''Que o Estado reconheça as uniões gays'', afirma bispo italiano

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14 Janeiro 2012

Que o Estado reconheça as uniões homossexuais. Que a Igreja se reserve, ao contrário, o juízo moral. Esse é o desejo expresso pelo bispo de Ragusa, Paolo Urso, em uma longa entrevista ao sítio Quotidiano.net, que aparece na página eletrônica de notícias da Cúria, Insieme.

A reportagem é do sítio Vatican Insider, 12-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"Quando duas pessoas decidem, mesmo que sejam do mesmo sexo, a viver juntas – afirma –, é importante que o Estado reconheça esse estado de fato, que deve ser chamado com um nome diferente do matrimônio, senão não nos entendemos".

Dom Urso fala de uma Igreja de "portas abertas" e aborda as questões cruciais como a imigração, o pacifismo, a coabitação, a fecundação assistida. Mas é sobretudo sobre as uniões entre gays que Dom Urso expressa a opinião mais comprometedora. Pergunta-se ao bispo: há um atraso sobre essas questões? "Um Estado laico como o nosso – é a resposta – não pode ignorar o fenômeno da coabitação, deve se mexer e definir direitos e deveres para os parceiros. Depois, a avaliação moral caberá a outros".

Em 2005, por ocasião do referendo sobre a fecundação assistida, Dom Urso declarou ao Corriere della Sera que iria votar deixando a liberdade de consciência aos fiéis. Assim, pôs-se em contraste com o então presidente da CEI [Conferência dos Bispos da Itália], o cardeal Camillo Ruini, que tinha pedido a abstenção da Igreja.

Ele faria novamente essa escolha? "Sem dúvida, eu a faria novamente", responde. "Fui educado – acrescenta – na laicidade do Estado e no respeito das leis civis. Quando o cidadão é chamado a fazer escolhas concretas, a tarefa da Igreja é a de oferecer aos fiéis instrumentos para decidir autônoma e conscientemente. Por isso, eu disse ao meu povo: 'Informem-se, documentem-se, vejam se esse tipo de soluções são justas e julguem por si mesmos".

A ação de Ruini foi, segundo o prelado, "uma ação de estratégia política". "Mas eu acredito – concluiu – que os bispos não devem ter nada a ver com a política e com as suas lógicas".