Pela primeira vez no ano, há redução de postos de emprego formais no Vale do Sinos. Desta forma, em abril de 2016 constata-se que o aumento de postos de emprego no subsetor da indústria de calçados não acompanhou a queda em outros setores, como registrado no primeiro trimestre do ano. O setor de calçados tem importância elevada na geração de empregos na região.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou a base de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS para verificar a movimentação no mercado formal de trabalho na região do Vale do Sinos em abril de 2016.
Além da redução em abril de 2016, destaca-se que nos últimos meses, mesmo quando houve aumento de postos de emprego, o nível de renda gerado diminuiu. Isto ocorre porque o nível salarial dos desligados é maior que o dos admitidos.
A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado de trabalho formal no Vale do Sinos em abril de 2016, que destaca redução de 387 postos, sendo as maiores reduções em São Leopoldo e em Nova Hartz.
Depois de três meses de aumento de postos de emprego formais, o Vale do Sinos volta a apresentar recuo. Desta vez, o subsetor da indústria de calçados, que até então havia compensado a redução dos outros setores, não apresentou um aumento de postos de emprego tão expressivos. Ao menos, o resultado de abril de 2016 não apresentou redução tão elevada quanto no mesmo mês de 2015.
Dois municípios apresentaram altas de postos de emprego mais elevadas: Canoas e Sapiranga. Em Canoas, o setor da construção civil contribuiu para tal avanço, visto que houve aumento de 451 postos de emprego. Os setores de serviços e comércio também apresentaram melhora, com criação de 155 e 25 postos, respectivamente. Já em Sapiranga, não houve tamanha contribuição de nenhum setor em especial, mas a indústria de transformação foi a que apresentou maior aumento absoluto, com criação de 55 postos.
Em 2016, na região, a criação de postos de emprego chega a 2.419. No entanto, tal resultado não diminuiu muito o saldo negativo gerado nos últimos 12 meses, que já chega à redução de 16.467 postos, sendo que apenas em Nova Santa Rita houve aumento de emprego formal no período.
O município de Nova Santa Rita contou com o aumento de postos na construção civil, com avanço de 202 postos. O setor de serviços, com geração de 34 postos, também contribuiu para saldo positivo neste território.
O infográfico abaixo apresenta a variação de postos de emprego formais no Vale do Sinos, em abril de 2016.
A tabela 02 apresenta a movimentação no mercado de trabalho formal no Vale do Sinos em abril de 2016 conforme os setores econômicos definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Verifica-se que a construção civil obteve o maior aumento de postos de emprego, com acréscimo de 345.
Dos 8 setores econômicos, 4 apresentaram aumento de postos e a outra metade, recuo. O subsetor da indústria de transformação voltou a apresentar recuo, desta vez com redução de 579 postos, sendo 244 apenas em Nova Hartz. O município, que possui forte presença da indústria de calçados, obteve redução de 243 postos neste setor no mês de abril. A indústria de calçados é um dos setores subeconômicos que compõem o setor da indústria de transformação.
Araricá, outro município com forte presença da indústria calçadista, apresentou recuo de 111 postos na indústria de transformação e redução ainda mais intensa na indústria de calçados, com redução de 114 postos. Nos outros 7 setores, a variação foi nula ou muito próxima disso, com redução no setor do comércio e aumento no de serviços e da agropecuária.
A pauta do trabalho, um dos eixos norteadores do Instituto Humanitas Unisinos, será tema da Oficina – Indicadores do Trabalho e Trabalhadores do Vale do Rio dos Sinos, que ocorrerá no dia 07 de junho na Sala Ignácio Ellacuría e Companheiros – IHU, Unisinos, das 19h30min às 22h, com a presença do Prof. Dr. Moisés Waismann - UNILASALLE. Saiba mais e se inscreva aqui.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow