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Greta Thunberg: “Não deveríamos ter de faltar à aula para lutar contra a mudança climática”

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11 Março 2019

Ela chega sozinha, carregando uma placa de madeira. Uma chuva fina cai sobre sua capa amarela, vários números maior do que deveria, e que esconde seu corpo pequeno. Cruza os arcos do majestoso edifício de Rksdag, o Parlamento sueco, e continua andando em linha reta, ignorando o traçado da rua. São quase oito da manhã de sexta-feira e na praça de Mynttorget há pessoas a sua espera. Ela mal troca algumas palavras e coloca sua placa ao lado de um canteiro: Skolstrejk for Klimatet, greve escolar pelo clima. Foi neste lugar do centro de Estocolmo que tudo começou em agosto passado. Foi quando Greta Thunberg, até então conhecida por ser filha de uma famosa cantora de ópera sueca, realizou o protesto que se transformaria em poucos meses no símbolo do movimento juvenil de luta contra a mudança climática que promete encher as praças na greve mundial de 15 de março.

A reportagem é de Mariangela Paone, publicada por El País, 10-03-2019.

“Eu só cheguei na hora certa. Cada vez mais pessoas têm consciência da situação de emergência em que vivemos, do fato de que estamos atravessando uma crise existencial que não foi nunca abordada dessa forma”, diz. É a 29ª semana das “Sextas para o futuro” ou #FridaysForFuture, a hashtag em inglês com a qual o protesto se espalhou como pólvora, primeiro nas redes sociais e depois nas ruas de dezenas de cidades de todo o mundo. A sexta-feira foi o dia que escolheu para continuar uma greve que em princípio se prolongou por três semanas seguidas: o objetivo era obrigar seu país a cumprir o Acordo de Paris sobre o clima. Nem ela nem sua família imaginavam o impacto que teria. “Começou em 20 de agosto. Pensávamos que ficaria aqui um pouco, que voltaria para casa para almoçar, mas não. Foi a mesma coisa no mesmo dia depois e no seguinte”, conta Svante Thunberg, pai de Greta, que durante as mais de sete horas de greve de sua filha permanece discretamente na praça.

Quando o protesto começou a sair na mídia veio um convite para o TEDTalk, depois outro para o encontro do clima das Nações Unidas em Katowice (Polônia), onde a jovem deslumbrou a plateia com um discurso de frases contundentes e sem meias-palavras, mesmo tom que usou em janeiro em Davos e há algumas semanas em Bruxelas. Frases como esta, que solta quando lhe perguntam como se sente quando alguém diz que são só umas crianças protestando: “Concordo. Somos só crianças que protestam, não deveríamos estar fazendo isso, não deveríamos ter que fazer, sentir que nosso futuro está ameaçado a ponto de termos que faltar às aulas para lutar por isso. É um fracasso das gerações anteriores que não fizeram nada”.

— ­Por que você acha que seu protesto está tendo esse impacto?

— Tenho uma mensagem muito direta e sou uma garota que diz que outras pessoas estão roubando meu futuro e o de outros. Muita gente se sente culpada.

Greta Thunberg é na verdade uma adolescente de 16 anos em um corpo de menina. Aparenta menos idade do que tem pelas sequelas de uma forte depressão que a levou a deixar de comer por dois meses e a perder 10 quilos: “Quando tinha 11 anos, comecei a ficar muito deprimida: parei de comer, parei de falar, parei de ir à escola. Isso tinha a ver muito com a mudança climática: fiquei muito preocupada. Não sabia o que fazer...” Seu pai explica que tudo começou depois que ela viu vídeos sobre o assunto no colégio. O que para a ativista foi impactante, para o resto foi algo que sumiu de suas preocupações assim que saíram para o recreio. “Quando ela diz que sua depressão teve a ver com o clima é preciso entender que tinha uma forte sensação de ter ficado afastada e sozinha”, acrescenta.

A solidão e a incompreensão também derivavam de um dos primeiros dados biográficos dela que se conhece. Revela em seu perfil nas redes sociais: tem síndrome de Asperger, um transtorno do espectro autista que afeta a interação social. “Não falo com as pessoas mais do que o necessário... Não é tão difícil, consigo administrar, mas mesmo assim é assustador, todas essas pessoas em volta”, admite depois de ter sido recebida por milhares de estudantes em Bruxelas, Paris e Hamburgo.

