Por: André | 30 Novembro 2012
As Ongs Alboan e Entreculturas, vinculadas aos jesuítas, denunciam a escalada do conflito que se vive no leste do Congo, onde um dos principais grupos rebeldes armados, o denominado M23, chegou e ocupou a cidade de Goma, no dia 20 de novembro passado, capital da província do Kivu Norte.
A reportagem está publicada no sítio da Entreculturas, 29-11-2012. A tradução é do Cepat.
Em um comunicado conjunto emitido no dia 24 de novembro pelos Presidentes da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, Ruanda, Paul Kagame, e Uganda, Yoweri Kaguta Museveni, pediram aos rebeldes do M23 que cessassem imediatamente o fogo e se retirassem de Goma em um prazo de 10 dias.
No dia 27 de novembro passado, sob uma forte pressão diplomática, os rebeldes aceitaram retirar-se de Goma nos próximos três dias. Após a retirada, o Presidente Kabila comprometeu-se a ouvir e responder às suas demandas.
As duas ONGs jesuítas denunciam que neste complexo conflito intervêm os interesses de diferentes atores, tanto de países estrangeiros como de diversos coletivos congoleses e tudo isso no transfundo do controle da exploração dos recursos naturais em uma zona de grande riqueza mineral.
A Entreculturas e a Alboan estão há anos trabalhando na zona em coordenação com outras Ongs europeias dos jesuítas integradas à Rede Xavier. Todas apoiam o trabalho do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), que oferece serviços educacionais às pessoas deslocadas e refugiadas pela guerra, principais vítimas deste conflito que praticamente dura desde o genocídio de 1994, em Ruanda.
Atualmente, em Goma, as organizações humanitárias e organismos internacionais continuam trabalhando para dar uma resposta humanitária coordenada e eficaz às necessidades urgentes de mulheres, menores e homens recentemente deslocados pelos confrontos na cidade na semana passada. O fornecimento de alimentos, serviços médicos e a retomada dos hospitais que foram saqueados são as prioridades mais imediatas indicadas pela Oficina de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). Atualmente, o JRS trabalha junto com a OCHA e outros atores humanitários para oferecer assistência imediata às pessoas deslocadas.
Em Masisi e nos acampamentos de deslocados internos em Lushebere e Bukombo, o Serviço Jesuíta aos Refugiados decidiu parar suas atividades devido à grande sensação de insegurança que ali se está vivendo. Na zona de Mweso, por razões de segurança, os programas de educação formal e informal do JRS e assistência às pessoas vulneráveis continuam suspensos.
As duas Ongs começaram a arrecadar fundos para atender a esta crise humanitária, esquecida pela maioria da comunidade internacional, que afeta a mais de 200.000 pessoas.
A Entreculturas abriu a seguinte conta:
Banco Santander: 0049 0496 83 2010197161
(Referência: Emergência Congo)
A Alboan abriu a seguinte conta:
BBVA: 0182-1290-30-0201506972
(Referência: Emergência Congo)
Veja também: Fotos do dia
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ONGs jesuítas denunciam deslocamento forçado de 200 mil pessoas no Congo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU