Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE divulgou a Síntese de Indicadores Sociais do Brasil - SIS, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD. A SIS abrange temas relacionados aos rendimentos, trabalho e educação da população brasileira. O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, apresenta os principais pontos da pesquisa sobre os rendimentos para a Região Metropolitana de Porto Alegre.
O rendimento médio real do trabalho principal recebido pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas foi de R$ 2.039,12 no ano de 2017 no Brasil. No Rio Grande do Sul, o valor do rendimento médio foi de R$ 2.237,00 em 2017 e na Região Metropolitana de Porto Alegre chegou a R$ 3.656,00. A Região Metropolitana de Vitória (Espírito Santo) apresentou a maior média de rendimentos do Brasil (R$ 3.963,50) e a menor foi na Região Metropolitana de São Luís (Maranhão) com R$ 1.556,96.
Gênero
Enquanto os homens tiveram um rendimento médio de R$ 2.261,87 no Brasil, o valor recebido pelas mulheres foi de R$ 1.743,03, ou seja, uma diferença de 22,91%. No Rio Grande do Sul, a diferença foi de 23,98%, sendo que os homens receberam R$ 2.502,69 e as mulheres R$ 1.902,31. Nos municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a diferença salarial foi maior ainda: 28,62%, representando uma diferença de R$ 1.224,70.
Infográfico: Rendimento médio real de homens e mulheres no Brasil, no Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2017
Cor e raça
Os dados da PNAD ainda possibilitam saber a desigualdade por cor e raça no ano de 2017. A diferença do rendimento médio recebido entre brancos e pretos e pardos foi de 42,03% no Brasil. No Rio Grande do Sul, esse percentual foi menor, sendo de 37,54%; entretanto, na Região Metropolitana de Porto Alegre, esse percentual foi acima da média nacional: 55,11%, em valores, uma diferença de R$ 2.292,26 dos rendimentos dos pretos e pardos.
Concentração de rendimentos
Outra forma de analisar a desigualdade é através de classes sociais. A diferença dos rendimentos dos 40% mais pobres entre os 10% mais ricos chegou a 12,4 vezes no Brasil. A diferença no Rio Grande do Sul foi de 10,3, portanto, abaixo da média nacional; na Região Metropolitana de Porto Alegre, a diferença foi maior: 16 vezes. Entre as regiões brasileiras, Salvador (Bahia) foi a mais alta, com uma diferença de 22,8 vezes, e a menor foi de 7,70 em São Luís.
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