15 Janeiro 2020
“Certamente também conhecerá novas formas ministeriais e ordenará sacerdotes os cristãos comprovados que continuarão a exercer sua profissão: em muitas comunidades menores e em grupos sociais homogêneos, a pastoral normalmente será exercida dessa maneira”, escreveu Joseph Ratzinger, em 1970, sobre a Igreja do futuro.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 13-01-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Quem fala assim não é um louco perigoso, nem um progressista anti-Igreja... mas sim o próprio Joseph Ratzinger. Em 1970, o então professor de Teologia, escreveu um pequeno livro “Fé e futuro”, fruto de colunas radiofônicas sobre “Como seria a Igreja dos anos 2000?”.
E o que dizia Ratzinger? Muitas “pérolas”, hoje impensáveis no papa emérito, e muito mais depois da publicação do livro, a quatro mãos, com o cardeal Sarah. Bento XVI está consciente de que estão o utilizando para atacar Francisco? Ele aceita voluntariamente, ou simplesmente foi manipulado por seus colaboradores? Em breve saberemos.
No momento, essa era a Igreja com a qual Ratzinger sonhava quando era professor. Profeta ou esquecimento? Deixamos algumas das frases da Igreja do ano 2000, de acordo com o atual Papa Emérito:
“Não precisamos de uma Igreja que celebre o culto à ação nas 'orações políticas'. É completamente supérfluo e é por isso que desaparecerá por si só”.
“O futuro não virá daqueles que apenas dão receitas ... Não virá daqueles que apenas criticam os outros e se consideram uma medida infalível”.
“Também nesta ocasião, a partir da crise de hoje, surgirá amanhã uma Igreja que perderá muito. Ela ficará pequena, terá que começar tudo desde o início. Não será mais capaz de encher muitos dos prédios construídos em um momento mais favorável. Perderá seguidores, e com eles muitos de seus privilégios na sociedade”.
“Certamente também conhecerá novas formas ministeriais e ordenará sacerdotes os cristãos comprovados que continuarão a exercer suas profissões: em muitas comunidades menores e em grupos sociais homogêneos, a pastoral normalmente será exercida dessa maneira”.
“Juntamente com essas formas, o padre dedicado inteiramente ao exercício do ministério continuará sendo indispensável como tem sido até agora”.
“Certamente, nunca será a força dominante na sociedade enquanto era até recentemente. Mas florescerá novamente e se tornará visível para os seres humanos como a pátria que lhes dará vida e esperança mais além da morte”.
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Quando Ratzinger sonhava uma Igreja com padres casados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU