05 Abril 2017
“Esclarecer”. Com o mesmo título-apelação com que os cardeais Walter Brandmüller, Raymond L. Burke, Carlo Caffarra e Joachim Meisner tornaram públicas as suas “dubia” sobre os pontos mais controversos da Amoris Laetitia acontecerá em Roma, no sábado, 22 de abril, um grande congresso internacional, no primeiro aniversário da publicação da exortação pós-sinodal.
A reportagem é de Sandro Magister e publicada por Settimo Cielo, 04-04-2017. A tradução é de André Langer.
O congresso acontecerá no Hotel Columbus, a dois passos da Praça São Pedro. Nesse encontro, tomarão a palavra especialistas oriundos de todas as partes do mundo: Anna M. Silvas, da Austrália; Claudio Pierantoni, do Chile; Jürgen Liminski, da Alemanha; Douglas Farrow, do Canadá; Jean Paul Messina, do Camarões, e Thibaud Collin, da França.
Os dois primeiros são bem conhecidos dos leitores de Settimo Cielo.
De Anna M. Silvas, católica de rito oriental e ilustre estudiosa dos Padres da Igreja, puderam ler em junho passado uma brilhante e muito bem argumentada crítica do documento do Papa Francisco.
Ao passo que do ítalo-chileno Claudio Pierantoni, também ele patrólogo, puderam ler em novembro passado o instrutivo paralelo entre a confusão da Igreja atual e as controvérsias trinitárias e cristológicas do século IV, para superar aquelas que foram realizadas com o propósito de superar os concílios ecumênicos, tal como poderia acontecer novamente hoje.
O elemento caracterizador do congresso é que nele falarão somente leigos, como prova de que a controvérsia que divide hoje a Igreja não é exclusiva de “poucos” eclesiásticos retrógrados – como alguns se arriscam a dizer –, mas que inclui todo o “povo de Deus”.
Os especialistas que tomarão a palavra no dia 22 de abril também não são vozes isoladas. Basta pensar – entre muitos outros que poderiam ser citados – em duas figuras eminentes, como o polonês Stanislaw Grygiel e o francês Rémi Brague, ambos convencidos partidários da validade das “dubia” propostas ao Papa pelos quatro cardeais.
Na foto, o encontro de dois dias atrás entre Francisco e um dos quatro, o arcebispo emérito de Bolonha, Carlo Caffarra, ex-presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre o Matrimônio e a Família.
Entre os signatários das “dubia”, o cardeal Caffarra é aquele a quem Jorge Mario Bergoglio manifestou muitas vezes no passado sua estima. E é também aquele que mais desenvolveu em público os argumentos a favor das suas objeções à Amoris Laetitia, em especial na entrevista que concedeu a Il Foglio no dia 14 de janeiro de 2017, amplamente retransmitida em vários idiomas por Settimo Cielo.
O encontro aconteceu no domingo, 02 de abril, durante a visita do Papa à diocese de Carpi.
O congresso de 22 de abril é promovido pela revista de apologética Il Timone e pelo sítio de internet de La Nuova Bussola Quotidiana, ambos dirigidos por Riccardo Cascioli.
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As “dubia” dos quatro cardeais fazem escola. Agora é a hora dos leigos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU