20 Junho 2017
O arcebispo nigeriano Musa Panti Filibus há menos de um mês é o novo presidente da Federação Luterana Mundial, a entidade que federaliza 145 igrejas de 98 países, representando aproximadamente 75 milhões de fiéis.
A reportagem é de Claudio Geymonat, publicada por Riforma, 15-06-2017.
Filibus, 57 anos, uma esposa também pastora da Lutheran Church of Christ na Nigéria (LCCN), três filhos, é o segundo presidente da Federação originário da África após Josiah Kibira, bispo da Tanzânia, que dirigiu a FLM de 1977 a 1984. Ele substitui o bispo jordaniano Munib Younan que deixou o cargo após a assembleia geral de Windhoek, na Namíbia, realizada de 10-16 de maio. Filibus concedeu uma longa entrevista ao site oficial da FLM, da qual reproduzimos alguns trechos:
O senhor por 11 anos atuou no conselho diretivo da Federação, depois foi convidado para servir a igreja de seu país, e agora é eleito presidente. Como se sente?
Tenho um sentimento de gratidão, mas também de surpresa. Eu estou voltando para servir na comunhão que aprendi a conhecer tão bem. A Federação é uma parte de mim. Sou muito grato por ter tido a oportunidade de servi-la, começando como secretário da região africana do Departamento para a Missão e o Desenvolvimento e mais tarde tornando-me seu secretário-geral. Isso me permitiu entrar em contato com todas as regiões da FLM.
O senhor declarou que a comunhão de igrejas é um dom e que sua edificação deve ser sempre incentivada. Pode esclarecer melhor o seu pensamento?
Uma das tarefas mais importantes que logo assumiremos é de continuar a viajarmos juntos, como comunhão. Não existiria Federação se não pudéssemos caminhar juntos, se não pudéssemos respeitar uns aos outros. Tudo o que imaginarmos ser possível de ser realizado juntos, depende do quanto formos capazes de nos unir uns aos outros.
Devemos lembrar que a Reforma que começou há 500 anos foi uma oportunidade para a igreja re-descobrir a mensagem do evangelho e da missão da própria Igreja naquele momento. Agora acredito que seja uma oportunidade para que novamente nos perguntemos: "O que Deus está pedindo que a igreja faça, hoje?".
O panorama da FLM é variado e complexo. De que modo a Federação vai continuar a apoiar as igrejas-membro oriundas de contextos tão diferentes?
Nenhuma igreja jamais deveria se sentir sozinha. Precisamos continuar a alimentar a confiança mútua, o melhor instrumento de compartilhar sucessos e desafios, e continuar a nos manter unidos com oração e amor. Devemos aumentar a mesa para abrir espaço para um compartilhamento mútuo e respeitoso.
Em suas funções anteriores na FLM, também lidou com a implementação de políticas de gênero. Quais os próximos passos?
Estou muito focado e empenhado com esse tema, em especial no estímulo à implementação dos documentos aprovados ao longo dos anos, incluindo o último, na recente reunião de Windhoek.
Precisamos encontrar mecanismos para garantir que esses textos não fiquem apenas no âmbito da liderança das igrejas. Devemos promover processos para discutir esses documentos nos seminários, nas instituições e em toda consulta com as igrejas-membro.
Qual é o papel da Diaconia no futuro da FLM?
A Diaconia deve ser igreja e a igreja deve ser diaconal. Minha esperança é que a Federação possa continuar a ser um importante e decisivo interlocutor internacional para lidar com as tragédias do nosso tempo. Nosso braço diaconal é o World Service. Está realizando um trabalho maravilhoso. Também temos as igrejas individuais que estão conduzindo intervenções nesse sentido. É fundamental manter unidos estes dois ramos da diaconia luterana, o federativo e o das realidades individuais. Por isso eu vejo uma FLM comprometida em apoiar com força ainda maior o World Service e, ao mesmo tempo, implementar e acompanhar as igrejas-membro para serem protagonistas e agentes diaconais e proféticos em seus contextos.
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Nenhuma igreja jamais deveria se sentir sozinha, diz novo presidente da Federação Luterana Mundial - Instituto Humanitas Unisinos - IHU