26 Agosto 2019
Após o apelo do Conselho Episcopal da América Latina, agora é a vez das conferências nacionais da América Latina fazerem ouvir seu grito de alarme por causa das queimadas.
A informação é de Lucia Capuzzi, publicada por Avvenire, 24 de agosto de 2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Muitas vezes, quando visito as comunidades, os irmãos indígenas me dizem: ‘Padre, eu me pergunto se iremos nos ver de novo, não sabemos se chegaremos até amanhã’. As recentes políticas assustam os índios. As queimadas são o clímax de uma série de práticas criminosas". Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, Rondônia, está na frente de combate aos incêndios que assolam a Amazônia há duas semanas. “E o seu povo. A floresta não é um espaço vazio. É a casa de quase um milhão de indígenas brasileiros", ressalta o presidente do Conselho Missionário Indígena (Cimi) da Conferência Episcopal Brasileira.
"As queimadas, infelizmente, não são uma prática nova. São a base da grilagem, a apropriação de terras. Os grileiros, a serviço de grandes proprietários, usam o fogo para expulsar os moradores. Depois que a terra foi ‘liberada’, fazem documentos falsos para que os latifundiários possam ocupá-la. Desta vez, no entanto, o problema se tornou uma emergência por dois motivos". Primeiro, segundo o bispo de Porto Velho, o governo cortou os recursos para os órgãos encarregados de proteger a Amazônia.
"Depois existe um fato ainda mais graves: os grileiros se sentem apoiados pelas declarações irresponsáveis do governo, ressalta o arcebispo de Porto Velho. Isso fez com que as invasões aumentassem exponencialmente: aqui em Rondônia, a terra indígena dos Karipuna, já legalmente devolvida aos índios, sofreu 9 invasões desde janeiro. Diante do drama, a Igreja, como disseram os bispos brasileiros, tem o dever de levantar a voz em defesa da Amazônia, coração da nossa casa comum".
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Amazônia. “A caça às terras aterroriza um milhão de indígenas”, denuncia arcebispo de Porto Velho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU