29 Janeiro 2019
A Vale estava ciente dos problemas de manutenção da barragem de rejeitos da mina do Feijão, em Brumadinho. De acordo com Breno Costa, do Intercept Brasil.
A empresa omitiu em seu Relatório de Impacto Ambiental uma tabela que alertava para o risco. O repórter comparou o relatório produzido em agosto de 2015 (com tabela), com a versão de 2017, na qual o dado foi omitido. Sérgio Augusto da Silva Roman, dono da empresa de consultoria contratada pela mineradora para avaliar a expansão da mina, justifica a manobra da seguinte forma: "não foi por omissão, mas porque não cabia mesmo". (Detalhe: o documento tem 238 páginas.) Ainda de acordo com ele, "a população não ia entender porcaria nenhuma".
A informação é publicada por Outra Saúde, 29-01-2019.
O relatório dava conta de que alguns instrumentos usados para medir o nível de pressão sobre a estrutura das barragens eram velhos e, suspeitava-se, não estavam funcionando corretamente. Drenos responsáveis por medir a vazão da água também não estavam funcionando. Além disso, foi constatado o acúmulo de sedimentos em calhas onde a água deveria escorrer pela encosta da barragem e a presença de formigueiros na estrutura que ligava a estrutura ao chão - "se há formigueiros, sinal de que as formigas estavam penetrando no solo", explica o repórter.
Mesmo assim, em dezembro do ano passado, a Vale obteve permissão do governo de Minas Gerais para explorar os rejeitos da barragem que estourou em mina do Feijão. "Pouco mais de um mês depois, a barragem inativa que a Vale teve autorização para colocar retroescavadeiras em cima se rompeu e sua lama tóxica matou dezenas de pessoas", destaca.
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Brumadinho. A Vale estava ciente dos problemas da barragem de rejeitos da mina do Feijão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU