O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, publica a “Carta Especial Mulheres no Mercado de Trabalho” elaborada pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas. A Carta objetiva problematizar, a partir da visualização e análise de dados a contribuição da força de trabalho feminina no mercado de trabalho formal no ano de 2013.
Eis a carta.
A Carta Especial Mulheres no Mercado de Trabalho é produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, e apresenta nesta edição um olhar sobre a força de trabalho feminina no que diz respeito a sua participação (quantidade) e a sua remuneração. Este material é elaborado a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). As informações dizem respeito ao ano de 2013, últimos dados divulgados. Como recorte metodológico selecionou-se a escolaridade, bem como quatro regiões geográficas (Brasil, Rio Grande do Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre e o município de Canoas) para realizar a pesquisa. Espera-se com material visualizar o papel das mulheres no mercado de trabalho formal no sentido de problematizar a contribuição da força de trabalho feminina.
A tabela 1 apresenta a quantidade de vínculos e remuneração média por escolaridade e sexo no Brasil no ano de 2013. Percebe-se na tabela 1, existem 48,9 milhões de vínculos no mercado formal de trabalho no Brasil e que o trabalho feminino abarca cerca de 20,9 milhões deste universo. Também se apura na tabela que a remuneração média por hora é de R$ 8,69 para o total de vínculos, em quanto o trabalho feminino recebe R$ 8,05. Quando se observa por grau de escolarização percebe-se que os vínculos com o ensino médio perfazem cerca 22,1 milhões, e que neste grau de escolarização os vínculos femininos, 9,8 milhões, ficam atrás dos vínculos masculinos, o que se inverte quando analisa-se o ensino superior com 8,7 milhões de vínculos, sendo que 5,2 milhões são femininos, esta realidade se repete com os vínculos que possuem mestrado, que o seu total são de 229 mil, sendo que os vínculos femininos, respondem por 126 mil. Quando observa-se os vínculos que possuem o doutorado, 74 mil, percebe-se que os vínculos femininos ficam atrás dos vínculos masculinos, respondendo por 34 mil postos de trabalho.
Na sequencia são apresentadas figuras que auxiliam a perceber melhor os dados apresentados. A figura 1 mostra a proporção, em percentual, da quantidade de vínculos por escolaridade e sexo no Brasil, em 2013.
Evidencia-se na figura 1 que a força de trabalho feminina no mercado formal de trabalho, representa 42,8% do total. No momento que se olha por grau de escolarização nota-se o ensino médio agrupa 45,2% do total dos vínculos e que os vínculos femininos com ensino médio somam 20,0% deste mesmo total. Os vínculos com o ensino superior representam 17,9% do total, ao passo que os vínculos femininos são responsáveis por 10,6% do total de vínculos. Sobre os vínculos com mestrado percebe-se que estes somam 0,5% do total de vínculos e que os vínculos femininos ficam com 0,3% deste mesmo total. Os vínculos com doutorado são 0,2% do total e os vínculos femininos representam 0,1% deste mesmo total. Na próxima ilustração é apresentado informações sobre a remuneração média.
A figura 2 evidencia a proporção, em percentual, do valor da remuneração média por escolaridade e sexo no Brasil, em 2013.
É demostrado na figura 2 que a remuneração média dos vínculos femininos no mercado formal de trabalho é 92,6% do total geral, dito de outra forma significa dizer que no Brasil no ano de 2013 os vínculos femininos recebiam em média 7,4% menos que o conjunto de todos os trabalhadores. Quando o recorte obedece ao nível de escolarização esta realidade não muda. O vínculos femininos com o ensino médio recebiam 82,6%, os com o ensino superior 79,8%, a maior diferença do recorte estudado. Os vínculos com mestrado e doutorado recebiam 83,3% e 89,8% respectivamente. Sendo este último a menor diferença encontrada. Na sequencia são apresentados os dados para o estado do Rio Grande do Sul
A tabela 2 revela a quantidade de vínculos e remuneração média por escolaridade e sexo no estado do Rio Grande do Sul, no ano em estudo.
Verifica-se na tabela 2, existem cerca 3,1 milhões de vínculos no mercado formal de trabalho no estado do Rio Grande do Sul e que o trabalho feminino abarca cerca de 1,4 milhões desta população. Observa-se também que a remuneração média por hora é de R$ 8,40 para o total de vínculos, ao passo que o trabalho feminino recebe R$ 7,81. Quando se observa por grau de escolarização percebe-se que os vínculos com o ensino médio perfazem ao redor de 1,3 milhões, e que neste grau de escolarização os vínculos femininos, somam 598 mil, e ficam atrás dos vínculos masculinos. Esta realidade se altera quando se analisa o ensino superior com 477 mil vínculos, sendo que 304 mil são femininos, esta realidade se repete com os vínculos que possuem mestrado, que o seu total são de 14 mil, sendo que os vínculos femininos, respondem por 8 mil. Sendo a mesma realidade quando observa-se os vínculos que possuem o doutorado, 5 mil, com os vínculos femininos um pouco maior que o masculino. Na continuação são apresentadas figuras que auxiliam a perceber de outra forma os dados apresentados.
A figura 3 descortina a proporção, em percentual, da quantidade de vínculos por escolaridade e sexo no estado do Rio Grande do Sul, em 2013.
É possível verificar na figura 3 que a mão de obra feminina no mercado formal de trabalho no estado do Rio Grande do Sul, representa 45,5% do total. Ao olhar nível de escolarização percebe-se que o ensino médio agrupa 41,2% do total dos vínculos e que os vínculos femininos com ensino médio somam 19,4% deste mesmo total. Os vínculos com o ensino superior representam 15,5% do total, ao passo que os vínculos femininos são responsáveis por 9,9% do total de vínculos. Sobre os vínculos com mestrado percebe-se que estes somam 0,5% do total de vínculos e que os vínculos femininos ficam com 0,3% deste mesmo total, semelhante em proporção ao Brasil, o que ocorre com os vínculos com doutorado, que são 0,2% do total e os vínculos femininos representam 0,1% deste mesmo total. Na próxima ilustração é apresentado informações sobre a remuneração média.
A figura 4 demostra a proporção, em percentual, do valor da remuneração média por escolaridade e sexo no estado do Rio Grande do Sul, em 2013.
Pode-se visualizar na figura 4 que a remuneração média dos vínculos femininos no mercado formal de trabalho no estado do Rio Grande do Sul é 93,0% do total geral, dito de outra forma significa dizer que no estado no ano de 2013 os vínculos femininos recebiam em média 7% menos que o conjunto de todos os trabalhadores. Quando se observa por nível de escolarização esta se mantem. Os vínculos femininos com o ensino médio recebiam 84,7%, os com o ensino superior 82,1%, aqui como no Brasil é a maior diferença do recorte estudado. Os vínculos com mestrado e doutorado recebiam 88,2% e 93,0% respectivamente, a menor diferença encontrada. Na continuação são apresentados os dados para a Região Metropolitana de Porto Alegre.
A tabela 3 exprime a quantidade de vínculos e remuneração média por escolaridade e sexo no estado do Rio Grande do Sul, no ano em estudo., desta forma percebe-se na tabela 3, que existem 1,4 milhões de vínculos no mercado formal de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) e que o trabalho feminino concentra cerca de 666 mil deste universo. É possível também observar que a remuneração média por hora é de R$ 10,11 para o total de vínculos, em quanto o trabalho feminino recebe R$ 9,46. Quando se observa por grau de escolarização percebe-se que os vínculos com o ensino médio perfazem cerca 587 mil, e os vínculos femininos perfazem 279 mil. Já os vínculos com o ensino superior somam 265 mil e os vínculos femininos neste grau de escolarização, representa 164 mil, ficando na frente dos vínculos masculinos. A mesma situação evidencia-se com o mestrado onde os vínculos femininos aglutinam cerca 3,3 mil do total de 6,2 mil. O extrato com doutorado somam 2,5 mil e os vínculos femininos representam 1,2 mil postos de trabalho. Na sequencia são apresentadas figuras que auxiliam a perceber os dados apresentados a partir da proporção.
A figura 5 expressa a proporção, em percentual, da quantidade de vínculos por escolaridade e sexo na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 2013.
Demostra-se na figura 5 que os vínculos femininos no mercado formal de trabalho de Região Metropolitana de Porto Alegre, representa 49,6% do total de posto de trabalho. Ao verificar por grau de escolarização, nota-se o ensino médio agrupa 41,3% do total dos vínculos e que os vínculos femininos com ensino médio somam 19,6% deste mesmo total. Os vínculos com o ensino superior representam 18,6% do total, ao mesmo tempo que os vínculos femininos são responsáveis por 11,6% do total de vínculos. Sobre os vínculos com mestrado percebe-se que estes somam 0,4% do total de vínculos e que os vínculos femininos ficam com 0,2% deste mesmo total. Os vínculos com doutorado são 0,2% do total e os vínculos femininos representam 0,1% deste mesmo total. Na próxima imagem é apresentado informações sobre a remuneração média na RMPA.
A figura 6 anuncia a proporção, em percentual, do valor da remuneração média por escolaridade e sexo na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 2013.
Nota-se na figura 6 que a remuneração média da força de trabalho feminina no mercado formal de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre é 92,4% do total geral, outra maneira significa dizer que na RMPA no ano de 2013 os vínculos femininos recebiam em média 7,6% menos que o conjunto de todos os trabalhadores. Quando se observa por nível de escolarização esta diferença se mantem e se acentua. Os vínculos femininos com o ensino médio recebiam 85,8%, os com o ensino superior 83,5%, já os vínculos com mestrado e doutorado recebiam 87,8% e 92,9% respectivamente, esta última a menor diferença encontrada. Na continuação são apresentados os dados para a o município de Canoas.
A tabela 4 expõe a quantidade de vínculos e remuneração média por escolaridade e sexo no estado do Rio Grande do Sul, no ano em estudo.
Percebe-se na tabela 4, existem 97 mil de vínculos no mercado formal de trabalho no município de Canoas e que o trabalho feminino abarca cerca de 38,4 mil deste universo. Também se apura na tabela que a remuneração média por hora é de R$ 9,29 para o total de vínculos, em quanto o trabalho feminino recebe R$ 8,3. Quando se observa por grau de escolarização percebe-se que os vínculos com o ensino médio perfazem cerca 43,6 mil, e que neste grau de escolarização os vínculos femininos, 17,5, ficando atrás dos vínculos masculinos, o que se inverte quando se analisa o ensino superior com 12,8 mil vínculos, sendo que 5,7 mil são femininos. No extrato do mestrado e doutorado, verifica-se os vínculos femininos somam 43 de um total de 104 e 12 de um total de 37 postos de trabalho respectivamente. Na sequencia são apresentadas figuras que auxiliam a perceber os dados de outra forma.
A figura 7 destaca a proporção, em percentual, da quantidade de vínculos por escolaridade e sexo no município de Canoas, em 2013. Evidencia-se na figura 7 que a força de trabalho feminina no mercado formal de trabalho no município de Canoas, representa 39,3% do total. Quando se olha por grau de escolarização nota-se o ensino médio agrupa 44,6% do total dos vínculos e que os vínculos femininos com ensino médio somam 17,9% deste mesmo total. Os vínculos com o ensino superior representam 13,1% do total, ao passo que os vínculos femininos são responsáveis por 7,2% do total de vínculos. Sobre os vínculos com mestrado percebe-se que
estes somam 0,1% do total de vínculos e que os vínculos femininos ficam com 0,04% deste mesmo total. Os vínculos com doutorado são 0,04% do total e os vínculos femininos representam 0,01% deste mesmo total. Na próxima ilustração é apresentado informações sobre a remuneração média.
A figura 8 retrata a proporção, em percentual, do valor da remuneração média por escolaridade e sexo no município de Canoas, em 2013.
Nota-se na figura 8 que a remuneração média da força de trabalho feminina no mercado formal de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre é 89,4% do total geral, outra maneira significa dizer que no município de Canoas, em 2013 os vínculos femininos recebiam em média 10,6% menos que o conjunto de todos os trabalhadores. Quando se observa por nível de escolarização esta diferença se mantem e se acentua. Os vínculos femininos com o ensino médio recebiam 75,1%, os com o ensino superior 75,5%, já os vínculos com mestrado e doutorado recebiam 88,3% e 82,5% respectivamente, sendo a penúltima a menor diferença encontrada.
O objetivo da produção e divulgação da carta especial MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO é problematizar, a partir da visualização, observação, a contribuição da força de trabalho feminina no mercado de trabalho formal. Acredita-se que este material possa qualificar a importante discussão sobre este tema.