01 Agosto 2017
O pomar do Santuário de Loyola é o cenário de uma nova via-sacra composta por imagens de grande porte, qualidade e profundidade do fenômeno migratório, citações bíblicas que convidam à oração e textos que informam e levam à reflexão e ao compromisso. Trata-se de uma iniciativa do Santuário de Loyola em colaboração com a Ong jesuíta Alboan.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 30-07-2017. A tradução é de André Langer.
Um código QR permite, através do telefone celular, fazer uma viagem espiritual com a via-sacra ou fazer um percurso mais centrado na dimensão social desta realidade.
Primeira estação: pessoas deslocadas pela guerra em Masisi, a leste da República Democrática do Congo. A imagem nos recorda que as migrações fazem parte da história da humanidade e que todas as pessoas são descendentes de migrantes.
Segunda estação: pessoas refugiadas pela guerra na Síria na sua passagem pela Hungria rumo à Alemanha. Elas são o reflexo dos mais de um bilhão de pessoas que se viram forçadas a deixar a sua terra natal nas últimas décadas.
Décima primeira estação: mulher burundesa deslocada, no campo de refugiados internos de Kiyange, Burundi. Ela, com seu alegre vestido colorido, representa o perigo do trânsito migratório para as mulheres.
Às 14 estações tradicionais foi acrescentada uma última. Ela representa a Ressurreição. A imagem mostra uma manifestação em Barcelona a favor da acolhida de pessoas refugiadas. A citação bíblica, tomada de Mateus 25, recorda: “...tive fome e me destes de comer (...), era migrante e me acolhestes”.
O projeto é completado com 15 pequenas imagens situadas no ângulo inferior esquerdo. Elas mostram a via-sacra feita pelo jesuíta camaronês Engelbert Mveng (1930-1995). A obra original, que se encontra no teologado de Nairobi, foi fotografada pelo estudante Benedict Mayaki para este projeto de Loyola, em que se unem espiritualidade, justiça, arte e natureza.
Do mesmo modo, e desde o dia 21 de julho, o Santuário de Loyola, em Azpeitia, acolhe a exposição Um lugar no mundo, para nos aproximarmos de um dos maiores dramas humanitários de nosso tempo e nos animar para colaborar com as organizações que trabalham em nosso entorno mais próximo a favor dos migrantes.
Anualmente, milhões de pessoas se veem forçadas a abandonar suas casas por causa de guerras, perseguições políticas, desastres naturais, degradação ecológica, falta de meios para ganhar a vida ou outras situações que colocam em risco sua vida ou sua liberdade.
No percurso que compreende a saída de seu lugar de origem, o trânsito e a chegada a um destino mais seguro, as pessoas sofrem diferentes formas de violência e uma constante violação dos seus direitos.
A exposição foi instalada no parque do santuário com caráter permanente, e consta de 15 painéis de ferro galvanizado com fotografias de 1,5 m x 1 m impressas em dibond (alumínio). Os painéis dispõem de ponto de luz led que possibilita que as imagens sejam vistas durante a noite.
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A Via-sacra do fenômeno migratório no Santuário de Loyola - Instituto Humanitas Unisinos - IHU