Investigação pioneira avalia as consequências de tais construções no equilíbrio climático e social nas cidades. Grupo de pesquisa da UFSM parte da realidade de Balneário Camboriú, que abriga 8 dos 10 maiores prédios do Brasil
Muitas vezes, de costas às demandas climáticas e sociais, a construção de arranha-céus no Brasil vem recebendo pressão política e econômica. Dois estados do Sul têm suscitado debates sociais, urbanísticos e ambientais sobre a função e o impacto desses empreendimentos. Em Porto Alegre, a edificação de um prédio de 130 metros de altura, com cinco torres, recebeu aval da prefeitura da capital. No estado vizinho, a cidade catarinense de Balneário Camboriú é símbolo dessa política, abrigando oito dos dez maiores arranha-céus do Brasil. Lá, a chamada selva de vidros, prédios com mais de 80 andares em vidro espelhado, já produzi seus efeitos climáticos e sociais.
“Do ponto de vista climático, a construção de arranha-céus traz diversos problemas à população, como criação de ilhas de calor urbano, aumento ou concentração de áreas com maior alagamento na cidade. Além disso, concentração da poluição do ar em algumas áreas, alteração do conforto térmico e, sobretudo, criação de sombreamento em áreas que antes pegavam sol, principalmente áreas internas dos imóveis”, constata o geógrafo Cássio Wollmann, coordenador do Laboratório de Climatologia em Ambientes Subtropicais (LaCAS) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O professor e sua equipe instalaram estações meteorológicas no topo de dois arranha-céus de Camboriú, além de outras quatro estações meteorológicas de superfície espalhadas pela cidade, em agosto de 2021, para investigar os impactos dos empreendimentos no clima e na vida dos moradores.
Wollmann realiza, desde 2019, o projeto “O Sistema Clima Urbano de Balneário Camboriú – SC”, em que pesquisa as causas e consequências desse tipo de empreendimento urbanístico. “Muitas pessoas possuem seus imóveis desvalorizados em função da construção de um grande prédio ao seu lado, ou próximo ao seu imóvel. Esse arranha-céu compromete a qualidade de vida e desvaloriza o imóvel mais antigo, e não há nenhum tipo de compensação”, ressalta nesta entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU, via e-mail.
“Sinceramente, não vejo em Camboriú uma demanda por alta procura de imóveis. É comum ver muitos edifícios prontos e com poucos moradores (à noite se vê isso claramente, poucos apartamentos com luzes acesas)”, observa. Wollmann conclui que “essa pressão por construção de arranha-céus, definitivamente, não é por demanda de mercado, embora seja o marketing vigente, mas por disputas de poder que envolvem diversas esferas da sociedade”. Com o crescimento dos arranha-céus, e da especulação imobiliária, o município passou a ter o metro quadrado mais caro do Brasil.
E quais os problemas dessa política? “Perda de qualidade de vida em todos os sentidos”, enfatiza o cientista. Segundo ele, entre as principais consequências da verticalização de determinadas áreas das cidades, em geral, tendem a expulsar a população original, que muitas vezes é mais pobre, gerando uma espécie de apartheid. “Expulsa em detrimento da valorização dessas zonas, ampliando os problemas nas periferias e demais problemas de mobilidade urbana”.
A grande quantidade de vidro empregado nesses edifícios gigantes, por exemplo, também é uma forma de negacionismo climático. “Não é reinventar a roda, é usar-se da ciência para andar pelos melhores caminhos minimizando impactos. Talvez, nesse sentido, a cidade ainda seja negacionista”, enfatiza Cássio Wollmann. Contudo, argumenta que a construção em si de arranha-céus não pode ser considerada negacionismo científico, porque há experiências que não o são, inclusive em outros países.
Cássio Wollmann (Foto: Arquivo pessoal)
Cássio Wollmann é professor Associado (Nível III) do Departamento de Geociências, atendendo principalmente os Cursos presenciais de Geografia (Bacharelado e Licenciatura Plena), Licenciatura em Geografia (EaD/UAB) e Programa de Pós-graduação em Geografia, da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Docente responsável pelo Laboratório de Climatologia em Ambientes Subtropicais (LaCAS), registrado no Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil. Pesquisador integrante da Rede Climas Subtropicais (RCS), que envolve os principais pesquisadores da Climatologia Geográfica do sul do Brasil. Membro da International Association for Urban Climate (IAUC). "O Sistema Clima Urbano de Balneário Camboriú/SC". As principais palavras-chave de seu currículo são: Climatologia Geográfica; Clima Urbano; Unidades de Conservação; Conforto Térmico; Bacias Hidrográficas, Variabilidade e mudança climática.
IHU – Qual o panorama e a abrangência das investigações feitas em Balneário Camboriú relacionadas ao clima e às construções urbanas?
Cássio Wollmann – O primeiro trabalho de estudos climáticos em cidades conduzida no estado de Santa Catarina foi em Florianópolis, há 30 anos. Naquela época, os autores já destacavam o papel do sombreamento que os próprios edifícios projetaram sobre a cidade durante o dia, e o impacto nas temperaturas do ar mais elevadas durante a noite. Nessa mesma pesquisa, destacou-se o papel das massas de água (oceano Atlântico e as baías) como reguladores térmicos do clima urbano da capital catarinense, o que hoje podemos expandir para as demais áreas urbanas do litoral do estado.
O projeto desenvolvido em Balneário Camboriú, especificamente, iniciou em 2019. O LaCAS da UFSM realiza projetos de pesquisa com relevante impacto social e formação de recursos humanos, como no caso do intitulado “O Sistema Clima Urbano de Balneário Camboriú – SC”. Desde então, já se produziram inúmeros trabalhos na área.
Entre os desdobramentos, envolvendo diversas instituições públicas e privadas, o projeto passou a se chamar “BCC Project” (Balneário Camboriú Climate Project), com a instalação de estações meteorológicas no topo de dois arranha-céus de Camboriú: o Residencial Yachthouse (81 andares) e o Residencial Vitra (69 andares), além de outras quatro estações meteorológicas de superfície espalhadas pela cidade.
A partir de então, os dados coletados possuem diversas aplicações. Um exemplo disto é a segurança de trabalho dos operários nas obras dos arranha-céus, nas ações de marketing da construtora, nas tomadas de decisão e ação efetivas da Defesa Civil, quando ocorrem eventos extremos na cidade, e uso nas pesquisas desenvolvidas no LaCAS.
Como exemplo concreto dessa aplicabilidade em situações de eventos extremos, destaca-se o episódio de ciclone bomba do dia 10 de agosto de 2022, quando registraram-se ventos de 148 km/h, colocando não só à prova a estrutura do Residencial Yachthouse, mas destacando as pesquisas e parcerias estabelecidas pelo BCC Project na mídia local e nacional, com destaque à importância dos estudos climáticos urbanos aplicados, sobretudo em cidades densamente verticalizadas.
Ainda, no final do mês de dezembro de 2022, Balneário Camboriú foi atingida por um evento pluviométrico extremo, o qual somou 350 mm de chuva em 48 horas. Tal situação calamitosa levou a parceria “LaCAS, Pasqualotto, Metos e Defesa Civil” a tomar nova decisão: em 2023, a construtora Pasqualotto & GT Empreendimentos e o Departamento de Proteção e Defesa Civil de Balneário Camboriú iniciaram o financiamento e instalação de uma rede de 20 pluviógrafos no município e seu entorno.
IHU – Há cada vez mais pressão política e econômica por edificações verticais maiores nos centros urbanos. Como avalia este contexto?
Cássio Wollmann – Em Balneário Camboriú a construção de edifícios sempre foi por razões relacionadas à busca pela beira da praia. Fato é que as construções na cidade estão concentradas nas duas primeiras quadras a partir da orla. Tais regiões acabam tendo grande valorização da terra, e os terrenos passar a ter valor agregado que somente as grandes construtoras podem pagar e construir algo.
Nesse sentido, os planos diretores dão as principais diretrizes para o ordenamento territorial, inclusive dessas áreas. Crescimento das cidades, seja vertical ou horizontal, sempre tem pontos positivos e negativos, e ocorrem por diversas demandas. O território municipal deve ser gerido de acordo com os planos diretores, os quais devem levar em conta todos os impactos dessas obras.
Essas diretrizes são construídas com base em consultas populares e participação da sociedade empresarial e política envolvida. Portanto, é responsabilidade da sociedade exigir mudanças nos critérios que estão causando problemas com a construção dos edifícios, mas também, é dever moral da classe empresarial e política a responsabilidade ambiental.
Mas quem vai balizar isso? Selos de qualidade diversos (ISO, por exemplo). Determinadas empresas e obras só possuem selos de qualidade se atenderem a demandas nacionais e internacionais de padrão de qualidade. Portanto, a pressão deve ser sempre primando pela qualidade, mas a qualidade de obras eficientes, que atendem exigências científicas, critérios fortemente estabelecidos que tenham a responsabilidade social e ambiental em primeiro plano.
No entanto, não é muito o que vemos. Sinceramente, não vejo em Balneário Camboriú uma demanda por alta procura de imóveis, é comum ver muitos edifícios prontos e com poucos moradores (à noite se vê isso claramente, poucos apartamentos com luzes acesas). Portanto, essa pressão por construção de arranha-céus, definitivamente, não é por demanda de mercado, embora seja o marketing vigente, mas por disputas de poder que envolvem diversas esferas da sociedade.
Estação meteorológica (Foto cedida pelo entrevistado)
IHU – Quais os principais efeitos no equilíbrio do clima em cidades com paredões de arranha-céus?
Cássio Wollmann – A verticalização das áreas urbanas afeta a velocidade do vento, pois a geometria e a rugosidade dos edifícios alteram o fluxo de ar dentro da atmosfera urbana e influenciam no desempenho térmico dos espaços urbanos. Os edifícios agem como corpos íngremes que diminuem a velocidade do fluxo de ar, assim reduzindo a velocidade média do vento de acordo com a densidade de edifícios em uma cidade, o que resulta em áreas com fortes correntes de ventos ou áreas de estagnação do escoamento do ar, afetando o conforto térmico humano.
A presença de edifícios muito altos, os quais podem criar sombreamento em determinados momentos do dia, influenciando os horários de pico de temperatura do ar. De forma contraria, ainda, a verticalização pode levar a uma maior absorção de calor nas superfícies verticais dos arranha-céus, contribuindo para a intensificação das ilhas de calor em áreas específicas, sobretudo nos cânions urbanos.
A intensidade e duração das ilhas de calor e frescor também pode ser afetada pela verticalização, uma vez que a geometria e a altura dos edifícios podem influenciar na circulação do ar, na incidência solar e na ventilação da cidade.
Essas modificações verticais na paisagem urbana são responsáveis por alterar a dinâmica clássica do campo térmico descrita na literatura. Além disso, considerar a dimensão e orientação da malha viária urbana nas pesquisas desempenha um papel importante na intensificação ou atenuação das ilhas de calor e frescor urbanas. Vias estreitas e a orientação das ruas podem afetar o sombreamento, a circulação do ar e a concentração de calor em áreas específicas, ampliando os efeitos da verticalização sobre o campo térmico.
IHU – Qual a consequência social para regiões com políticas urbanas que privilegiam tais tipos de construções?
Cássio Wollmann – Perda de qualidade de vida em todos os sentidos. Entre as principais causas da verticalização de determinadas áreas das cidades, em geral, tendem a expulsar a população original, que muitas vezes é mais pobre; expulsa em detrimento da valorização dessas zonas, ampliando os problemas nas periferias e demais problemas de mobilidade urbana.
Este seria um problema não climático em um primeiro momento. Do ponto de vista climático, a construção de arranha-céus traz diversos problemas à população, como criação de ilhas de calor urbano, aumento ou concentração de áreas com maior alagamento na cidade, concentração da poluição do ar em algumas áreas, alteração do conforto térmico, e sobretudo, criação de sombreamento em áreas que antes pegavam sol, principalmente áreas internas dos imóveis. Muitas pessoas possuem seus imóveis desvalorizados em função da construção de um grande prédio ao seu lado, ou próximo ao seu imóvel. Esse arranha-céu compromete a qualidade de vida e desvaloriza o imóvel mais antigo, e não há nenhum tipo de compensação.
Esses seriam alguns dos principais impactos que a verticalização pode trazer à população quando essas políticas urbanas são implementadas sem maiores investigações para minimização, mitigação ou adaptação da população frente a essas mudanças no clima urbano.
IHU – Arranha-céus à beira-mar, como os de Camboriú, são sinal de negação climática?
Cássio Wollmann – Neste momento tenho orientado uma tese de doutorado que investiga isso e outras premissas. Recentemente a cidade saiu na mídia como capital do negacionismo climático. No entanto, deve-se ter cuidado ao avaliar isso. Verticalização urbana não é um processo recente em escala global, desde o princípio do século XX, várias cidades do mundo se verticalizaram, como Nova York.
No caso de Balneário Camboriú, a construção de prédios altos iniciou no começo da década de 1980, mas, apenas em 2009, os prédios acima de 40 pavimentos começaram a ficar prontos. Há 15 anos não se falava em negacionismo climático, e os prédios já estavam lá.
Hoje, há mais prédios e, consequentemente, mais pessoas. Portanto, a pergunta a ser feita é: quem são as pessoas que moram nesses prédios na atualidade e o que pensam sobre as mudanças climáticas? É com base nessa problemática de pesquisa que pretendemos investigar como essa alcunha chegou até a cidade, mas não podemos dizer assertivamente que a verticalização é sinal de negação climática, pois, se fosse, várias cidades do mundo assim o seriam, e cidades como Vancouver, Toronto, Perth e Melbourne, são extremamente verticalizadas, mas estão brilhantemente alinhadas com políticas de mitigação e adaptação climática.
São cidades que se verticalizam com consciência. Esse é o diferencial que ainda deve fazer parte do consciente e inconsciente coletivo da população balneocamboriuense.
IHU – O tipo de material usado nas construções influencia no equilíbrio climático?
Cássio Wollmann – Totalmente. Não somente o tipo de material construtivo, mas também as cores. Superfícies brancas são melhores refletoras de radiação solar, portanto geram menos absorção de calor durante o dia e liberação desse calor à noite.
Em geral, os edifícios em Balneário Camboriú são pintados e/ou revestidos de cores claras. No entanto, nos últimos anos, tornou-se praxe a construção de edifícios com revestimentos de vidros de diversas cores, inclusive os espelhados, e aí reside um problema novo e nocivo ao clima urbano.
Edifícios com revestimentos de vidro e espelhados são comuns em cidades de clima de latitudes médias e altas, cidades que são frias e com pouco sol durante o inverno. Portanto, grandes janelas e paredes envidraçadas ajudam a manter o calor e iluminação interna, mas pioram o conforto externo, pois ajudam no aumento da temperatura média radiante, que é aquela sensação de aquecimento que as superfícies geram quando se passa perto de uma parede aquecida pelo sol.
Edifícios espelhados aumentam muito essa temperatura durante o dia, e resfriam-se rapidamente e muito à noite. Isso aumenta a amplitude térmica entre dia e noite, piorando o conforto térmico da população ao longo da cidade, sem mencionar as alterações na iluminação solar e reflexo/brilho que esses prédios causam sobre as ruas e calçadas.
