17 Mai 2020
“Não são uma minoria, 30% do clero, bispos e leigos mais comprometidos no mundo estão contra Francisco”. O prestigioso vaticanista Marco Politi colocou escancarou a dura realidade que a Igreja enfrenta, em tempos de Francisco. Um movimento que, longe de seguir o Papa, mesmo que com críticas à sua gestão, prepara-se para a batalha.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 14-05-2020. A tradução é do Cepat.
O veterano jornalista de La Reppublica não concorda com os que minimizam a oposição a Francisco, considerando que se trata somente de ultraconservadores, ou de pequena e barulhenta minoria. Segundo sua análise, o primeiro ponto está certo, não tanto o segundo. Quase um terço da hierarquia e do laicato institucionalizado poderiam estar alinhados para resistir as reformas empreendidas por este pontificado.
Em uma entrevista na rádio da Arquidiocese de Colônia, Politi sustenta, contundentemente, que “há uma parte da Igreja que não concorda com Francisco e que está buscando influenciar no próximo conclave”.
A estratégia dos anti-Franciso é criar um clima em face do futuro, e pressionar no presente para frear possíveis reformas, como se viu no Sínodo da Amazônia. Em relação ao último movimento do ex-núncio Viganò, acusando as autoridades mundiais de utilizar a pandemia para acabar com o culto católico, frente ao silêncio do Vaticano, com um manifesto subscrito – entre outros – pelos cardeais Müller e Zen (também por Sarah, que depois apagou seu nome), Politi compreende o mesmo como “a ponta do iceberg”.
“Alguns bispos e cardeais sempre estão na linha de frente, mas por trás deles há uma parte não desprezível do clero e dos leigos que estão contra Francisco e qualquer reforma na Igreja”, acrescenta o vaticanista. “Nunca houve tantos ataques contra um Papa”.
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“Não são uma minoria, 30% do clero e os bispos estão contra Francisco”, afirma Marco Politi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU