“A perspectiva de Magalhães”: como o Papa Francisco vê a guerra na Ucrânia

Cartaz de manifestante em protesto contra a guerra (Foto: Unsplash)

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22 Março 2022

 

Alguns se perguntam se o papa argentino tem uma visão correta do conflito atual no Leste Europeu.

 

A reportagem é de Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix International, 21-03-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

O Papa Francisco entende o que está acontecendo na Ucrânia?

Quando se trata da guerra iniciada pela Rússia, parece haver duas teorias completamente opostas na Cúria Romana.

A primeira é que o papa, que não é da Europa, não pode, por definição, entender o que está acontecendo em Kiev, Kharkiv e Mariupol.

“Ele cresceu longe da Europa; suas referências são latino-americanas”, disse um prelado.

O clérigo destacou que, até ser eleito bispo de Roma em 2013, a relação do papa argentino com o Velho Continente era de grande distância.

“Ele não viveu a Guerra Fria da mesma forma que os europeus”, continuou esta fonte.

“E, como todos os latino-americanos, ele nutre uma forte desconfiança dos Estados Unidos”, observou o funcionário.

Mas outros no Vaticano têm uma visão muito diferente sobre o assunto. Eles dizem que Francisco entende melhor do que ninguém o que está em jogo para a Europa e o mundo inteiro após a crise atual.

Em primeiro lugar, eles apontam que, ainda na Argentina no início de 2010, ele estabeleceu laços com Sviatoslav Shevchuk, que atualmente é o Arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana em Kiev.

Na época, Francisco ainda era o cardeal-arcebispo de Buenos Aires e Shevchuk era bispo auxiliar da eparquia servindo a greco-católica ucraniana na capital argentina.

No que diz respeito à Europa, essas mesmas fontes do Vaticano dizem que o papa alimentou o que alguns chamaram de “perspectiva de Magalhães”.

É uma expressão que vem de uma entrevista que Francisco deu há alguns anos, durante a qual explicou que o explorador português do século XVI, Fernão de Magalhães, redescobriu a Europa desde o continente americano – olhando-a de uma grande distância.

Isso é semelhante à visão do papa. Agora, mais do que nunca, o destino da Velha Europa está no centro de suas preocupações.

 

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