25 Outubro 2019
O pastor brasileiro Rev. Nicolau Nascimento de Paiva se encontrou com o Papa Francisco, no Vaticano, recentemente, como um dos delegados ecumênicos presentes no Sínodo sobre a Amazônia da Igreja Católica.
A nota é publicada por Federação Luterana Mundial, 23-10-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O Sínodo, que ocorre em Roma de 6 a 27 de outubro, reúne bispos católicos e lideranças indígenas das nove nações que compõem a região amazônica: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname.
O Rev. Nascimento de Paiva é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) em Belém, capital do Estado do Pará. Atualmente, ele atua como presidente do Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs (CAIC), que desempenha um papel importante no acompanhamento das pessoas mais vulneráveis, em particular dos venezuelanos que fogem da crise em seu país e dos migrantes africanos que buscam segurança e melhores condições de vida.
O Rev. Nicolau Nascimento de Paiva (à esquerda), junto com outros delegados ecumênicos do Sínodo do Vaticano, em frente à Basílica de São Pedro (Foto: Robert Flock/LWF)
Ele e os outros “delegados fraternos”, como são chamados os representantes das diversas Igrejas cristãs, fizeram breves apresentações no encontro sobre o seu trabalho e as perspectivas de suas Igrejas sobre os desafios ambientais, sociais e espirituais enfrentados pelos povos da Amazônia. Eles também compartilharam ideias e interagiram de modo mais pessoal nos pequenos grupos linguísticos, discutindo temas que contribuíram para um documento consultivo a ser apresentado ao Papa Francisco no fim do encontro.
O Rev. Nascimento de Paiva disse estar muito feliz em receber o convite do papa para participar desse importante encontro. Observando que “todos os delegados fraternos estão sendo muito bem recebidos” pelos seus colegas católicos, ele disse que foi “ouvido atentamente” ao destacar o diálogo ecumênico e a diaconia que são realizados pela IECLB.
O pastor luterano disse que o Sínodo “está chamando a atenção do mundo para o que está acontecendo na Amazônia”, em particular para a situação dos povos indígenas e dos migrantes que se assentam na região. Ele enfatizou que a Amazônia deve ser cuidada “não apenas porque é o pulmão do mundo, mas também porque as pessoas estão sendo mortas, há muita prostituição infantil, assassinatos e perseguição de líderes que fazem perguntas”.
Além de garantir os direitos dessas pessoas, ressaltou, “é necessário cuidar das famílias e respeitar todas as espiritualidades” dos povos indígenas que estão intimamente ligados à natureza. “Cuidar da Amazônia”, acrescentou, significa “cuidar de todos nós e da nossa casa comum”. Devemos ser uma voz “profética e provocadora”, concluiu, em vez de ficarmos quietos e deixarmos as coisas como estão.
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Pastor luterano brasileiro discursa no Sínodo da Amazônia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU