27 Junho 2016
"Foi um pequeno detalhe dentro de uma arena futebolística que nos despertou para esta reflexão de caráter catequético. Um outro detalhe muito semelhante acontecido em sala de aula ajuda a entender melhor pequenas experiências de eternidade já aqui e agora no planeta terra".
O comentário é de Antônio Cechin, irmão marista, agente de Pastoral nas periferias, coordenador do Comitê Sepé Tiaraju e da Pastoral da Ecologia do Regional Sul III da CNBB. Também é autor de Empoderamento Popular. Uma pedagogia de libertação (Porto Alegre: Estef, 2010).
Eis o artigo.
No domingo, dia 22 de maio próximo passado, em Porto Alegre, na arena do Grêmio, durante o jogo Flamengo X Grêmio, um detalhe inusitado. Pela TV, no dia seguinte, segunda-feira, curti com mais profundidade aquilo que aos meus olhos e ouvidos, já não me parecia mais apenas um pequeno detalhe, mas algo verdadeiramente surpreendente e inusitado, dentro do espetáculo futebolístico dominical, do qual haviam participado mais de 40.000 pessoas.
Eis o “detalhe”:
Um rapaz e uma moça, jovens namorados que já haviam trocado entre si, nesse mesmo mês de maio, no dia especial dos namorados, o sim definitivo para o casamento, estavam na arquibancada, em meio à mole humana, tão alegres e satisfeitos, particularmente no momento do único gol que consagrou a vitória dos gaúchos contra os cariocas.
Não cessavam os dois pombinhos, um colado no outro, de se dar beijos e abraços em profusão que atraíram a atenção do repórter. Esgueirando-se por entre as filas de torcedores, todos em pé e aos gritos pela vitória final, o jornalista os surpreendeu. Interrogou-os sobre a razão de tão desabusada alegria, concretizada em tantos risos, braços para o alto, gritos, num contínuo senta-levanta, olas, etc.
Em meio à azáfama, o rapaz desabafou que, em preparação ao que imaginavam que iriam sentir no dia do casamento, haviam decidido juntos, como bons torcedores gremistas que eram, assistir à partida de futebol com a finalidade de uma experiência forte, no meio de uma massa humana vibrante, a fim de fazerem um treino do que iriam sentir no dia do casamento, no momento em que, através de um beijo solene, doar-se-iam um ao outro.
Contemplando a cena da forte emoção na arquibancada, pela TV, me deu a impressão de que ambos viviam uma espécie de levitação. Acabavam de deixar o corriqueiro, o monótono e repetitivo mundo de cada dia, para um salto numa espécie de extra-mundo, inteiramente distinto desse do cotidiano. Uma espécie de algo pairando entre o sobrenatural e o natural, o comum, o ordinário e em se tratando de amor, envolvidos pelo senso do sagrado.
Brasil, o país do futebol
Dizer que o Brasil é o país do futebol é uma obviedade. Já se realizaram aqui, duas copas do mundo. Dentro em breve teremos uma olimpíada, na qual, além das concorrências individuais, haverá também esportes coletivos, entre os quais o indefectível futebol como o mais importante. Não há aldeia, vila, cidade grande ou pequena, onde não se jogue futebol neste nosso país, com times bem organizados para todas as idades e ambos os sexos.
Na cidade de Porto Alegre, no espaço em que hoje está erguida a arena do Grêmio Futebol Clube, havia nada menos do que 14 campos de futebol. Acorriam, para essas canchas de esporte, times de todas as regiões da capital, nos fins de semana ou dias feriados, todos em busca do sadio divertimento. Funcionava até, no local, uma Associação de juízes esportivos, a fim de garantir as arbitragens para todas as partidas que se realizassem ali, no portal da cidade, junto à Avenida da Legalidade.
Estranhamente, desde que a empreiteira OAS iniciou as obras da arena gremista até o dia de hoje, não houve absolutamente nenhuma voz que se erguesse contra a irremediável perda do imenso espaço futebolístico, para as dezenas de times amadores, simplesmente escorraçados pela construção do imenso prédio-sede do Grêmio Futebol Clube. As dezenas de sócios de times amadores foram defenestrados para todo o sempre de seu lugar tradicional de divertimento.
O assunto futebol é sempre recorrente entre nós e com qualquer tipo de pessoas. Está aí ao nosso lado esse tema, sempre à disposição para entabular toda e qualquer conversa, mesmo com gente desconhecida. É aquilo que a retórica greco-latina apelidava de “captação da benevolência” (captatio benevolentiae) isto é, um quebra-gelo que predisponha ouvintes para qualquer tipo de papo subseqüente.
O Deus da fé cristã é um Deus Trabalhador
A Bíblia é a biblioteca sempre à nossa disposição para a busca dos segredos do mistério de Deus, de cuja plenitude Jesus Cristo, na qualidade de Filho de Deus, nos veio falar através do mistério da encarnação.
Logo no primeiro livro, o Gênesis, nosso Deus Trindade se revela em sua dimensão de um Deus trabalhador (Deus faber). Para fazer o cosmos levou sete dias. O primeiro capítulo do primeiro livro se ocupa dos seis primeiros dias da criação, com cada uma das grandes obras especificadas dia por dia. Esse primeiro capítulo termina com as seguintes palavras: “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia”.
O segundo capítulo do mesmo primeiro livro, assim principia: “Assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. No sétimo dia, Deus terminou todo o seu trabalho; e no sétimo dia, ele descansou de todo o seu trabalho. Deus então abençoou e santificou o sétimo dia, porque foi nesse dia que descansou de todo o seu trabalho como criador”.
Nos chama profundamente à atenção o estilo repetitivo da bíblia nesse início do segundo capítulo do Gênesis: Fala três vezes em sétimo dia e duas vezes que Deus descansou do seu trabalho. O mínimo que podemos dizer do escritor inspirado que nos legou esse texto, é que cometeu um pleonasmo vicioso, como se fosse possível imputar a Deus um vício de linguagem. Também não podemos esquecer que o número 7 é considerado pela bíblia como o número perfeito: 7 foram os dias da criação, 7 são as petições do Pai Nosso, 7 são os sacramentos, 7 são as bem-aventuranças, etc. etc.
Não bastasse essa ênfase sobre nosso Deus Operário, seu Filho Jesus Cristo que veio morar no meio de nós, dá ainda mais ênfase aos trabalhos do Pai quando repete: “Meu Pai trabalha sempre” nos dando a entender que o Pai Criador é um trabalhador inveterado, “fabricando” (de faber) sempre coisas novas.
No sétimo dia Deus descansou, destinando para si mesmo um dia inteiro de repouso, até para poder contemplar e admirar tudo quanto havia realizado, e enxergando tudo como absolutamente belo e bom, aliás como o agricultor de antigamente que, aos domingos, de manhã ia assistir missa e de tarde, junto com toda a família, caminhava pelas roças a fim de contemplar e conferir a brotação das sementes.
Ao dar-se para si mesmo um dia inteiro de folga, em final de semana, Deus ainda quis coroar a sua obra inventando o lazer. Diz o provérbio que o final de tudo é aquilo que coroa a obra (finis coronat opus). Deus, como qualquer pessoa, se reservou o dia em que culminou a criação para um “gran-finale” à semelhança das grandes operas musicais.
Quis nosso Pai Supremo significar que fomos fabricados para o Céu, o lugar do eterno descanso, para o gozo eterno junto dele. A terra é apenas o lugar de um treino para o Céu. É por isso mesmo que, se a humanidade se houvesse organizado no mundo, em função do projeto de Deus, há muito tempo já estaríamos todos como operários ou trabalhadores, trabalhando hoje muito menos horas para garantir boa qualidade de vida, do que as 40 semanais que o operariado costuma trabalhar no mundo inteiro.
Se abrirmos qualquer dicionário para saber o exato significado da palavra lazer, encontraremos o seguinte: 1) ócio, descanso, folga, vagar; 2) tempo de que se pode livremente dispor, uma vez cumpridos os afazeres habituais; 3) atividade praticada nesse tempo: divertimento, entretenimento, distração, recreio. (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa; 2ª edição)
Tão logo o primeiro casal de seres humanos recusou o paraíso terrestre originário, através da desobediência a quem os criou, entregando-lhes o cuidado da “casa comum”, entra o pecado no mundo e com o pecado, as mazelas de que estamos rodeados. Acabou-se a paz, a tranquilidade, a harmonia que até então reinavam soberanas.
Desde o pecado de Adão e Eva, nosso Deus Trabalhador que em tudo nos criou à sua imagem e semelhança, também nos ordenou o trabalho quando disse: “ganharás o Pão Nosso de cada dia ao suor do teu rosto”. Apesar desse aparente “castigo” ligado ao trabalho fadigoso, de sete em sete dias, seguir-se-á como final, um dia inteiro a fim de recordar sempre aquilo que foi paradisíaco no princípio do universo criado por Deus.
Denominamos domingo a esse dia de semana, ou Dia do Senhor (do latim: dies Dominici). Dia do Senhor já aqui na terra, como um ensaio do Dia eterno do Senhor, nos céus e por toda a eternidade.
Aliás, com total felicidade, os padres jesuítas dos Sete Povos do nosso Rio Grande do Sul, com seus índios guarani-missioneiros, realizadores da “Terra Sem Males”, denominaram a semana de seis dias de trabalhos no lavourão comunitário para a garantia do “Pão Nosso de cada dia”, com a palavra Tupambaê, isto é, coisa de Deus, Trabalho de Deus ou Trabalho para Deus. Essas três traduções são corretíssimas se levarmos em conta que a língua guarani é aglutinante.
Domingo, o dia do lazer
Um dia por semana que se resume na alegria, na satisfação e na felicidade de ter feito o dever de casa. É a recompensa dos trabalhos realizados. Designa ao mesmo tempo a atividade lúdica ou esportiva que fomos inventando ao longo dos séculos para termos maiores alegrias em Dia do Senhor.
Segundo a tradição de séculos, é nos dias de lazer que sói acontecer o futebol como esporte coletivo, comunitário. Sob este aspecto comunitário, coincide com o grande projeto trazido pelo Filho de Deus, vindo desde o Pai, quando colocou sua tenda no meio de nós e nos revelou todos os segredos divinos.
O escritor latino-americano Eduardo Galeano tem uma bela definição do futebol quando afirma: “O futebol é um longo caminho entre o esforço e o serviço”. Esforço e serviço são comuns a todos, em dia de lazer, dentro de uma arena de futebol. Para os que jogam é mais esforço físico, mais harmonia coletiva em campo.
Para os que assistem é o esforço como torcida uníssona, dando impulso e estímulo a quem luta por uma avitoria, animando e disseminando alegria nas massas. Os diferentes atores, incluído o juiz, devem trilhar todos ao mesmo tempo o caminho do serviço e do esforço.
O futebol é um jeito de ampliar a alegria do dia do descanso e do lazer. A pequena Comunidade do time de futebol é do mesmo tamanho da pequena Comunidade dos 12 de Jesus. Jesus os treina para o anúncio do Reino de Deus e as emoções da Missão como as do futebol são um pequeno aperitivo daquilo que é, em plenitude, o Reino pregado por Jesus Cristo já aqui e agora e depois na eternidade.
O futebol não somente empolga a pequena comunidade de onze atletas aqui e acolá, mas no mundo inteiro. A sensação de mundo global que nos foi transmitida pelos meios de comunicação por ocasião das copas, é de que a copa do Brasil foi a copa das copas em alegria esfuziante, acolhida fraternal de estrangeiros, e tantas coisas mais.
Futebol, um prenúncio de céu, um aperitivo apenas, uma pequena experiência de Reino de Deus, aqui e agora. O que sentimos de alegria em meio a uma massa de torcedores, em nada difere de uma experiência de sagrado: é o senso do sagrado despertando em nós e que nos faz vibrar com o máximo de emoção interior.
Uma evangelização ou uma catequese que se preza, seja de crianças, jovens ou adultos, aproveitando no Brasil principalmente o acontecido por ocasião da Copa do mundo, e agora se repetindo talvez com a mesma intensidade na olimpíada que se aproxima, deve ensinar a ler o futebol e todas as espécies de lazer sadio, como um prenúncio do céu, que viveremos por toda a eternidade em nossa pátria definitiva, ao lado de Deus. O futebol também ajuda indiretamente à globalização da humanidade para a formação de “um só rebanho sob um único Pastor.”
Tudo o que nesse mundo é verdadeiramente comunitário rescende a Projeto do Deus do Reino e do Reino de Deus, que é Jesus unido ao Pai e ao Espírito Santo, Deus-Trindade, única fonte do Amor tanto divino quanto humano.
Não é por mero acaso que o Divino Mestre adorava falar aos discípulos e às multidões preferencialmente em parábolas. Repetia constantemente: quem tem olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração para sentir, que veja, ouça e sinta.
Nosso mal enquanto pessoas é que fazemos ouvidos moucos, olhamos os pequenos sinais que Deus coloca em nosso caminhar, apenas com olhos bovinos e coração de pedra. A palavra de Deus-parábola são pessoas, fatos e coisas deste nosso mundo que nos fazem viver o senso do sagrado dentro de um processo histórico de fatos e acontecimentos entrelaçados.
Por isso o surto futebolístico, que é hoje avassalador no mundo inteiro nos acua, como cristãos a vê-lo como parábola de um único Pastor e de um único rebanho segundo o projeto do Mestre dos Mestres: Ide por todo o mundo e fazei de todos os povos discípulos meus.
Esse cientista jesuíta francês, dentro do túmulo em que jaz sepultado na cidade de Nova York, deve estar se agitando de tanta alegria ao som das massas brasileiras e dos milhares de peregrinos que estão vibrando numa fraternura universal mesmo que seja provocada pelo futebol. Tudo segundo este cientista jesuíta converge para o ponto ômega que é Jesus Cristo, princípio e fim ao mesmo tempo de tudo quanto existe. Quantas vezes nestes dias de copa e de olimpíada, ouvimos pipocar o lema “Todos somos um só”!
Eis uma das frases famosas do saudoso Teilhard de Chardin: "Após alguns anos, nos damos conta, sem compreender, que se formam, sob nossos olhos, surpreendentes sistemas de rotas terrestres, marítimas e aéreas, de vias postais, de fios, de cabos, de pulsações etéreas de rádio que condensam sempre mais a face da Terra. É a criação de um verdadeiro sistema nervoso da Humanidade, que se transforma, gradativamente, num grande e único organismo vivo consciente" (CHARDIN, Teilhard de (1881-1956) - in: Oeuvres complètes, Paris, Galimard, 1965)
“Um só rebanho sob um único Pastor como diria Jesus Cristo que, segundo o próprio Teilhard, é o Alfa, porque através dele nada do que existe foi feito sem Ele e agora a humanidade caminha para o ômega, a letra final do alfabeto, quando o Reino de Deus alcançar a maturidade total.
A aldeia global de McLuhan também está sendo construída pelo lado do esporte, especialmente o futebol. É o zum-zum das abelhas do enxame humano que também nos chega pelo do lado inusitado dos esportes.
O apóstolo São Paulo
Nem a própria bíblia ficou totalmente alheia ao fenômeno esportivo. Particularmente. No tempo de Paulo as massas se encontravam nas olimpíadas inventadas pelos gregos. Eis como Paulo valoriza o esporte:
“Acaso não sabeis que os que correm no estádio correm todos juntos, mas um só ganha o prêmio? Correi de tal maneira, que conquisteis o prêmio. Todo atleta se sujeita a uma disciplina rigorosa em relação a tudo, e eles procedem assim para receberem uma coroa corruptível. Quanto a nós, a coroa que buscamos é incorruptível. Por isso eu corro, mas não à toa. Eu luto, mas não como quem dá murros no ar. Trato duramente o meu corpo e o subjugo, para não acontecer que depois de ter proclamado a boa-nova aos outros, eu mesmo seja reprovado.” (primeira carta aos Coríntios 19,24-27)
Paulo não deixa de relacionar a “coroa corruptível” como um aperitivo da “incorruptível”. Em outras palavras: a alegria do futebol é uma bruxoleio de experiência daquilo que, um dia, serão as alegrias do céu, junto de Deus Pai Criador de tudo o que é belo, bom e sadio.
A copa do mundo, uma experiência de unidade mundial
Estamos experimentando o Deus uno e Trino, sendo hoje como Brasil, através da mídia, o umbigo do mundo, por estarmos funcionando, para bilhões de seres humanos na face da terra o epicentro do futebol mundial e da olimpíada , com esse assombro de turistas que chegam de todas as nações do planeta para visitar-nos.
Não está escrito até nas arenas “todos somos Um?” Não vem esse slogan repetindo constantemente na mídia: 200 milhões batendo como um só coração? Não estamos ainda convencidos que somos um povo predestinado a tarefas comunitárias em favor do mundo inteiro, por nossa capacidade de, no momento, funcionar como o epicentro do futebol mundial? Os estrangeiros que aqui chegam, veem no Brasil o país do futebol, já marcado na própria cultura por este esporte tipicamente nosso.
Tivemos no passado um bispo brasileiro que além de Pastor, era poeta, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras: Em sua sede evangelizadora ocupou-se até de nos ajudar a ler o futebol como cultura tipicamente brasileira, ao fazer o lindo hino dos futebolistas. Eis o canto que nos apresenta o futebol como parábola:
Dom Aquino Correa
O saudoso bispo Dom Aquino Corrrêa que além de bispo foi grande escritor e poeta, não teve pejo em brindar jogadores da sua cidade de Cuiabá com o Hino dos futebolistas.
(Dom Francisco de Aquino Corrêa, 1885-1956,
Bispo de Cuiabá – MT e membro da ABL)
O mundo é um campo e do homem a vida
É um jogo entre equipes do bem e do mal;
O seu coração é qual bola batida,
Chutada por um ou por outro rival!
Estribilho:
Sus! Jovens, ao campo! Sus! Jovens, à lida!
Atletas da equipe do bem contra o mal!
Avante, campeões! Consagremos a vida
Ao gol da vitória do nosso ideal!
Embalde o inimigo nos chuta e convida
Ao torpe deslize do erro fatal;
Oh! Nunca, jamais, a nossa alma trepida,
Bafejam-na os louros da glória imortal!
A nossa bandeira é a bandeira querida,
Que cifra os lauréis do valor nacional;
A nossa esperança é na Cruz, lá erguida,
Que borda de luz nosso céu tropical!
“Nova et Vetera” – 1909
Versos hendecassílabos (de 11 sílabas)
Rimas apenas em “ida” e “al”
O hino do Grêmio Futebol Clube
Já que nos referimos à arena do Grêmio como desencadeadora de algumas das possibilidades catequéticas do futebol, sinto que o hino gremista já no estribilho canta “o longo caminho entre o esforço e o serviço” de que fala Eduardo Galeano”:
Até à pé nós iremos
Para o que der e vier,
Mas o certo é que nós estaremos
Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver!
Papa Francisco
Felizes de nós que hoje temos um papa de nome Francisco que é também torcedor de um clube de futebol da Argentina e que, pela vez primeira no mundo, acaba de mandar uma mensagem especial ao Brasil, extensiva aos povos do mundo inteiro, por ocasião da Copa do Mundo, como ótima ocasião de cultivo dos melhores valores do cristianismo como a Paz, a concórdia, a unidade, a alegria, etc. etc. tão desejadas por Jesus, principalmente quando de sua Ressurreição, ao final de sua carreira terrestre, concluídos todos os seus trabalhos e sofrimentos, rumo ao Lazer sempiterno.
Isto escrito por papa Bergoglio nos anos 50 quando da primeira copa realizada no Brasil.... incrível!
Não fôssemos já tão longos neste escrito, poderíamos desdobrar a ferramenta futebol com suas múltiplas facetas no terreno da educação de jovens e crianças, tais como: guerra contra as drogas, cultivo da fraternidade, formar coletivos, etc. etc.
Aqui de novo temos o Papa Francisco numa de suas falas há uns 20 dias.
Papa Francisco critica o doping no esporte e incentiva atletas ao jogo limpo. O Papa explicou que esporte consiste em um dos 'três pilares fundamentais para crianças e jovens' junto com educação
Vaticano - O papa Francisco disparou nesta sexta-feira contra o doping no esporte e incentivou os atletas a evitar "os jogos sujos" e a não sucumbir a esse tipo de prática que acarreta, em sua opinião, em vitórias "feias e estéreis".
"O tênis é um tipo de esporte muito competitivo, mas a pressão de conseguir resultados significativos não deve nunca nos empurrar a pegar atalhos como o caso do doping", disse durante uma audiência com os membros da Federação italiana de Tênis na Sala Paulo XVI, no Vaticano.
Para encerrar
Foi um pequeno detalhe dentro de uma arena futebolística que nos despertou para esta reflexão de caráter catequético. Um outro detalhe muito semelhante acontecido em sala de aula ajuda a entender melhor pequenas experiências de eternidade já aqui e agora no planeta terra.
Em sala de aula, um adolescente irrequieto por excelência, dir-se-ia indisciplinado de nascença, que, de repente muda completamente de postura, torna-se o aluno mais tranqüilo da sala. O que aconteceu com ele?... Fomos inquirir e... surpresa total: ele acabava de arranjar uma namoradinha. É o senso do sagrado que lhe dá uma reviravolta total.
Os catequistas franceses costumam dizer que alguém que um dia fez uma experiência de céu, pode acontecer que mais tarde abandone o bom caminho. Porém um dia há de retornar em busca daquele valor absoluta que um dia foi para ele o céu na terra.
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Futebol, um manancial para a catequética - Instituto Humanitas Unisinos - IHU