Israel “blindado” para a visita do Papa

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Por: André | 13 Mai 2014

A duas semanas da visita do Papa Francisco, aumenta a tensão em Israel devido aos temores de que sua peregrinação possa converter-se em alvo das provocações por parte dos ultras hebreus. Nas últimas semanas multiplicaram-se os atos de intolerância e vandalismo nos lugares sagrados para os muçulmanos e cristãos. Na sexta-feira, desconhecidos atacaram o edifício vaticano de Notre Dame em Jerusalém, de frente à Cidade Velha. No sábado, pichações ofensivas anticristãos apareceram na Igreja romena local, perto de um bairro ortodoxo hebreu.

A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 10-05-2014. A tradução é de André Langer.

“Um fenômeno muito preocupante”, admitiu o ministro para a segurança interna, Yitzhak Aharonovic. “Mas intensificamos as nossas atividades. Não há temores com a visita em si, que acontecerá em uma atmosfera amigável e religiosa”. Muito mais duro, ao contrário, foi o comentário do romancista Amos Oz, que, no sábado, disse que os extremistas do movimento dos colonos são “um fenômeno monstruoso; a versão local dos neonazistas”.

Na comunidade cristã local há muita preocupação. O patriarca latino, mons. Fouad Twal, indicou que no domingo participará uma coletiva de imprensa sobre Haifa. Pouco depois, em frente à residência do primeiro-ministro Benyamin Netanyahu (em Jerusalém), acontecerá uma manifestação de protesto “contra os ataques anticristãos e os atos de vandalismo”, organizada pelo Icci, o Conselho Inter-religioso de Israel.

Em uma entrevista, o ministro Aharonovic confirmou que após a multiplicação dos atos de vandalismo intensificou-se em todo o território nacional a proteção das Igrejas. Durante a visita do Papa Francisco, os serviços de segurança concentrarão as atividades de prevenção de provocações em Jerusalém e em outras localidades nas quais há forte presença de instituições cristãs: Nazaré, Haifa, Ramle, Lod, Jaffa. Os serviços secretos procuram, além disso, delinear a estrutura do “Tag Mehir” (um movimento de características pouco claras, mas relacionado com os colonos) e identificar os líderes, seus perfis ideológicos e suas táticas operacionais. Trata-se, segundo cálculos, de cerca de 100 extremistas hebreus que contam com o apoio de centenas de seguidores e a quem um número desconhecido de imitadores dão maior visibilidade.

Aharonovic e Livni também indicaram que, apesar das suas pequenas dimensões, são perigosos, porque suas provocações também têm um objetivo político: minar a coexistência entre hebreus e árabes e impedir qualquer solução política para os conflitos. Para derrotá-los, as prisões da polícia são insuficientes: “É preciso tratá-los como se fossem terroristas”, concluiu Aharonovic.