Kirill e o número dois

Metropolita Hilarion. (Foto: Mazur | catholicnews.org.uk, Flickr creative commons, conta "Catholic Church England and Wales")

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13 Junho 2022

 

Sobre a recente substituição do cargo de presidente do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou, pedimos uma opinião a Mons. Antonio Mennini, ex-núncio em Moscou e grande conhecedor daquele mundo e daquela Igreja. Assim ele respondeu a Dom Francesco Strazzari.

 

O comentário é do arcebispo italiano Antonio Mennini, que foi representante da Santa Sé na Federação Russa de 2002 a 2010, e, desde 2008, também núncio apostólico no Uzbequistão, publicado por Settimana News, 11-06-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o texto.

 

Caríssimo Dom Francesco, sobre a transferência de Hilarion do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou para a sede “regional” de Budapeste, conversei com alguns amigos ortodoxos russos, incluindo o editor do jornal do Patriarcado, Sr. Legoida.

 

Eles acham que o metropolita Hilarion, por um lado, não era muito favorável com a "operação especial" na Ucrânia (chamada "Pequena Rússia"). E talvez isso desagradou particularmente os líderes políticos do Kremlin.

 

Por outro lado, há poucas dúvidas de que a separação da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou, de obediência a Moscou, se deve em grande parte a ele. Ele é um fervoroso defensor da teoria do "Ruskii Mir" (mundo russo), a doutrina eclesial-política segundo a qual todos os países já pertencentes à União Soviética deveriam estar sujeitos à Federação Russa.

 

Teoria que padres e bispos ucranianos, embora pertencentes à Igreja pró-russa, não podiam mais aceitar, também para não serem acusados de "quintas colunas", colaboracionistas do inimigo invasor ou não suficientemente patriotas.

 

Além disso, estou ciente de que vários bispos e metropolitas russos estavam bastante fartos das maneiras um tanto "arrogantes" do metropolita Hilarion.

 

Seu sucessor, o bispo Antônio de Korsun (Sevryuk) foi durante anos secretário pessoal, primeiro do metropolita, depois do patriarca Kirill.

 

O metropolita Antônio é um homem bom e manso. Apesar de jovem (36 anos), já tem alguma experiência. De fato, nos últimos anos, ele foi responsável pelas Igrejas Ortodoxas no exterior. Somos bastante amigos.

 

Atenciosamente e até breve,

 

D. Antonio Mennini, ex-núncio em Moscou.

 

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