Trump intensifica perseguição política após assassinato de Charlie Kirk e anuncia que “muita gente de esquerda está sendo investigada”

Charlie Kirk | Foto: Gage Skidmore/Flickr

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15 Setembro 2025

O presidente dos EUA garante que “o problema está na esquerda, não na direita, são os agitadores, a escória que fala tão mal do nosso país e queima bandeiras americanas por toda parte”.

A informação é de Andrés Gil, publicado por El Salto, 14-09-2025.

Na sexta-feira, Steve Bannon, antigo colaborador de Donald Trump em seu primeiro mandato presidencial, pediu em um discurso em seu programa, com o nome eloquente de War Room: “Que sejam declarados uma organização terrorista, que se comece a solicitar registros telefônicos, mensagens de texto, para ver quem os financia, quem os contata, quais políticos trabalham com eles, quais meios de comunicação colaboram com eles, e deveríamos prender os meios de comunicação que colaboram como cúmplices. Se você quer evitar uma guerra civil, precisa fazer isso hoje. É preciso usar o poder do Estado, e nós estamos no comando. Não queremos unidade, só aceitaremos a vitória. Só nos importa ganhar. Por quê? Porque isso é o que salvará nosso país.”

E neste domingo, ao regressar à Casa Branca após jogar golfe em seu campo em Bedminster (Nova Jersey), Trump anunciou que a perseguição política avançava um passo: “O problema está na esquerda. Se olharmos para o problema, o problema está na esquerda. Não está na direita, como alguns gostam de dizer. O problema que temos está na esquerda. E quando vemos os agitadores, e vemos a escória que fala tão mal do nosso país, as queimas de bandeiras americanas... Isso é a esquerda. Isso não é a direita.”

"Vocês pretendem investigar?" “Já estão sob investigação, muitas pessoas que tradicionalmente seriam consideradas de esquerda já estão sob investigação.”

Ainda não foram apresentadas acusações contra o suposto assassino de Charlie Kirk, as autoridades policiais também não informaram qual seria o motivo que consideram ter levado o suposto culpado, Tyler Robinson, mas o governo Trump já começou a investigar pessoas de esquerda, embora não tenha dito quais: não explicou quais organizações, entidades ou pessoas estão sendo investigadas.

Mas as pessoas que também estão agora na mira são os estrangeiros que vivem nos EUA com visto e que correm o risco de serem expulsos do país por comentários relacionados ao assassinato de Kirk: “Estamos procurando nomes. Não gostamos disso. Não é certo. Não celebraríamos se algo acontecesse do seu lado, e não o fazemos. São pessoas doentes. São pessoas realmente perturbadas.”

“Os radicais de esquerda são o problema: são cruéis, horríveis e politicamente astutos”, disse Trump na manhã de sexta-feira na Fox.

Neste mesmo domingo, o vice-secretário de Estado, Christopher Landau, anunciou no X a retirada do visto de um jornalista alemão que fazia uma descrição muito crítica de Stephen Miller, uma das pessoas mais alinhadas a Trump no governo.

Desde a morte de Kirk, Trump não parou de responsabilizar “a esquerda radical”, falou de “lunáticos”, lembrou apenas os ataques a líderes republicanos e agora já anuncia que há investigações em andamento sobre algumas pessoas.

As pessoas trans na mira

Uma das figuras de destaque do movimento MAGA no momento, Laura Loomer, está pedindo a “ilegalização da ANTIFA”, como se fosse uma organização, mas também que se declare o “movimento transgênero” como terrorista. E ela está fazendo esse pedido agora, quando veio à tona que o colega de quarto do suposto assassino de Kirk é uma pessoa trans em transição de homem para mulher, com quem ele mantinha um relacionamento sentimental, segundo as autoridades policiais.

A partir daí, a narrativa que está sendo criada pelo trumpismo é que Tyler Robinson, sensibilizado com a realidade trans, assassinou Kirk por suas ideias transfóbicas.

O governador de Utah, Spencer Cox, explicou na MSNBC que na terça-feira serão apresentadas as acusações formalmente contra Tyler Robinson. “Estão sendo coletadas provas, entrevistando amigos e conhecidos, pessoas próximas do suspeito. Pelo que sabemos até agora, há algumas coisas que podemos confirmar: que, segundo a família e as pessoas que estamos entrevistando, ele vem de uma família conservadora, mas sua ideologia era muito diferente da de sua família. E que o colega de quarto é uma parceira que está em transição de homem para mulher.”

Cox, além disso, afirma que, ao contrário de Robinson, a pessoa com quem ele compartilhava o quarto está colaborando com a polícia: “Sabemos que essa pessoa tem cooperado muito com as autoridades e temos provas forenses processadas que compartilharemos quando as acusações forem apresentadas na terça-feira.” E ele acrescentou: “Claramente, havia uma ideologia esquerdista neste assassino.” No entanto, não foi tornada pública nenhuma prova dessa suposta radicalização de esquerda do suposto assassino de Kirk — livros, decoração da casa, arquivos no computador, escritos, manifestos políticos, militâncias...

“O suspeito não tem cooperado até agora”, explicou Cox: “Então estamos obtendo toda essa informação de familiares, de pessoas próximas ao suspeito.”

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