27 Outubro 2011
"Farei de tudo para que seja impossível uma interpretação sincretista ou relativista do evento". Em uma carta do papa a um pastor luterano, a verdadeira razão da convocação do encontro.
A reportagem é de Sandro Magister, publicada em seu sítio, Chiesa.it, 26-10-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O texto que segue é um trecho de uma carta escrita por Bento XVI no dia 4 de março de 2011 ao pastor luterano alemão Peter Beyerhaus, seu antigo amigo, que lhe havia manifestado os seus temores pela nova convocação da Jornada de Assis:
"Compreendo muito bem – escreve o papa – a sua preocupação com relação à participação no encontro de Assis. Mas essa comemoração devia ser festejada de todos os modos e, depois, me parecia melhor ir lá pessoalmente, para poder tentar, desse modo, determinar a direção de tudo. Porém, farei de tudo para que seja impossível uma interpretação sincrética ou relativista do evento, e para que fique claro que eu continuo acreditando e confessando aquilo que eu havia chamado a atenção da Igreja com a "Dominus Iesus"".
Este é o original alemão da passagem da carta:
"Ihre Sorge angesichts meiner Teilnahme an dem Assisi-Jubiläum verstehe ich sehr gut. Aber dieses Gedenken mußte auf jeden Fall gefeiert werden, und nach allem Überlegen erschien es mir als das Beste, wenn ich selbst dort hingehe und damit versuchen kann, die Richtung des Ganzen zu bestimmen. Jedenfalls werde ich alles tun, damit eine synkretistische oder relativistische Auslegung des Vorgangs unmöglich wird und klar bleibt, daß ich weiterhin das glaube und bekenne, was ich als Schreiben "Dominus Jesus" der Kirche in Erinnerung gerufen hatte".
Esse texto inédito do Papa Joseph Ratzinger foi publicado em outubro passado, com a autorização do destinatário da carta, o pastor Beyerhaus, no início de um congresso organizado em Roma pela associação Catholica Spes sobre o significado da convocação de Assis.
Anteriormente, o próprio Beyerhaus havia mencionado a carta em uma entrevista de abril passado ao jornal alemão Kirchliche Umschau.
Mas tudo havia passado despercebido. Só na véspera do encontro do dia 27 de outubro é que a carta foi retomada e republicada por alguns sites tradicionalistas.
No congresso, o cardeal Raymond Leo Burke, prefeito do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica, havia tomado a palavra e dito, dentre outras coisas:
"Não são poucos riscos que tal encontro pode levantar quanto à comunicação midiática do evento, do qual – como está claro – o pontífice está bem consciente Os meios de comunicação de massa dirão, mesmo que só com as imagens, que todas as religiões se reuniram para pedir a paz a Deus. Um cristão pouco formado na fé podem tirar a conclusão gravemente errônea de que uma religião vale o mesmo que a outra, e que Jesus Cristo é um dos tantos mediadores de salvação".
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A verdade sobre Assis. Texto inédito de Bento XVI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU