18 Fevereiro 2020
Na reunião do último dia 12, o Sínodo da Igreja da Inglaterra votou uma moção ambiciosa que estabelece a meta de alcançar zero emissões de CO2 até 2030.
A reportagem é publicada por Riforma, 13-02-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Zero Carbono" em todas as igrejas: é o objetivo "realmente ambicioso" da Igreja anglicana, fruto do Sínodo geral que se concluiu em 13 de fevereiro, na sede londrina de Chuch House. O bispo de Norwich, Graham Usher, porta-voz da Igreja da Inglaterra, declarou: "Estabelecemos uma meta realmente ambiciosa para responder à crise urgente provocada pela emergência ambiental. Introduzir em nossas paróquias e dioceses um novo sistema de controle de energia, semelhante ao usado em residências civis, para monitorar a pegada de carbono de cerca de 40 mil edifícios com o objetivo de atingir zero emissão de CO2 até 2030”.
O objetivo acordado pelo Sínodo geral antecipa em 15 anos 2045, prazo proposto inicialmente para o debate.
O diretor de políticas e campanhas da Christian Aid, Patrick Watt, disse que a meta para 2030 é "exigente" e que a Igreja da Inglaterra precisará "trabalhar duro" para alcançá-la. Mas ele acrescentou que esse compromisso colocará a Igreja da Inglaterra "na linha de frente" das ações contra as mudanças climáticas e será um incentivo para "as pessoas vulneráveis envolvidas na crise climática que verão uma instituição que leva a sério o perigo e responde a ele".
Lembrando que o Reino Unido sediará a cúpula climática da COP26 das Nações Unidas em Glasgow em novembro próximo, Watt declarou que o governo será "seriamente desafiado" pelo compromisso da Igreja da Inglaterra de alcançar zero emissão de CO2.
No último dia de reunião o Sínodo anglicano também abordou a questão do ressarcimento aos sobreviventes dos abusos cometidos por representantes do clero. O Sínodo votou por unanimidade uma moção emendada para aprovar a resposta do Conselho dos Arcebispos às recomendações formuladas pelo Inquérito Independente sobre o Abuso Sexual de Menores (IICSA).
A emenda, apresentada pelo dr. Jonathan Gibbs, bispo de Huddersfield, que será o próximo bispo a lidar com o setor de salvaguardas, pedia que a moção original fosse reforçada por "ações concretas". A emenda de Gibbs também incentivava o National Safeguardin Steering Group a se engajar em uma "abordagem de salvaguarda plenamente centrada nos sobreviventes, incluindo as disposições para os recursos" e a atualizar o Sínodo sobre os progressos das recomendações feitas pela IICSA até 2021. O "recurso" era uma frase pequena, com grandes implicações, afirmou o bispo Gibbs. "Isso significará mudanças sérias em termos de dinheiro [e] na maneira como administramos as denúncias". As respostas de tutela às vítimas devem ser "moldadas pela justiça e compaixão do Reino de Deus, não pelos interesses de curto prazo financeiros e relativos à reputação da Igreja".
A emenda de Gibbs foi apoiada pela rev. Peter Hancock, bispo de Bath e Wells. Ao introduzir o debate, o bispo Hancock refletiu sobre sua experiência como bispo responsável pelo grupo de salvaguardas de vítimas de abuso sexual nos últimos quatro anos, que incluía as audiências e as investigações da IICSA.
Depois de reiterar suas desculpas aos sobreviventes dos abusos clericais, Justin Welby, arcebispo de Canterbury, prestou homenagem ao serviço do bispo Hancock, que foi saudado com uma ovação em pé pelos sinodais.
David Lamming (St. Edmundsbury e Ipswich), agradecendo ao bispo Hancock por seu trabalho, disse: "Hoje não se trata de dar regras, mas de fazer justiça".
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Sínodo Anglicano: "zero carbono" até 2030 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU