10 Julho 2023
Os organizadores da Assembleia Geral Ordinária dos Bispos apresentaram hoje a longa lista de participantes, que inclui o padre James Martin entre aqueles que viajarão para Roma para a primeira reunião, que ocorrerá em outubro de 2023.
A informação é de Agência EFE, publicada por Infobae, 07-06-2023.
O Vaticano apresentou hoje a lista dos participantes na próxima assembleia do Sínodo dos bispos, que será realizada em outubro, e entre eles estão, pela primeira vez, mulheres e leigos com direito a voto. No entanto, também participarão - embora sem direito a voto - James Martin, um jesuíta americano próximo da comunidade LGBTQIAPN+, e Luca Casarini, um ativista anti-sistema e responsável por uma ONG de resgate de migrantes, entre outros.
O padre Martin é um padre jesuíta, editor-chefe da revista America e fundador do Outreach, um ministério para a comunidade LGBTQIAPN+. Desde 2017, ele tem atuado como consultor do Dicastério para as Comunicações do Vaticano.
"Me sinto honrado por ser convidado pelo Santo Padre a participar do Sínodo", disse o religioso. "Como jesuíta, estou comprometido com esse tipo de discernimento em grupo e estou ansioso para descobrir o que o Espírito Santo reserva para o Sínodo e para a Igreja", acrescentou.
"Temos uma equipe diversa de pessoas que auxiliam nisso, além da nossa equipe na America: jesuítas, mas também homens e mulheres leigos católicos LGBTQIAPN+, todos comprometidos em tornar a Igreja um lugar mais acolhedor", diz o padre Martin em um de seus escritos no site Outreach, que oferece notícias, ensaios e recursos para a comunidade católica LGBTQIAPN+ e suas famílias.
O padre Martin é autor de vários livros, incluindo Tender un puente: cómo la Iglesia católica y la comunidad LGBTI pueden entrar en una relación de respeto, compasión y sensibilidad.
Tender un puente: cómo la Iglesia católica y la comunidad LGBTI pueden entrar en una relación de respeto, compasión y sensibilidad, de James Martin (Foto: Divulgação)
Incluindo o Papa Francisco, há 364 membros com direito a voto na reunião prevista para outubro, incluindo 54 mulheres, e estima-se que o número total de membros da assembleia será de aproximadamente 400, embora isso seja finalizado nos próximos dias.
Nessas reuniões, o Papa Francisco permitirá, com uma decisão revolucionária, que as mulheres e os leigos eleitos para participar possam votar pela primeira vez, um direito que até agora era concedido apenas aos prelados quando se decidia o documento final.
O Sínodo que está sendo preparado nos últimos anos culminará com duas reuniões em Roma, em outubro de 2023 e 2024.
Hoje também foi anunciado que entre os nove presidentes da assembleia há duas mulheres, a religiosa mexicana María de los Dolores Palencia e a japonesa Momoko Nishimura, e outras cinco mulheres estão entre os dez representantes das Uniões de Superiores e Superioras Gerais.
São elas Nadia Coppa, Elizabeth Mary Davis, Elysée Izerimana, Patricia Murray e Maria Nirmalini.
O Papa também apresentou sua própria lista de convidados, entre os quais estão os dois ex-prefeitos da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal espanhol Luis Francisco Ladaria Ferrer e o cardeal alemão Gerhard Ludwig Mueller, além do cardeal hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, e também o jesuíta James Martin.
De acordo com o documento de trabalho apresentado há algumas semanas, nesta assembleia serão debatidos temas como acolhimento de pessoas LGBTQ+ e maior presença das mulheres.
Outra novidade é que o Papa solicitou a participação de outros 70 membros não bispos, que representem os fiéis e que possam ser padres, pessoas consagradas, diáconos ou leigos, provenientes das Igrejas locais, sendo que 50% deles devem ser mulheres.
Por exemplo, representando a América Latina estarão a professora boliviana Erika Aldunate Loza e a argentina Valeria Karina López, e na lista da Europa está o padre espanhol Luis Manuel Romero Sánchez.
Enquanto isso, entre os "convidados especiais", que não terão direito a voto, foi uma surpresa a presença de Luca Casarini, conhecido ativista anti-sistema e responsável pela Mediterranea Saving Humans, uma ONG de resgate de migrantes.
As reuniões começarão com um "retiro espiritual" de três dias para todos os participantes, conforme explicado pelo secretário do Sínodo, o espanhol Luis Marín de San Martín.
O padre Martin é um autor reconhecido por seus livros de sucesso em vendas. Ele é um comentarista muito procurado pela mídia e apareceu várias vezes no programa "The Colbert Report" como capelão não oficial. Ele também trabalhou como consultor nos filmes de Martin Scorsese, "Silence" e "The Irishman", fazendo uma participação especial neste último.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O Papa Francisco convidou um padre que criou um site para católicos LGBTQIAPN+ para participar do Sínodo que definirá o futuro da Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU