Brasil só gera emprego formal para quem ganha no máximo 2 salários mínimos

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS
  • ‘Narcoterrorismo’: discurso da extrema-direita global nas mídias religiosas. Artigo de Olívia Bandeira e Victor Merete

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

01 Mai 2018

Caged mostra que as contratações em 2018, depois da entrada em vigor da nefasta lei trabalhista de Temer, foram maiores que as demissões apenas entre os que têm salários mais baixos.

A reportagem é de Marize Muniz, publicada por Central Única dos Trabalhadores - CUT, 30-04-2018.

A nova lei Trabalhista está gerando empregos precários, sem direitos e com salários baixos, como a CUT sempre alertou ser o real objetivo da reforma proposta pelo ilegítimo Michel Temer (MDB-SP). Este ano, as poucas vagas formais, com carteira assinada, geradas em um mercado de trabalho cada vez mais precário, foram com salários de, no máximo, dois salários mínimos, ou R$ 1.908,00.

Os dados se referem ao primeiro trimestre deste ano e foram levantados pela Folha de S Paulo no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, órgão subordinado ao ilegítimo Temer.

Segundo o levantamento, foram fechadas vagas em todas as faixas com vencimento maior do que dois salários mínimos. No Norte e no Nordeste do Brasil, a situação é pior. O ano de 2018 começou com a abertura de empregos na faixa de até um salário mínimo (R$ 954).

O Ministério do Trabalho diz que os números refletem um processo de recuperação e que a expectativa é que o saldo positivo chegue aos cargos com melhor remuneração. Difícil acreditar em tal previsão quanto o próprio ministério divulga aumento de vagas com contratos de trabalho intermitente e regime parcial, nos quais os trabalhadores podem receber menos até do que um salário mínimo por mês, já que só trabalharão apenas nos dias em que forem convocados pelos patrões.

Durante toda a tramitação da reforma Trabalhista, a CUT denunciou que a retirada de direitos era mais uma etapa do golpe de 2016, que sempre foi contra o governo democrático e popular que ampliou direitos sociais e trabalhistas e, portanto, promoveria o maior retrocesso nos direitos conquistados ao longo de décadas e décadas de luta, lembra o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Segundo ele, ao se aliar a parte mais gananciosa e mal intencionada dos brasileiros para dar o golpe e usurpar o poder, Temer assumiu compromissos com o empresariado que queria retirar direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora.

Quando assumiu, teve de pagar o que prometeu. E entidades patronais, como a CNI, praticamente a autora das mudanças na CLT, cobraram a fatura que deveria ser paga pela classe trabalhadora. A cobrança surtiu efeito rápido. Mal assumiu, Temer encaminhou ao mesmo tempo ao Congresso Nacional as reformas Trabalhista e Previdenciária, esta última barrada com muita luta, com a greve geral de 28 de abril de 2017; e a PEC do congelamento dos gastos.

“Na verdade, Temer e seus aliados transformaram a classe trabalhadora brasileira em mercadoria. É ele que comercializa nossa mão de obra a preço de banana para o empresariado conservador e ganancioso que só pensa em aumentar ainda mais os lucros”.

A nova lei trabalhista entrou em vigor em novembro de 2017, mas vários itens, entre eles a autorização para que grávidas e lactantes trabalhem em locais insalubres, dependem de regulamentação.

E ao contrário do que garantiu o governo não está gerando empregos, a taxa de desemprego no primeiro trimestre deste ano alcançou 13,1%, o que significa que o Brasil tem hoje 13,7 milhões de pessoas procurando emprego.

Leia mais