Equador: Pe. Jiménez (Vigário Apostólico de Aguarico), "indignados" por sentença que não reconhece a responsabilidade pelo derramamento de petróleo. “Continuamos a batalha”

Foto: Wikimedia Commons/Leo Sanchez

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04 Setembro 2020

“Estamos indignados e expressamos toda a nossa dor e nossa impotência por essa sentença. Isso não nos desmoraliza, antes nos encoraja a continuar em nossa luta”. Palavras duras e claras usadas por Mons. Adalberto Jiménez Mendoza, capuchinho, bispo do vicariato apostólico de Aguarico (Equador), contatado pelo SIR após a sentença do Tribunal da província de Francisco de Orellana, que negou o pedido de ação de proteção apresentado pelas comunidades indígenas Kichwa e pelas organizações pelos direitos humanos das áreas do Rio Coca e do Rio Napo e a denúncia contra o Estado e as companhias petrolíferas, em função do derramamento de petróleo ocorrido em 7 de abril na Amazônia equatoriana.

A reportagem é publicada por Servizio Informazione Religiosa (SIR), 3-09-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Uma verdadeira catástrofe ecológica e humanitária: mais de noventa comunidades atingidas, por um total de cerca de 120.000 pessoas, que se viram da noite para o dia sem água limpa e sem atividades básicas de subsistência, como a pesca, devido ao derramamento de 15 mil barris de petróleo, o mais grave dos últimos 15 anos, que poluiu os rios Coca e Napo, que fazem parte da enorme bacia hidrográfica do rio Amazonas, nas províncias de Orellana e Sucumbíos.

Região da Amazônia Equatoriana em Orellana (Mapa: Wikimedia Commons/TUBS)

O juiz Jaime Oña, segundo informou a Confeniae (Confederação das Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana), considerou que nas denúncias dos demandantes não há prova da correlação entre o vazamento de petróleo e os danos sofridos. “A ação proposta não está em conformidade com as disposições da lei sobre as garantias jurisdicionais e sobre o controle constitucional”, disse Oña, embora tenha reconhecido que “é inegável que ocorreu um derramamento de petróleo devido ao rompimento dos oleodutos e que houve um derramamento de petróleo que causou danos às populações dos rios Coca e Napo”.

O bispo enfatiza: “Há um racismo não só contra as comunidades indígenas, mas é o racismo do dinheiro, do poder, da corrupção. Expressamos nossa tristeza por uma decisão a favor das empresas petrolíferas que nos deixam em uma situação de desespero e morte. A decisão favorece apenas quem depreda a Amazônia, o povo deve se unir ainda mais. Expresso solidariedade ao grupo de advogados que trabalharam nesses meses e às outras organizações da sociedade civil”.

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