Francisco na Bolívia

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Por: André | 29 Junho 2015

A Bolívia está radiante, inclusive o presidente Evo Morales. Isto parece um tsunami de explosão de alegria e de esperança. Não é para menos. Para uma leitura humana e crente da visita do Papa à Bolívia, pode nos servir de pórtico o filme A Missão. Apresenta-nos a importante obra missionária das Reduções Jesuítas. Nesse contexto aparecem os dois modelos de Igreja. Um modelo de Igreja, política, mundana, triunfal, habitada pelos príncipes com capas vermelhas, no meio dessa parafernália cortesã.

A reportagem é de Nicolás Castellanos. publicada por Religión Digital, 25-06-2015. A tradução é de André Langer.

O outro modelo, a Igreja dos jesuítas expulsos, fiel reflexo do Evangelho, de Santo Inácio. E hoje afirmaríamos ser também a Igreja do Bispo de Roma, Francisco, jesuíta, como aqueles das Reduções dos séculos XVI e XVII. Uma Igreja pobre, com os pobres e para os pobres, acidentada antes que doente, que sai às periferias geográficas e existenciais, com pastores que cheiram a ovelha e não têm cara azeda; uma Igreja advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que clamam ao céu.

Na Bolívia, a Igreja, junto com os meios de comunicação, são as duas instituições de maior credibilidade na sociedade. Toda a Igreja contribui para isso. Ressalto dois atores principais: as religiosas/os, com suas presenças multiplicadas, trabalho silencioso, sacrificado e entrega a fundo perdido, nas periferias, onde sofre o pobre e o excluído. E a presença libertadora do cardeal Julio Terrazas.

Contudo, ficam no ar duas perguntas. A Igreja de hoje reflete aquela Igreja que nos evocam os simples e imponentes templos restaurados, levantados pelos jesuítas dos séculos XVI e XVII? A nossa Igreja se parece com aquela reclamada pelo Bispo de Roma, o jesuíta Francisco, porque todo o Povo de Deus e particularmente os pastores, maiores e menores, se encontram nas periferias geográficas e existenciais, pisando o barro e os lixos dos bairros marginalizados: Plano 3000, a Favela 1º de Maio, La Pampa de la  Isla, La Cuchilla, Los Lotes, Los Tusequis..., ou acompanhando o mundo marginalizado rural ou indígena, abandonados à sua própria sorte?

Este teria que ser o fruto da visita pastoral do Bispo de Roma. Esta é a resposta.