento da temperatura global? Ao que parece, não. A cidade do Rio de Janeiro foi devastada por chuvas nesta semana, e essa é uma realidade que não se limita àquela região. As mudanças climáticas já chegaram no Brasil, e estão tornando fenômenos extremos cada vez mais frequentes. A ação do homem no meio ambiente como um agente destruidor as causou. Agora, a ação do homem deve controlá-las.

O Greenpeace lamenta as mortes e danos ocorridos no Rio de Janeiro nesta semana, e se solidariza com todas as vítimas dessa catástrofe.

Os estragos e mortes causados pelas enchentes na megacidade do Rio não se limitam, no entanto, ao aquecimento global. Na cidade, falta planejamento urbano, rede de esgoto apropriada e saneamento; há ocupações em áreas de risco e infraestrutura debilitada. Enfim, problemas inerentes a um país que sofre com a desigualdade social e a concentração de renda, e que fica mais vulnerável aos efeitos da mudanças climáticas.

As grandes cidades brasileiras, especialmente as litorâneas, devem se preparar para mais eventos extremos, que já são realidade. Temporais serão mais frequentes e destruidores e secas perdurarão por mais tempo.

Diminuir as emissões de gases de efeito-estufa também é optar por um modelo de desenvolvimento justo para o meio ambiente e para as pessoas. É preparar as cidades para o mal que já as afeta e reverter a urbanização negligente e sem planejamento climático, que opta pelo carro, pela poluição e pela ocupação desordenada e injusta.

Enquanto o poder público negar as mudanças climáticas, nega também o direito das pessoas de se defenderem de catástrofes, nega a elas a escolha de reverter os impactos e estar melhor preparadas para quando acontecerem. Dizer que as mudanças climáticas não existem é privar os brasileiros de seus direitos básicos. É expor o país a mais mortes.

O problema que ontem assolou o Rio – e amanhã poderá atingir outras regiões – foi causado por pessoas, e agora, deve ser resolvido por pessoas. A solução recai sobre os governantes eleitos por todos, que devem agir de maneira justa para de um lado acabar com a destruição dos biomas e diminuir as emissões brasileiras, e de outro planejar a estrutura de cidades para catástrofes que já acontecem. Não se trata apenas de reduzir emissões, mas de reverter as mudanças climáticas com justiça social para todos.

Leia mais