Uruguai. Lucía Topolansky, a dureza feminina, vice-presidente

Lucía Topolansky (Fonte: Wikimedia Commons)

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12 Setembro 2017

A ex-guerrilheira e esposa do ex-presidente José Mujica, senadora Lucía Topolansky, aparece como a futura vice-presidente do Uruguai, após a renúncia do cargo, no sábado, de Raúl Sendic. Topolansky, de 72 anos, é senadora pelo governante Frente Ampla (FA) e, segundo a normativa vigente, será a substituta de Sendic, que denunciou uma perseguição política da oposição e de membros conservadores da FA. O agora ex-vice foi acusado de gastos duvidosos com seus cartões corporativos oficiais.

A reportagem é publicada por Página/12, 11-09-2017. A tradução é do Cepat.

A Constituição uruguaia prevê que o senador mais votado, da lista mais votada nas últimas eleições, assuma a vice-presidência em caso de vacância. Mujica, presidente entre 2010 e 2015, senador líder do Movimento de Participação Popular (MPP), que tem a maior bancada na câmara alta, não pode ser vice-presidente já que no Uruguai não existem os períodos sucessivos de governo e um vice-presidente deve poder suprir ao titular. Sua esposa, segunda na lista eleitoral de Mujica, ficará então com a responsabilidade de ocupar o lugar de Sendic.

Topolansky será a primeira vice-presidente mulher do país vizinho. Dias atrás, Mujica descreveu Lucía como “uma trabalhadora dessas infernais. Não dessas que fazem um feito histórico, mas, sim, dessas que levantam paredes. Possui uma dureza feminina que é diferente da dureza dos homens”.

Foi o próprio Mujica, o principal padrinho político de Sendic, que se encarregou de confirmar que Topolansky aceitará o cargo. “Não se pode discutir, institucionalmente é assim e tá”, disse à televisão local. “Isto é uma ‘situação’ que veio extra. Nem pensávamos, mas, bom, é preciso aceitá-la”, acrescentou à imprensa.

Topolansky integrou, junto com Mujica, a extinta guerrilha Movimento de Libertação NacionalMLN-Tupamaros, que atuou no Uruguai nos anos 1960 e 1970, que foi fundada por Raúl Sendic, o falecido pai do político renunciante.

Originalmente da ala dura da esquerda uruguaia, Topolansky foi uma das primeiras a defender Sendic quando, em fevereiro de 2016, admitiu não ter o título acadêmico de licenciado em Genética Humana, obtido em Cuba, com o qual se apresentava. Recentemente, um comitê de ética partidário criticou Sendic por não apresentar os recibos de gastos que fez com seus cartões corporativos. Apesar de vários setores da Frente Ampla terem solicitado ao vice-presidente que desse um passo ao lado, Sendic se manteve firme em seu cargo e havia anunciado que provaria sua inocência em uma reunião partidária que ocorreu no sábado. No entanto, diante de seus companheiros de partido, denunciou “deslealdades” e comunicou que renunciava.

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