Aumento de postos de emprego no Vale do Sinos pelo terceiro mês consecutivo apoia-se na movimentação positiva do setor da indústria de transformação. No entanto, nos últimos 12 meses, o recuo ainda é de 17.599 postos. Apesar do aumento de postos de emprego, o nível de renda manteve-se em decréscimo no período.
O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, acessou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS para verificar a movimentação no mercado formal de trabalho no Vale do Sinos no mês de março de 2016.
A tabela 01 apresenta a movimentação no mercado de trabalho formal do Vale do Sinos em março de 2016. Pelo terceiro mês consecutivo, a região apresenta movimentação positiva no mercado de trabalho formal, com aumento de 716 postos.
Em janeiro e fevereiro de 2016 houve aumentos de postos de 941 e 1.149, respectivamente, no Vale do Sinos. Mesmo com o aumento de postos em março de 2016, este ainda é inferior ao registrado em março de 2015. No mês de março de 2016, 5 municípios registraram recuo de postos de emprego.
Somados os três primeiros meses, o acumulado de 2016 apresenta aumento de 2.806 postos de emprego. Mas o que este aumento significa?
A tabela 02 apresenta a movimentação no mercado de trabalho formal conforme nível de renda no 1° trimestre de 2016. O nível de renda decresceu em R$ 3.348.578,00 nestes meses.
É possível notar que na faixa salarial de 1 a 1,5 salários mínimos houve aumento de 3.960 postos de emprego, acima, inclusive, do aumento de postos de emprego como um total na região. Por outro lado, conforme os dados do CAGED, todas as faixas salariais acima de 1,5 salários mínimos obtiveram recuo de postos de emprego. Desta forma, mesmo com o aumento de postos de emprego na região, o nível de salários diminuiu no período.
A tabela 03 apresenta a movimentação no mercado de trabalho formal do Vale do Sinos em março de 2016 de acordo com os setores econômicos definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. O setor da indústria de transformação foi o que mais contribuiu com o aumento de postos de emprego, com registro de 558 postos.
O setor de serviços obteve aumento de 288 postos de emprego, sendo estes, em sua maioria, nos municípios de Canoas e Novo Hamburgo. Além destes dois setores, os setores de serviços industriais de utilidade pública e da administração pública aumentaram postos de emprego em março de 2016.
O setor da construção civil apresentou redução de 95 postos, e o do comércio, redução de 60. O setor do comércio já acumulou recuo de 316 postos ao longo dos três primeiros meses do ano, sendo 117 destes em Canoas.
O resultado apresentado pelos dados do mercado formal de trabalho do CAGED no Vale do Sinos difere daquele apresentado pela Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED da Fundação de Economia e Estatística – FEE em relação à RMPA. De acordo com a pesquisa, o nível de ocupados apresentou recuo de fevereiro a março de 2016 e a taxa de desemprego passou de 10,1% para 10,7%.
Por Marilene Maia e Matheus Nienow