Sheinbaum rejeita novamente a ajuda militar de Trump: "Da última vez que os EUA intervieram no México, tomaram metade do território"

Foto: @Claudiashein/Fotos Públicas

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21 Novembro 2025

O republicano afirmou concordar com o lançamento de ataques em território mexicano para deter o narcotráfico, tal como já foi feito com barcos que transportavam drogas no Pacífico e no Caribe.

A reportagem é de Micaela Varela, publicada por El País, 18-11-2025.

O México rejeitou mais uma vez uma intervenção militar dos EUA para combater o crime organizado e os cartéis de drogas. O presidente Donald Trump anunciou na segunda-feira que "estaria aberto" a lançar ataques em território mexicano, como os que ordenou no Pacífico e no Caribe. A presidente Claudia Sheinbaum respondeu enfaticamente: "Isso não vai acontecer". Ela insistiu que há colaboração e coordenação com o governo dos EUA, mas que o México não aceita intervenção estrangeira. "Da última vez que os Estados Unidos vieram ao México com uma intervenção, tomaram metade do nosso território", lembrou ela na terça-feira, durante sua coletiva de imprensa matinal no Palácio Nacional.

Trump afirmou que não descarta nenhuma medida para conter o fluxo de drogas do México para o norte. "Por mim, tudo bem. Qualquer coisa que tenhamos que fazer para parar o tráfico de drogas", declarou. "Não estou dizendo que vou fazer isso. Mas teria orgulho de fazer", indicou. Em entrevista à imprensa no Salão Oval, ele afirmou que seu vizinho do sul "tem problemas sérios", após ver imagens da marcha da Geração Z no último sábado na Cidade do México. Ele também se vangloriou dos resultados de seus ataques extrajudiciais contra supostos barcos de narcotráfico no Oceano Pacífico e no Caribe, nos quais 66 pessoas já morreram sem provas de que transportavam entorpecentes. 

"Se tivermos que fazer lá [no México] o que fizemos na água... Quase não há mais drogas entrando pelo mar", gabou-se. Embora tenha evitado responder aos repórteres que lhe perguntaram se havia discutido a incursão militar com o governo mexicano, ele não escondeu sua irritação com o histórico de segurança do país vizinho. “Eles sabem que estamos perdendo centenas de milhares de pessoas por ano para as drogas… Sem falar na destruição de famílias. Grande parte disso vem do México. Então, deixe-me colocar desta forma: não estou nada feliz com o México”, concluiu.

Apenas algumas horas após as declarações de Trump, a embaixada dos EUA divulgou rapidamente um comunicado do Secretário de Estado Marco Rubio, descartando a intervenção militar, como ele já havia feito alguns dias antes. "Não vamos tomar nenhuma ação unilateral, nem entrar ou enviar forças americanas para o México, mas podemos ajudá-los com equipamentos, treinamento, compartilhamento de informações e todo tipo de coisa que poderíamos fazer se eles pedirem — eles precisam pedir", afirmou Rubio no comunicado.

Sheinbaum relatou que, em todas as suas conversas telefônicas com o Presidente dos Estados Unidos, expressou abertura para compartilhar informações, mas que eles não comprometeriam a soberania do país permitindo operações estrangeiras em seu território. "Eles entenderam isso, tanto que nosso entendimento com eles é de colaboração e coordenação, e os primeiros pontos são muito claros: respeito à soberania, respeito à nossa integridade territorial, e que haverá coordenação e colaboração sem subordinação", afirmou a prefeita. "Não é que não queiramos apoio, mas não com tropas estrangeiras", acrescentou.

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