Os indicadores do trabalho revelam que no primeiro bimestre deste ano a flutuação do mercado formal de trabalho foi positiva no país, no estado e na região do Vale do Sinos. Ou seja, se admitiu mais trabalhadores do que se desligou. Entretanto, no setor Comércio no mesmo período houve mais desligamentos que admissões de trabalhadores nas três regionalizações.
Oliveira, a convite do ObservaSinos – IHU, analisa estes dados e enfatiza que o setor Comércio “sofre o movimento sazonal de contratações de final de ano, que com o refluxo dos primeiros meses do ano, diminui sua mão de obra, diria que de maneira natural da operação do mercado, e num local que apresenta um trabalho de baixa remuneração”.
Loricardo de Oliveira é Secretário de Políticas Sindicais – Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Eis sua análise
Para avaliar os dados sobre emprego formal, no Vale do Sinos, devemos olhar onde eles estão sendo produzidos. Há um movimento de rotatividade nas empresas, por dois motivos, pela oferta de emprego na região o que faz muitos trabalhadores buscarem um trabalho melhor remunerado, outro as empresas buscando ajustar custos, demitem para contratações de salários menores. Uma contradição, mas que é evidente nas contratações e demissões.
O Comércio sofre o movimento sazonal de contratações de final de ano, que com o refluxo dos primeiros meses do ano, diminui sua mão de obra, diria que de maneira natural da operação do mercado, e num local que apresenta um trabalho de baixa remuneração.
O que está muito evidente também é o emprego que ainda aparece forte nos Serviços e mesmo no Comércio, apesar de algumas cidades terem uma pequena elevação de empregabilidade no setor Industrial. É evidente que o que há um aquecimento industrial no Brasil, mas na região do Vale do Sinos, falta uma política industrial estruturante por parte das Prefeituras, que alavanque as economias locais. Um problema de futuro, pois o Brasil precisa fortalecer o parque industrial, principalmente a indústria de transformação, e isso aqui na região não nos parece prioridade, mesmo sendo uma região que não tem sua economia baseada na agricultura como outras do Rio Grande do Sul, portanto vive no perigo de ficar dependente de empregos em áreas não estruturantes e produtivos, que num refluxo econômico pode gerar déficit nas arrecadações e desempregos no trabalho formal.