Bergoglio celebrará missa com as vítimas de padres pedófilos

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Por: André | 09 Junho 2014

No dia 07 de julho, o Papa Francisco celebrará uma missa com algumas das vítimas de padres pedófilos. Será numa das missas diárias matutinas que o Pontífice argentino celebra em sua residência, na Capela da Casa Santa Marta, para a qual serão convidadas, entre outros fiéis, algumas pessoas (deverão ser seis ou sete, todas da Europa) que sofreram abusos sexuais por parte de sacerdotes quando crianças.

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada no sítio Vatican Insider, 07-06-2014. A tradução é de André Langer.

Foi o próprio Jorge Mario Bergoglio quem se encarregou de anunciar esta iniciativa falando com os jornalistas durante o voo de volta da Terra Santa. “Proximamente, haverá uma missa em Santa Marta com algumas pessoas que sofreram abusos, e depois haverá uma reunião com elas”, disse o Papa, que depois comparou a pedofilia do clero a uma “missa negra” (“Este sacerdote deveria levar este menino, esta menina, esta jovem, este jovem à santidade; e este jovem, esta criança confia, e este, em vez de levá-los à santidade, abusa deles”) e confirmou a linha da “tolerância zero”.

Esta data foi escolhida porque no começo de julho, de 01 a 04, acontecerá, no Vaticano, a quinta reunião do Conselho dos Oito Cardeais que trabalha com o Papa na reforma da cúria e no governo da Igreja universal. Aproveitando a presença em Roma do arcebispo de Boston, Sean O’Malley, um dos membros do chamado C8 e coordenador da comissão que o Papa criou para cuidar dos menores, no domingo dia 06 de julho se fará uma reunião informal de trabalho sobre este novo organismo. E na manhã seguinte, a missa na Santa Marta, com a presença de algumas vítimas de padres pedófilos. Joseph Ratzinger conversou com grupos de vítimas de padres pedófilos em suas viagens ao exterior.

No começo de outubro, a comissão para a proteção dos menores, criada em dezembro do ano passado, voltará a se reunir. Então, está previsto que se chegue a um acordo sobre as questões nas quais esta comissão está trabalhando: a redação dos estatutos, a definição da estrutura (será escolhida, por exemplo, uma sede e uma secretaria da comissão) e a incorporação à comissão de outros membros (até o momento, por exemplo, faltam representantes da África e da Ásia).

Os membros do grupo inicial da comissão são: a francesa Catherine Bonnet, estudiosa de psicologia e psiquiatria; a irlandesa Marie Collins, representante das vítimas dos abusos (entre os novos membros poderá estar também outra vítima); a inglesa Sheila Hollins, professora de psiquiatria; o jurista italiano Claudio Papale; a ex-primeira ministra e ex-embaixadora polonesa Hanna Suchocka; o jesuíta alemão Hans Zollner, estudioso da questão e decano da Faculdade de Psicologia da Universidade Gregoriana; o jesuíta argentino Humberto Miguel Yáñez, diretor do Departamento de Teologia Moral da Universidade Gregoriana e ex-professor do Seminário de San Miguel de Buenos Aires, cujo reitor foi Jorge Mario Bergoglio; e, finalmente, o cardeal O’Malley.