21 Julho 2014
Mais de um mês após o seqüestro do padre Alexis Prem Kumar SJ (foto) perto da cidade afegã de Herat, a ordem continua trabalhando pela sua libertação.
A reportagem é de Antonio Anup Gonsalves, publicada no sítio da Catholic News Agency, 16-07-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
"Durante esse tempo doloroso, temos trabalhado em silêncio para resolver essa situação difícil. Estamos em contato direto com as autoridades afegãs e com o cônsul geral indiano em Herat, Afeganistão", afirmou o padre Peter Balleis SJ, diretor internacional do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), no dia 7 de julho.
"Embora ainda não se tenha ouvido falar dele ou de seus captores, vivemos na esperança. Toda a informação que temos continua a sugerir que ele está vivo e que permanece no Afeganistão".
O padre Kumar, de 47 anos, é do estado indiano de Tamil Nadu e é diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados no Afeganistão; ele foi sequestrado no dia 2 de junho, enquanto visitava com outros professores uma escola para refugiados na vila de Sohadat, cerca de 500 milhas a oeste de Cabul.
"Continuamos comprometidos para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance a fim de garantir a segurança do Pe. Alexis Prem Kumar", disse Pe. Balleis, "e esperamos que até o fim do Ramadã aqueles que o levaram irão libertá-lo como um presente festivo do Eid al-Fitr".
O mês de jejum do Ramadã no Islã termina com o Eid al-Fitr, um feriado durante o qual os muçulmanos são especialmente incentivados a perdoarem uns aos outros e a fazer doações de caridade para os pobres. O Eid al-Fitr cairá, este ano, em torno do dia 28 de julho.
"Esse mês que passou foi um tempo doloroso para a família de Prem, para seus companheiros jesuítas ao redor do mundo e para todos nós do JRS", afirmou o Pe. Balleis.
"Estamos gratos pela manifestação de apoio e de oração que temos recebido de muitos lugares (...) estamos particularmente gratos ao aconselhamento e assistência oferecidos por várias agências de ajuda humanitária".
"Essas últimas semanas têm sido, sem dúvida, difíceis para Prem. Estamos preocupados com a sua saúde, mas sabemos que sua força espiritual e calor humano irão guiá-lo durante esse tempo de provação".
O Pe. Balleis lamentou que a eleição presidencial de junho no Afeganistão pode ter tornado a liberação do padre Kumar "mais complicada do que tínhamos imaginado".
O diretor internacional do Serviço Jesuíta aos Refugiados observou que a escola em Sohadat reabrirá quando o padre Kumar for liberado e acrescentou que eles já reabriram a maioria de seus programas educacionais no Afeganistão.
"Continuamos comprometidos a acompanhar os nossos estudantes afegãos e suas famílias em seu desejo de uma educação de qualidade, e a reabertura de nossas escolas é um sinal claro de nosso compromisso".
O Serviço Jesuíta aos Refugiados fornece educação, cuidados de saúde e serviços sociais a mais de 500.000 refugiados por ano. Somente em 2013, a agência atendeu mais de 6.000 afegãos que voltavam do Irã e do Paquistão. O Pe. Kumar, que já trabalhou em Cabul, Herat, Bamiyan e Day Kundi, estava no Afeganistão desde 2011.
Ele é natural da cidade de Variyanvayal, situada menos de 18 km a nordeste de Sivaganga em Tamil Nadu, e pertence à província Madurai da Companhia de Jesus.
Ele frequentou a escola secundária em Devakottai e estudou teologia em Chennai e Delhi.
Antes de ir para o Afeganistão, o padre Kumar havia trabalhado com refugiados do Sri Lanka e com os povos indígenas e os dalits em Tamil Nadu.
Muitos moradores e voluntários em Kodaikanal, onde o padre Kumar atuou no Colégio Sagrado Coração entre 2001 e 2006, ofereceram orações e missas pela obtenção de sua segura libertação.
Sua família apelou ao governo indiano para ajudar a localizar e proteger o sacerdote, e o ministro-chefe do Estado de Tamil Nadu escreveu ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em seu nome.
Um amigo que frequentou a escola com o padre Kumar disse que ele queria servir aos outros desde a infância.
"Ele costumava falar sobre a situação dos pobres e oprimidos, quando outros estudantes estavam discutindo cinema", disse A. Thadeus ao Times da Índia.
O irmão do padre Kumar, Manoharan, disse à rede de televisão NDTV: "Faço um apelo a todos no Afeganistão com minhas mãos postas, quem quer que seja, para libertar o meu irmão, padre Alexis Prem Kumar, o mais cedo possível, para que a agonia que estamos passando possa acabar".
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Jesuítas continuam trabalhando para libertar sacerdote sequestrado no Afeganistão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU