Começou o “Sínodo midiático” com o objetivo de condicionar o “Sínodo real”

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05 Outubro 2015

Como era previsível, antes descontado, já começou o “Sínodo midiático” cujo objetivo estratégico é o de condicionar o “Sínodo real”, a conduta dos padres sinodais e as reflexões sinodais.

E no caldeirão dos lobistas há de tudo: aqueles que estão contra e aqueles que estão a favor (de qualquer coisa); os assim chamados conservadores, os assim chamados liberais; aqueles interessados no futuro e na missão da Igreja e aqueles que não confiam mas aproveitam para tirar vantagens de todo tipo.

O comentário é de Luis Badilla, jornalista, publicado por Il Sismografo, 03-10-2015. A tradução é de IHU On-Line.

O fim é muito claro: polarizar toda e qualquer coisa e fá-lo de tal modo que se consiga, se possível, emparedar o Papa Francisco, obrigando-o a tomar posições a favor de uns contra os outros, obscurecendo o mais possível o Evangelho, muito incômodo se levado a sério e com coerência.

Esta é a verdade de fundo e o que acontece na imprensa, sobretudo na imprensa, não é outra coisa que expressão desta estratégia na qual uns e outros, ainda que em posições antagônicas, terminam por caminhar de braços dados: uma espécie de pacto tácito espúrio.

Preparando o nosso trabalho para cobrir da melhor forma possível o Sínodo, encontramos três jornalistas (EUA, Bélgica e França) que já estão há dias em Roma por conta dos seus jornais com a tarefa de seguir os trabalhos da XIV Assembleia sinodal. Trata-se de colegas decidida e claramente “contra o Papa Bergoglio”: o declaram, mais, o confessam, argumentam e reiteram a sua posição a todo momento.

A conversação, agradável e rica de considerações, chega a um certo ponto e muda de rota, improvisamente.

Um dos colegas, ante uma nossa objeção do tipo “mostra uma só passagem documentada onde, segundo teu juízo, o Papa Francisco transgrediu a doutrina”, ele responde com a mais celestial ingenuidade: “Não há nenhuma. Mas este não é o problema. O importante é dar uma percepção de uma Igreja que está na imiência de trair o Evangelho. Isto é apontado pelo seu estilo e modo de ser Papa que desestrutura a sacralidade do Papado”.

Espantados, e depois de um instante de aturdimento, perguntamos: “Percepção de Igreja? Mas o que é isso?”

Resposta: “Que o Povo de Deus, os fieis, a opinião pública, enfim, todos, também os não crentes, independentemente da existência ou não de boas e sólidas razões, tenham a impressão e a consciência que este Papa é o pior que aconteceu para a Igreja depois do Concílio”.

A nossa réplica é simples: “Mas se não existem razões objetivas e demonstráveis, como tu mesmo reconheces, como é possível pensar em agir deste modo? Como é possível fazer jornalismo enganando os teus leitores deste jeito?”

Resposta do meu interlocutor: “Não! Não entendeste. Não há engano. É preciso abrir estradas para corrigir o que foi decidido no Conclave”.

Pergunto: “Isto é, um novo Papa?”

Resposta: “Sim, ao menos levar ao extremo a tensão contra Francisco e diminuir a sua estatura. O resto depois se verá”.

Enfim, no centro há um só objetivo. É o Papa Francisco. Querem encerrá-lo numa sacristia empoeirada, mudo e silencioso, o mais longe possível da ‘carne de Cristo’ e de qualquer encarnação do Evangelho.

Provavelemente, no entanto, eles não levam em conta não somente Jorge Mario Bergoglio, mas também a grande maioria do Povo de Deus.

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