Na praça de Mynttorget as pessoas continuam chegando. Pequenos grupos vão rodando e no total, no fim do dia, umas 200 pessoas passaram por ali. “Não vem muita gente”, comenta David Fopp, professor universitário, “somos uma sociedade não conflitiva e muitos pensam que já se fez bastante aqui contra a mudança climática”. Apesar disso, os tabloides suecos Aftonbladet e Expressenhan nomearam Greta Thunberg “mulher do ano”. “Quando você se preocupa com a mudança climática”, comenta, “vê que as mulheres são mais ativas. Segundo muitos estudos, os homens em média produzem mais emissões do que as mulheres. Elas serão as mais afetadas. Esta luta tem muito a ver com o feminismo”.

“Minha vida mudou”

Entre seus apoiadores na praça há de tudo, cada um com sua hashtag: avós para o futuro, escritores para o futuro e até investidores para o futuro. Na hora da saída do colégio chegam grupos de crianças com cartazes de mil cores. A ativista mal interage, mas de vez em quando olha para elas e esboça um sorriso aberto, que, junto com suas duas largas tranças e seus olhos verdes, a faz parecer com Píppi Meialonga, a impertinente menina dos livros da escritora sueca Astrid Lindgren.

“Antes de tudo isso eu era muito tímida e ainda sou em particular. Sempre era a pessoa que estava por trás, a que ninguém notava”, diz Thunberg. O protesto foi uma terapia. “Minha vida mudou muito, me sinto com mais energia, mais feliz, tenho agora algo que faz sentido, algo para fazer. Não tenho muito tempo livre, mas tudo bem.”

A mudança foi radical para toda sua família. Greta é vegana e tenta convencer os pais a serem também. Svante Thunberg quase consegue; a mãe, Malena Ernman, continua comendo queijo. Para ela, a maior renúncia foi deixar de pegar aviões como lhe pedia a filha para reduzir o impacto ambiental de suas ações. “Teve de mudar de profissão. Continua cantando, mas agora faz musicais aqui em Estocolmo”, explica a jovem. Quando fala das conquistas obtidas com sua família seu rosto se ilumina. O mesmo ocorre quando imagina o que pode acontecer na próxima sexta-feira com a greve global de estudantes: “Me entusiasmo pensando que no dia seguinte, quando olhar a Internet, vou ver fotos vindas do mundo todo”. Ela gerencia suas redes sociais e responde as mensagens. Nem todas chegam pela Internet. Enquanto o fotógrafo prepara a câmera para fazer seu retrato, uma mulher se aproxima e lhe entrega uma carta, enviada por uma jovem francesa.

“É como um conto de fadas: uma criança, a menor de todas, força todos os outros a lutar contra o dragão”, comenta Gerd Johnsson, uma ativista de 66 anos, depois de entregar dois ramos de tulipas vermelhas para sua heroína. Thunberg compartilha entre os jovens que ficaram até o fim da greve. Às três, pega seu cartaz e sai, em silêncio, com seu pai ao lado, e entra na mesma rua pela qual chegou horas antes.

O risco de converter em uma marca

“Muita gente usou meu nome com fins comerciais ou não, e não tenho controle sobre isso. Se alguém me pergunta e é algo que fazem por lucro, digo que não, mas não consigo controlar todo mundo, não tenho muito tempo...” Greta Thunberg tem consciência do risco de estar se tornando uma marca. Seu rosto aparece em convocatórias de manifestações, camisetas... Não pode evitar que isso aconteça, mas, ao ver que sua fama estava aumentando, decidiu não se filiar a nenhuma organização. Mesmo assim teve que dar um passo à frente para contrapor, com longas publicações no Facebook, os rumores e suspeitas de ter alguém por trás, e para explicar que ela viaja só com a permissão de seu colégio e de seus pais, que custearam todos os deslocamentos, desde Katowice (Polônia) até Davos (Suíça) ou Bruxelas. “Muita gente se ofereceu para pagar; quando fui a Davos a organização quis pagar a viagem e o mesmo aconteceu quando foi a Bruxelas. E talvez possamos pensar nisso em ocasiões oficiais, mas no momento pagamos tudo nós mesmos”, afirma o pai.

O risco de ser usada como marca se tornou realidade quando um empresário sueco ativo no movimento contra a mudança climática usou seu nome para os folhetos destinados aos investidores de uma nova startup, reconhecendo depois que não tinha informado a jovem nem sua família. Ela também respondeu a quem suspeitava que seu protesto foi a campanha de lançamento do livro que seus pais escreveram para contar a experiência desses últimos dois anos. A publicação tinha que sair em maio, mas, depois de problemas com a primeira editora, encontraram finalmente outra que quis lançá-lo em 24 de agosto, duas semanas antes das eleições gerais na Suécia. “Esperava que houvesse ódio, se não encontram alguma coisa, inventam. E é triste”, lamenta a ativista.

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