Foi assim que os EUA pararam a Índia e o Paquistão

Foto: omersukrugoksu/Canva

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13 Mai 2025

A Casa Branca decidiu intervir quando os mísseis atingiram o comando de Islamabad que controla as ogivas nucleares.

A reportagem é de Gianluca DiFeo, publicada por La Repubblica, 13-05-2025.

O alerta vermelho foi disparado na noite de sexta-feira, quando mísseis indianos atingiram a base aérea de Rawalpindi, cidade antiga nos arredores da capital Islamabad: ali estão as aeronaves que garantem o funcionamento de parte do sistema de dissuasão nuclear do Paquistão. Mas, acima de tudo, a poucos quilômetros de distância está o comando que controla mais de 170 ogivas nucleares e os líderes militares naquele momento temiam que ele pudesse se tornar o próximo alvo dos ataques indianos. Comunicações de rádio interceptadas documentaram o rápido crescimento da tensão, tanto que havia temores de que o confronto pudesse degenerar. Então a Casa Branca interveio para bloquear a corrida em direção ao abismo. "Nós impedimos um conflito nuclear", disse Donald Trump ontem. "Acho que poderia ter sido uma guerra ruim, com milhões de pessoas mortas: tenho muito orgulho disso".

Ainda não está claro o que aconteceu nos últimos dias. Na terça-feira, a Índia lançou um ataque retaliatório depois que terroristas islâmicos atacaram um grupo de turistas na Caxemira, matando 26 pessoas. Nas horas que se seguiram, inúmeras instalações militares paquistanesas foram atacadas — seis, segundo Nova Déli —, que responderam com lançamentos de foguetes e seus esquadrões: vários duelos entre caças ocorreram, enquanto centenas de drones decolaram.

As sedes dos dois países se encontraram em uma situação de grande confusão, na qual o risco de interpretar mal um movimento do adversário e desencadear uma reação nuclear é máximo. Em Washington, eles perceberam que o limiar de perigo era dramaticamente alto e que, apesar do vice-presidente JD Vance ter declarado na quinta-feira que a disputa não dizia respeito aos Estados Unidos, era necessário evitar uma escalada.

Segundo a reconstrução do New York Times, o primeiro a se mover foi o próprio Vance, cuja esposa é filha de imigrantes indianos e que estava visitando Nova Délhi há duas semanas: ele telefonou para o primeiro-ministro Narendra Modi, apresentando uma saída aceitável de Islamabad. Depois foi a vez de Marco Rubio, que agora detém as responsabilidades de Departamento de Estado e Conselheiro de Segurança: ele ligou para o comandante do exército paquistanês, Syed Asim Munir, e depois falou com os dois ministros das Relações Exteriores. Finalmente, Trump entrou na briga: "Os dois líderes foram inflexíveis, mas eu usei a arma comercial — ele se gabou ontem — e isso os convenceu. Estamos dispostos a ajudá-los, desde que respeitem a trégua".

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