14 Outubro 2015
"Acima de tudo, eu acho que uma carta privada deve permanecer como tal, sem ser publicada." Saindo da Aula do Sínodo, o cardeal George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia e arcebispo emérito de Sydney, Austrália, não nega ter escrito ao Papa Francisco, mas desmente categoricamente que o conteúdo da carta é o que foi publicado pela revista L'Espresso.
A reportagem é do jornal La Repubblica, 13-10-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis a entrevista.
Eminência, a carta que o senhor escreveu não é a que foi publicada?
As assinaturas estão erradas, mas, acima de tudo, o conteúdo está errado. Ou, melhor, a maior parte do conteúdo não corresponde. Eu não sei por que isso aconteceu nem quem conseguiu publicá-la assim. Repito: eu não sei exatamente o que fizeram, talvez atribuíram assinaturas erradas a um texto errado.
Vocês estão divididos no Sínodo?
Entre os Padres sinodais, há unanimidade sobre a grande maioria dos temas. Há diferenças sobre a comunhão aos divorciados recasados: uma minoria quer mudar a regra. A meu ver, não há nenhuma possibilidade de que se mude a doutrina sobre isso.
Muitas vezes, o senhor é retratado como uma das vozes com mais autoridade da ala rigorista presente no Sínodo.
Eu não sou o líder de nenhum grupo, sou apenas um mensageiro.
No entanto, as diversas sensibilidades presentes no Sínodo manifestam posições muito heterogêneas e distantes.
No Sínodo, é como no céu: há uma unanimidade perfeita.
Exceto sobre o julgamento sobre os procedimentos internos... Na carta, explica-se como Francisco foi interpelado sobre isso.
Certamente, as preocupações permanecem entre muitos Padres sinodais sobre a composição do comitê de redação da Relatio final e sobre o processo através qual o texto será apresentado aos Padres sinodais e, depois, votado.
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"Sim, eu escrevi para Francisco, mas o texto era diferente." Entrevista com George Pell - Instituto Humanitas Unisinos - IHU