Devem-se pensar alternativas de qual o melhor material a ser usado na construção dos edifícios, zonear a cidade, dizendo em que áreas podem e em quais não podem ser construídas essas edificações espelhadas, com base em vários critérios climáticos. Não é reinventar a roda, é usar-se da ciência para andar pelos melhores caminhos minimizando impactos. Talvez nesse sentido a cidade ainda seja negacionista.
IHU – É coerente, em meio aos desastres climáticos, expandir essas formas de desenvolvimento, por exemplo?
Cássio Wollmann – Sim, muito coerente. É nesse caminho que se atua com as chamadas medidas mitigadoras e de adaptação climática. Sempre se deve refletir sobre o que causou os problemas decorrentes de um evento extremos, e pensar em soluções de curto, médio e longo prazo. As soluções de curto prazo são para remediar os problemas pós-evento. As soluções de médio e longo prazo são mitigadoras e adaptativas, devemos desenvolver as cidades, as regiões e o país alinhado às políticas públicas que levem em consideração os desvios da atmosfera, pois não poderemos nunca deixar de existir sem elas. Vários exemplos no mundo mostram que é possível o desenvolvimento social e econômico com minimização dos impactos climáticos.
IHU – Há uma relação direta entre calor, frio, secas e chuvas com o tipo de arranha-céus?
Cássio Wollmann – Em pequena escala sim. Os prédios geram sombreamento e concentração de energia em algumas áreas, e modificam o fluxo de escoamento das águas da chuva em outros. Portanto, alterações em nível de ruas, ou, às vezes, na escala de bairro, sim, há alterações. Mas provocar grandes alterações como secas, estiagens, ciclones, não. A cidade entra como um fator de agravamento ou atenuação ao que já existe. Por exemplo: em uma situação de uma onda de calor, esse calor é regional (grande escala), mas na cidade é mais quente do que nas áreas rurais em função da existência da própria cidade.
IHU – É possível um equilíbrio entre meio ambiente e construções muito altas nos centros urbanos?
Cássio Wollmann – Com certeza. Há várias cidades no mundo, tão verticalizadas quanto Balneário Camboriú, que se verticalizam, constroem edifícios em áreas específicas, e mesmo assim estão muito alinhadas com políticas públicas, em diversas escalas da esfera administrativa, sobre mitigação e adaptação climática. Dois países que posso citar como exemplo são o Canadá e Austrália. Creio que a Austrália pode ser usada como um excelente exemplo para o Brasil, pois também está no hemisfério Sul e possui condições climáticas semelhantes ao Brasil.
Os exemplos de mitigação do clima urbano realizados nos últimos quarenta anos pelos gabinetes do governo federal australiano, os quais, de forma incessante, implementaram eficazmente estruturas de mitigação climática em áreas urbanas, com linguagem de fácil compreensão para o público. São ações concretas de educação ambiental e responsabilidades entre os residentes, criando uma atmosfera de pensamento coletivo que induz a população ao pensamento de desenvolvimento econômico e social aliado à preservação ambiental e cuidado com os desvios atmosféricos.
IHU – Há singularidades dos arranha-céus de Camboriú em relação a outros?
Cássio Wollmann – Balneário Camboriú é uma cidade verticalizada, litorânea e com clima subtropical. Isso a torna singular no Brasil e no mundo, colocando-a lado a lado das realidades das cidades australianas. Contudo, em Balneário Camboriú a construção dos edifícios pode, de forma perversa, ser utilizada como forma de mitigação das mudanças climáticas, pois o sombreamento causado pelos edifícios pode desempenhar uma falsa solução para o arrefecimento do calor produzido nas cidades, levando à diminuição da preocupação com arborização urbana, por exemplo, que é ainda o melhor método de mitigação de ilhas de calor.