Enviado do Vaticano à ONU diz que excomunhão de bispo mostra que a Igreja leva a sério a questão do abuso

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07 Julho 2014

A excomunhão de um ex-embaixador vaticano é um “sinal da seriedade” com que o Papa Francisco e o Vaticano estão abordando os escândalos dos abusos sexuais por padres, segundo um representante da Santa Sé na Organização das Nações Unidas, em Genebra.

A reportagem é de Josephine McKenna publicada pela Religion News Service, 02-07-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Dom Silvano Tomasi foi o responsável por defender a Igreja Católica no início deste ano, quando apresentou, também em Genebra, relatórios ao Comitê sobre Direitos da Criança e ao Comitê Contra a Tortura, ambas entidades da ONU.

Durante a sabatina, perguntaram a Tomasi se o Vaticano concordaria em extraditar Dom Jozef Wesolowski, arcebispo polonês e embaixador papal, para a sua terra natal após ser chamado de volta da República Dominicana, em setembro, sob alegações de abuso sexual.

Wesolowski foi excomungado semana passada, e Tomasi disse que promotores do Vaticano estão investigando o ex-núncio apostólico. Ao falar esta semana, em Roma, Tomasi afirmou ter esperanças de que outros Estados e instituições sigam, agora, a abordagem tomada pela Santa Sé quanto à forma de lidar com casos de pedofilia.

Wesolowski, 65, é a mais alta autoridade da Igreja a ser expulsa por acusações de abuso sexual e tem dois meses para apelar a fim de se manter no sacerdócio. Após o processo, Wesolowski poderá enfrentar acusações em um tribunal criminal, embora o Vaticano tenha afirmado que o religioso possui imunidade diplomática perante a tribunais seculares.

A Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres disse que o Vaticano não fez o suficiente para levar Wesolowski à justiça. O grupo de defesa das vítimas exigiu que o ex-diplomata enfrente um processo criminal além dos muros da cidade-Estado.

“Caso este movimento do Vaticano conduza à prisão de Wesolowski, ficaremos satisfeitos. No entanto, tememos que isso não irá acontecer”, disse David Clohessy, diretor da Rede de Sobreviventes.

O comitê vaticano criado instituído pelo Papa Francisco no ano passado para lugar contra o abuso sexual de crianças na Igreja deve se reunir em Roma pela segunda vez no próximo fim de semana. E, pela primeira vez, espera-se que o Papa se encontre com vítimas de abusos vindos da Alemanha, da Inglaterra e da Irlanda nos próximos dias em sua residência particular.