09 Abril 2019
Cientistas da Universidade de York propuseram um mapeamento de 1/3 dos oceanos protegidos até 2030. É preciso salvaguardar a vida selvagem. E mitigar os impactos da mudança climática. A pesquisa explora o que significaria proteger completamente 30%, e 50% dos oceanos. Essas metas foram discutidas nas negociações na ONU para um Tratado Global dos Oceanos para protegê-los fora das fronteiras nacionais, o chamado alto-mar, cobrindo 230 milhões de quilômetros quadrados.
A reportagem é de João Lara Mesquita, publicada por Phys.org e reproduzida por Mar Sem Fim, 06-04-2019.
Em um dos maiores estudos do gênero, pesquisadores ‘recortaram’ os oceanos globais em 25.000 quadrados de 100×100 km. Eles mapearam a distribuição de 458 diferentes características de conservação. Elas incluem vida selvagem, habitats e principais características oceanográficas. Foram gerados centenas de cenários para que a rede de santuários oceânicos, livre de atividades humanas, pudesse aparecer. A equipe incluiu pesquisadores da Universidade de York, de Oxford e do Greenpeace, mostrou que as metas podem ser alcançadas empregando uma rede de reservas marinhas em alto mar.
No Brasil, ambientalistas defendem pelo menos dois santuários, um para baleias, na Atlântico Sul, outro para tubarões, em Fernando de Noronha.
Para o professor Callum Roberts, biólogo de conservação marinha, “Perdas extraordinárias de aves marinhas, tartarugas, tubarões e mamíferos revelam um sistema de governança furado que os governos das Nações Unidas precisam urgentemente rearranjar”.
Os cientistas alertam que os oceanos estão em risco devido à pesca, à ameaça emergente da mineração do leito do mar profundo, às mudanças climáticas que aquecem os mares e outras poluições, como o lixo plástico.
Para Louisa Casson, ativista do Greenpeace, “Nos próximos 18 meses, os governos em todo o mundo têm uma oportunidade única de estabelecer uma estrutura global para proteger os oceanos. Trabalhando juntos, eles podem facilitar a proteção de 30% dos oceanos até 2030, por meio de uma rede de santuários.”
O mundo corre contra o tempo para criar as áreas marinhas onde estão os últimos berçários. A sugestão foi bem recebida no Reino Unido. O ministro do Meio Ambiente, Michael Gove, declarou, “O Reino Unido já está em curso para proteger mais da metade de suas águas. Eu me uno ao Greenpeace para pedir que outros países trabalhem juntos em prol de um tratado que proteja pelo menos 30% dos oceanos do mundo.”
Vamos nesta, Brasil?
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Cientistas querem 1/3 dos oceanos protegidos até 2030 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU