17 Agosto 2011
"Nós os Nuba temos medo de que o mundo se esqueça de nós e fique apenas olhando enquanto prosseguem os massacres e os assassinatos". Esse é o preocupante grito de alarma que o bispo anglicano sudanês, Andudu Adam Elnail, que mora em Kadugli, faz à ONU. Além disso, o bispo denuncia a dramática situação humanitária que se vive entre as montanhas Nuba, na província sudanesa de Kordofan do Sul.
A reportagem é de Michelangelo Nasca e está publicada no sítio italiano Vatican Insider, 16-08-2011. A tradução é do Cepat.
Teriam sido confirmadas muitas e gravíssimas violações do direito penal internacional e do direito humanitário internacional durante os encontros armados que se verificaram nas montanhas Nuba, em junho passado. O bispo conta que foram encontradas algumas valas comuns no território da própria diocese, além dos constantes ataques dos soldados sudaneses que custaram muitas vidas.
Em Kordofan do Sul, desde o início dos conflitos até hoje, se contaram cerca de 200.000 prófugos. As Forças Armadas sudanesas bombardeiam e queimam cidades, casas e igrejas. Fala-se de graves violações dos direitos humanos cometidas pelos soldados do Exército regular e de bombardeios aéreos contra a população civil. "Assassinatos, prisões arbitrárias e ilegais, desaparecimentos forçados, ataques contra os civis, saque de moradias, destruição de propriedade". O Alto Comissariado das Nações Unidas revelou em uma nota os particulares destes graves ilícitos.
Os fatos remontam ao período que compreende os dias 05 e 30 de junho de 2011, na cidade petroleira de Kadugli e nas montanhas de Nuba, após a explosão dos confrontos entre as Forças Armadas sudanesas e o Movimento de Libertação do Povo do Sudão.
São as autoridades eclesiásticas do lugar que denunciaram, há semanas, as gravíssimas violações dos direitos humanos e que solicitaram que o Conselho de Segurança da ONU enviasse o mais rápido possível um observador à província de Kordofan do Sul, além de ter pedido o cessar-fogo em repetidas ocasiões.
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Graves violações dos direitos humanos no Sudão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU