01 Julho 2014
Há 23 anos atrás, no dia 28 de junho de 1991, os padres jesuítas Dezza e Korec tornaram-se cardeais, em um consistório realizado pelo Papa João Paulo II. Os dois jesuítas estavam entre outros 22 cardeais nomeados, fazendo subir o número de cardeais jesuítas para um total de sete, um número recorde.
A nota é do sítio Jesuit restoration 1814, 28-06-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
Embora Santo Inácio ter sido fortemente contra os jesuítas que buscam posições de poder ou autoridade na Igreja, é amplamente reconhecido que o chapéu de cardeal conferido a esses homens foi um sinal de honra pela vida de grande serviço pela Igreja - não para realçar um cargo de governança ativa. Assim, o que podemos aprender com suas vidas?
Paolo Dezza desempenhou um papel muito importante na história recente da Companhia de Jesus, principalmente após o acidente vascular cerebral que incapacitou Pedro Arrupe, e impediu-o de continuar seu serviço como Superior Geral. Arrupe havia nomeado seu assistente, o norte-americano Vincent O'Keefe, como superior geral. Dois meses mais tarde - depois que os médicos sugeriram para o Pe. Arrupe "levar uma vida o mais livre possível de fadiga e estresse", uma carta foi entregue pessoalmente a Arrupe pelo Cardeal Casaroli, Secretário de Estado do Papa, anunciando que ele estava nomeando o padre Dezza como seu delegado pessoal para supervisionar a gestão da Companhia e garantir uma "preparação mais completa" para a próxima Congregação Geral. Dezza tinha a confiança do papa. É bem sabido como ele ajudou a orientar a Companhia de Jesus a passar por essa crise com grande sensibilidade e sabedoria, até a eleição do Pe. Kolvenbach durante a CG32. Foi um grande estudioso, tendo se envolvido com a preparação do dogma da Assunção, além de ter sido um conselheiro de confiança e confessor do Papa Paulo VI e João Paulo I.
Ján Korec, nascido na Eslováquia, teve sua formação interrompida pelos comunistas. Ele foi ordenado sacerdote 11 anos depois de entrar no noviciado, e incrivelmente, um ano depois, com a idade de 27 anos, ele foi secretamente consagrado bispo pelo Bispo Pavol Hnilica. Nos anos seguintes, ele trabalhou como vigia noturno e, em seguida, foi um operário de manutenção. Ele foi preso no período de 1960 a 1968 ao lado de pelo menos 250 padres e vários bispos. Suas dificuldades são descritas no livro Night of the Barbarians [Noite dos Bárbaros] publicado pela Bolchazy-Carducci. Após a sua libertação, ele continuou a trabalhar, agora como gari e também operário de fábrica. Durante esse tempo, ele também continuou a sua vida ativa como um líder da Igreja clandestina. Seu apartamento tornou-se um centro altamente procurado para aconselhamento espiritual. Sob o regime comunista, era proibido publicar qualquer literatura cristã, porém ele escreveu seus famosos livros "samizdat", que foram secretamente impressos e distribuídos entre os estudantes e o público em geral. Ján Korec também ordenou sacerdotes secretamente e seu papel foi crucial para manter viva a Igreja eslovaca. A polícia secreta observava de perto o apartamento de Korec, e duas tentativas foram feitas para assassiná-lo. Quando a cortina de ferro caiu, o Papa João Paulo II fez dele um Cardeal.
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28 de junho de 1991 - Paolo Dezza e Ján Korec tornam-se Cardeais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU