13 Setembro 2011
As primeiras projeções davam como vencedor o general retirado Otto Pérez Molina, que, pelo que tudo indica, irá para o segundo turno contra o professor Eduardo Suger. Também houve renovação do Congresso.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 12-09-2011. A tradução é do Cepat.
Milhões de guatemaltecos foram às urnas, neste domingo, para escolher o substituto de Álvaro Colom, primeiro social-democrata eleito em meio século, cujas tentativas de resolver os problemas da fome, pobreza e homicídios naufragaram. No fechamento desta edição, a cadeia de televisão Telesur, nas primeiras projeções dos resultados de boca de urna e sem resultados oficiais, dava como vencedor o general retirado Otto Pérez Molina, candidato do Partido Patriota (PP) e dono do slogan "mão dura", com 44,4% dos votos. Entretanto, esse resultado não será suficiente para vencer no primeiro turno. Em segundo lugar, com 24,1% dos votos está o acadêmico Eduardo Suger, do Compromisso, Renovação e Ordem (CREO), seguido com 12,1% pelo empresário Manuel Baldizón, de direita e do partido Liberdade Democrática Renovada (Líder), que durante a sua campanha prometeu restabelecer a condenação à pena de morte. Ao mesmo tempo, o presidente Colom exortou a população de Nahualá para que mantivesse a calma e não obstruísse o processo eleitoral.
Otto Pérez Molina, candidato presidencial do PP, de direita, e favorito para vencer as eleições gerais da Guatemala, falou de uma campanha suja contra ele. No domingo foi denunciado que em uma zona do sul da capital, um grupo de desconhecidos soltou panfletos nos quais vinculavam o militar de 60 anos com lavagem de dinheiro e narcotráfico. Pérez Molina disse que essas manobras significam "atos desesperados" de pessoas que não respeitam a vontade do povo, mas descartou que esses fatos venham a turvar o processo eleitoral.
O candidato chegou para votar acompanhado de sua família e de seus seguidores mais próximos. Pérez Molina expressou que não descartava a possibilidade de vencer no primeiro turno. "Segue sendo uma grande possibilidade (ganhar)", afirmou o candidato, embora tenha esclarecido que "será uma decisão de Deus e do povo". Não obstante, disse que estava preparado para um segundo turno, que será realizado no dia 06 de novembro próximo, quer seja contra Suger ou Baldizán. O primeiro turno contou com 10 candidatos a presidente. O fato novo foi que a situação não apresentou candidato, uma vez que a Justiça não permitiu que a ex-primeira-dama Sandra Torres concorresse, após divorciar-se de Colom.
De acordo com Aurora Samperio, enviada especial da cadeia de televisão Telesur, o processo eleitoral ocorreu num clima tranquilo e pacífico. Contudo, Julio Solórzano, um dos diretores do Tribunal Superior Eleitoral, confirmou um grave incidente ocorrido em Nahualá, onde os moradores queimaram cédulas de votação em um fato confuso, no qual mantiveram privados de liberdade por algumas horas dois funcionários do TSE. "Revolvemos este fato através do diálogo, e o principal é que a vida dos membros do TSE foi respeitada", garantiu Solórzano, e afirmou que as pessoas presas foram libertadas.
Por outro lado, no município de San Lucas de Sacatepequez havia um estado de tensão crescente pela grande afluência de eleitores e pela lentidão do processo. Uma fila de cerca de dois quilômetros se formou, segundo informou o Canal 7 da televisão guatemalteca. A presidente do TSE, María Eugenia Villagrán, ressaltou sua satisfação com o transcurso do processo eleitoral "porque todas as juntas receptoras de votos funcionaram e tivemos informações de todo o território nacional da afluência de guatemaltecos para votar". As emissoras de rádio e TV indicaram que mais de 50% dos eleitores aptos a votar na capital, votaram. Se se confirmar essa tendência, se manteriam os níveis de abstenção, de pouco mais de 40% nas três últimas eleições gerais.
Cerca de 2.453 centros eleitorais que estavam aptos a receber os 7,3 milhões de guatemaltecos convocados a votar nas eleições gerais fecharam suas portas sem denúncias por fatos relacionados à violência. Após permanecerem abertos durante 11 horas, os dados oficiais serão conhecidos apenas nas primeiras horas de hoje [ontem]. Além de votar no presidente e vice-presidente, os guatemaltecos elegeram 158 deputados para o Congresso, 20 deputados para o Parlamento Centro-Americano e 333 prefeitos para o período 2012-2016.
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Guatemala elege uma receita de mão dura - Instituto Humanitas Unisinos - IHU